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Segunda, 01 Abril 2019 14:49

TRABALHO

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TRABALHO

“Pois, fomos informados de que alguns entre vós andam desocupados, sem querer trabalhar e se intrometendo na vida particular dos outros”  (2 Ts 3.11)

 

Paulo foi o autor das duas cartas enviadas aos cristãos que estavam na cidade de Tessalônica. Muito provavelmente que essa comunidade cristã foi estabelecida por Paulo em sua segunda viagem missionária após passar pela cidade de Filipos. Lucas registrou que nos dias em que esteve na cidade, Paulo pregou na sinagoga dos judeus e um grande número de pessoas se converteu, todavia, também deixou registrado que houve um alvoroço na cidade, quando um grupo de judeus movidos pelo perverso sentimento da inveja iniciou uma perseguição contra Paulo, acusando-o de traição a César, imperador Romano (At 17.1-9).

O versículo acima está contextualizado na advertência de Paulo aos integrantes daquela comunidade quanto à necessidade de trabalharem, tanto na obra do Senhor como nas atividades seculares, uma vez que alguns irmãos tessalonicenses, usando como argumento a iminente volta de Cristo, se recusavam a trabalhar (2 Ts 3-16).

 “O trabalho dignifica e enobrece o homem”, é um ditado popular sempre atual. Desde cedo, o homem vê o trabalho como uma necessidade tanto para seu sustento como para satisfação pessoal. Evidente que nem toda atividade relacionada ao trabalho é aquilo que a pessoa deseja fazer, mas independente da profissão que as pessoas executam, entenda que todo trabalho tem o seu valor econômico tanto para a sociedade como na economia e nos propósitos de Deus.

“Esforcem-se para ter uma vida tranquila, cuidar dos seus próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos, como nós os instruímos; a fim de que andem decentemente aos olhos dos que são de fora e não dependam de ninguém.” (1 Ts 4.11-12). Perceba que antes desta segunda carta aos tessalonicenses, Paulo já os advertira sobre os malefícios da ociosidade e provavelmente eles não deram ouvidos. É notável que Paulo tivesse preocupação com aqueles que viviam desocupados, não queriam trabalhar e desejavam viver a custa dos demais irmãos da igreja e, sem terem nenhum trabalho eles poderiam causar problemas e até mesmo divisões na comunidade (2 Ts 3.6-10.) Lembre-se que uma mente desocupada provavelmente maquinará o mal (Pv 6.14). Pense!

Perceba que a ociosidade tem potencial para gerar comportamentos avessos à vida cristã e impactar outras pessoas devido às intromissões na vida alheia, praticando a conhecida e popular fofoca. Sem nenhuma atividade laboral, as pessoas ficam perambulando a esmo sempre prontos a criticarem quem faz alguma coisa. A lógica é muito simples, quem não faz, gosta de procurar defeitos em quem realiza. Lembre-se que são comuns as frases: “se fosse eu, fazia de outro jeito. Eu faria melhor...etc”.

“Mentes vazias, oficina do diabo”. Esse ditado popular mostra muito bem não só a importância do trabalho como atividade para manter a ocupação mental como retrata as oportunidades que o diabo tem para o homem se corromper quando na ociosidade (Sl 128.2). Atente que sem trabalho e com a mente vazia o homem fica vulnerável e apresenta-se como terreno fértil aos ataques do diabo. Sem ocupação, ele passa a criar situações que desagradam a Deus, promovendo desavenças e conversas paralelas que estragam o reino de Deus. Lembre-se que o trabalho anda de mãos dadas com os objetivos a serem alcançados. A narrativa de Moisés diz que Jacó trabalhou por sete anos para casar-se com Raquel e acabou recebendo Lia, mas o foco era Raquel e ele trabalhou outros sete anos para concretizar seu objetivo (Gn 29.18-29). Entenda que Jacó aliou trabalho e foco para alcançar o resultado pretendido. Reflita seriamente sobre isso!

Tenha no coração que somente o trabalho honesto e digno tem a capacidade de proporcionar o alimento à mesa, abrigo à noite e dar dignidade ao homem. Aliás, desde Gênesis, Deus se manifestou a favor do trabalho dando o jardim do Éden para Adão cuidar e guardar (Gn 2.15). Isso já contraria uma visão distorcida e mundana que diz ser feliz o homem que vive sem trabalhar, quando na verdade o trabalho faz parte da criação. Deus criou o homem e o capacitou com inteligência e habilidades intelectuais e físicas para exercer o trabalho. Noutras palavras, antes mesmo do pecado de Adão e Eva, Deus já havia instituído o trabalho como normativa divina.

De forma contrária, lembre-se que foi a justamente a ociosidade que proporcionou ao rei Davi transgredir contra Deus, numa oportunidade muito bem aproveitada pelo diabo, num episódio bastante conhecido (2 Sm 11.1-4). E mais, saiba que dentre as iniquidades de Sodoma, estava também a ociosidade do povo, uma brecha dentre outras que abriu espaço para todo tipo de maldades que eram praticadas (Ez 16.49).

Neste contexto, lembre-se que uma ocupação digna e um trabalho honesto faz parte da vida do cristão que, aliás, não deve praticar o ócio, sob pena de criar oportunidades e dar luz às concupiscências da carne, perfeito?

Jesus Cristo, filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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