Segunda, 10 Setembro 2018 12:11

PATERNIDADE

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PATERNIDADE

“Mas ele se indignou e não queria entrar.” (Lc 15.28)

As informações sobre a vida de Lucas são poucas, quase nada se sabe a respeito de sua vida. Consta que ele teve por formação a medicina, escreveu o evangelho que leva o seu nome e também o livro de Atos dos Apóstolos. Também acompanhou Paulo em suas viagens missionárias e sua narrativa traz detalhes que os outros evangelhos não mostram numa clara demonstração que ele registrou tudo aquilo que foi visto e ouvido por testemunhas (Lc 1.1-4).  Informações de estudiosos mostram que Lucas era um gentio que se converteu muito provavelmente por meio dos primeiros discípulos de Jesus. Certamente é o único autor conhecido de um livro da Bíblia que não era judeu. 

Veja que dentro das famílias sempre existem rumores de integrantes insatisfeitos. Estão infelizes com situações que já ocorreram no passado e infelizes por situações que acontecem no dia a dia. Sempre reclamam, fazem críticas ácidas e por vezes potencializam as dificuldades nos relacionamentos. São pessimistas por natureza e raramente se alegram consigo mesmo, e quiçá com o próximo.

A história de um filho que saiu de sua casa, levou sua parte na herança, gastou todo o seu dinheiro, se submeteu a trabalhos humilhantes, arrependeu de seu comportamento, retornou à casa do pai e foi recebido com alegria é muito conhecida no meio cristão. Não há nomes dos personagens e essa narrativa está registrada somente no evangelho de Lucas, trata-se da parábola do filho pródigo (Lc 15.11-32)

Cuide que na história, após o filho voltar para sua casa, ele foi muito bem recebido pelo pai, mas o irmão mais velho não demonstrou nenhuma alegria e de maneira contrária chegou mesmo a condenar a atitude do pai, alegando que sempre estivera ali com ele na casa e nunca teve uma festa para si (Lc 15.29). Na visão dele, o irmão mais novo não merecia nada daquilo. Noutras palavras, atente que o irmão mais velho se assemelha a muitas pessoas nos dias atuais que, sob a alegação de jamais terem se perdido e se mantidos fiéis, não se alegram com aqueles que retornam e ainda criticam duramente quem os recebe. Foi sob esta perspectiva de extrema amargura e rancor que o irmão mais velho viu o mais novo voltar à casa paterna. Aquele que voltava demonstrava a mentalidade de filho. Reflita sobre isso!

Paulo na carta aos Romanos ensina que, todos os crentes em Jesus fazem parte de um só corpo em Cristo, e individualmente todos são membros uns dos outros, ou seja, a visão é que todos são importantes dentro do conjunto (Rm 12.5). Com frequência, muitos se perdem na caminhada cristã, negligenciaram e em algum ponto da vida foram atraídos pelas sutilezas do pecado. Na ótica daquele irmão mais velho, o filho rebelde deveria receber o apedrejamento previsto na lei mosaica e nem mais ser considerado filho (Dt 21.18-21). De forma semelhante, hoje muitos desejam aplicar aos que se afastam da presença de Deus, a pena de exclusão do corpo de Cristo e se tornam rancorosos quando eles voltam para a casa do pai.  Traga isso para os dias atuais e reflita!

O pai ao receber o filho mais novo, lhe perdoou, deu roupas e sapatos novos e um anel como símbolo de um amor e responsabilidade que fora renovada naquele momento (Lc 15.22). Tudo isso desagradou sobremaneira o irmão mais velho. Veja que nos dias de hoje há muita gente que não se alegra com aqueles que voltam à casa do Pai. Hoje, há muitos que enxergam sua relação com Deus da mesma forma que este irmão enxergava sua relação com seu pai, ou seja, a de empregado/patrão (Lc 15.29). Este irmão mais velho via Deus como um patrão mau, que pune, maltrata e exclui, quando na verdade devia considerar a relação de filho/pai, olhando para Deus como um Pai amoroso, cheio de amor, graça e compaixão. É justamente com essas visões tão distintas que muitos estão por aí, sem amor, com amargura no coração, revoltados, com um espirito competitivo, mesquinho e vendo todos como concorrentes ao céu (como se a caminhada cristã fosse uma competição). Pense!

Resumindo, entenda que infelizmente existem pessoas com pensamentos amargos. Consideram-se mais justas e mais perfeitas que os demais, rejeitam amar o próximo e não se alegram com os que se alegram (Rm 12.15). Rejeitam a festa por aquele que se arrepende e pelo conjunto da obra, rejeitam o amor do Pai e não possuem mentalidade de filho. Aliás, o comportamento daquele pai ao receber seu filho é o mesmo que Deus aplica a todos os pecadores, inclusive a você leitor. Saiba que Deus recebe o pecador, abraça, perdoa, troca as roupas velhas e sujas por novas e ainda promove uma festa no céu. Isso atende pelo nome de paternidade, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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