Segunda, 20 Maio 2019 18:28

PARÂMETROS

Escrito por
Avalie este item
(4 votos)

                                                        PARÂMETROS       

“Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus.” (2 Co 3.5)

 

Paulo foi o autor de duas cartas destinadas à comunidade cristã que estava situada na cidade de Corinto. Segundo os estudiosos, a diferença cronológica entre as duas cartas é de pouco menos de dois anos. Na primeira carta Paulo respondeu algumas perguntas que foram feitas sobre atitudes do cotidiano, casamento e alimentos (1 Co 7.1-17; 8.1-13) e na segunda carta, o apóstolo foi questionado quanto ao seu chamado ministerial e sua autoridade apostólica para anunciar a salvação pela graça de Deus.

O contexto da passagem acima está justamente numa abordagem que o apóstolo Paulo fez àqueles que questionavam sua qualificação para falar das coisas de Deus. Em apenas seis versículos, Paulo explica e deixa nítido que embora fosse capaz e até mesmo qualificado para fazer o que estava realizando, ele reconhecia que era Deus quem o sustentava ministerialmente.

Perceba que muitas pessoas sofrem com a conhecida síndrome da inferioridade. Em todos os setores da vida, essas pessoas convivem com um grande dilema, pois mesmo sendo capacitadas, inteligentes e qualificadas para muitas atividades, elas não conseguem exteriorizar seu conhecimento. Dizem que não estão no mesmo parâmetro das demais e, essa situação gera frustração consigo mesmas, cria as angústias da alma e acabam por afastá-las da vida em sociedade.

Veja que em decorrência desta onda de inferioridade que assola tantas pessoas, muita gente vislumbrou uma grande oportunidade para ganhar dinheiro, apenas escrevendo livros de autoajuda, ofertando palavras e frases de efeito, usando clichês e inserindo na mente dessas pessoas que elas são capazes, inteligentes e extremamente qualificadas em viver a vida conforme as circunstâncias vão se apresentando. Incrível, mas perceba que o problema de muitos se tornou a solução de outro tanto. Pense!

Paulo era um homem inteligente, esbanjava sabedoria e tinha sido aluno de um dos grandes mestres do judaísmo daquela época (At 22.3). Ele dominava tudo sobre a lei mosaica e ao ser questionado sobre seu conhecimento teológico pelos homens da comunidade de Corinto, poderia muito bem responder que ele era capacitado, autossuficiente para não só ensinar, como também para falar sobre Jesus Cristo. Afinal de contas, pode-se crer que Paulo tivesse mérito para reivindicar para si o conhecimento sobre as profecias messiânicas que apontavam para Jesus. Noutras palavras, embora tivesse muito conhecimento, de forma sensata, ele afirmou que era Deus quem potencializava suas palavras. Diferente de muita gente, ele teve a sensatez de apontar para Deus a origem de sua ousadia (Rm 11.36). Reflita isso!

Traga essa situação para os dias atuais e olhe quantas pessoas com conhecimento bastante para anunciar o amor e a graça de Deus, quantas pessoas qualificadas que estão por aí se sentindo incapazes de exercer o chamado que Deus colocou em seus corações, justamente por se acharem inferiores? Muitos até dizem que Deus usa esse ou aquele, e quando questionadas por estarem apáticas, apenas alegam não estarem em condições de serem usadas, pois há outros mais talentosos que podem ser empregados no reino de Deus.

Volte sua mente para o chamado do profeta Jeremias, convocado por Deus para falar ao povo de Judá, quando Jeremias sentiu que não era qualificado (Jr 1.7). Moisés também se viu incapaz (Ex 3.11). Deus chamou Isaías e ele alegou ser um homem de lábios impuros(Is 6.5) e até o discípulo Pedro quando estava na presença de Cristo, pediu que o Mestre se afastasse dele, pois não era digno de estar perto de Cristo (Lc 5.8). Todos se sentiram desqualificados e fora dos parâmetros, se viram como inferiores à grandeza do chamado, todavia, nenhum deles fugiu da responsabilidade e todos eles deixaram um legado de fé e excelência na missão que Deus havia proposto.

Saiba que Deus olha para o mundo e não vê as pessoas pelo status, nível social ou qualificações intelectuais (1 Co 1.27). Atente que Cristo poderia muito bem ter chamado para seus discípulos os príncipes judaicos, os rabinos ou mesmo alguns dos principais dos sacerdotes. Mas contrário a este entendimento, ele chamou pessoas iletradas, teoricamente inferiores quando comparados com os intelectuais da época. Resumindo: Ele chamou pessoas dispostas a cumprirem o seu propósito com excelência, pessoas fora dos parâmetros do mundo. Reflita sobre disposição!

Compreenda bem que Deus é aquele que não só qualifica as pessoas como potencializa suas capacidades para que se tornem aquilo que ELE espera delas. O Pai nunca usou as qualidades humanas como parâmetros para fazer cumprir seus propósitos. Entenda: para cumprir o chamado de Deus, basta tão somente possuir ânimo, disposição e um coração que pulse os propósitos do reino. Creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 2118 vezes Última modificação em Segunda, 20 Maio 2019 18:32
Mais nesta categoria: « RETRATO AMOR »

PUBLICIDADE