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Segunda, 05 Agosto 2019 10:19

NÃO VOLTES

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NÃO VOLTES

Não entres na aldeia...” (Mc 8.26)

 

Embora não tenha estado entre os doze discípulos de Jesus, sabe-se que Marcos foi companheiro de Pedro de quem se tornou amigo e registrou suas pregações. Dentre os quatro evangelhos, Marcos é considerado o menor deles, todavia, assume grande importância por apresentar Jesus como o servo, aquele que veio para servir (Mc 10.45). Segundo os historiadores é bem provável que Marcos tenha sido o primeiro evangelho a ser escrito e muitas informações que estão nos evangelhos de  Lucas e Mateus também são encontradas na  narrativa de Marcos.

Um detalhe de Marcos é que ele não incluiu o nascimento e os primeiros anos de Cristo e tampouco fez registro dos detalhes sobre o ministério de João, o Batista. Também é verdade que somente Marcos registrou que este homem cego foi apresentado a Jesus, e logo depois Cristo o tirou da aldeia onde morava (Betsaida), restaurou sua visão e ele passou a enxergar perfeitamente.

É de conhecimento de todos que as pessoas deficientes passam por grandes dificuldades em seu cotidiano. O cadeirante enfrenta inúmeras situações para locomoção, os surdos e os mudos passam por adversidades para se comunicarem e os cegos também penam para levar suas vidas. Muito embora hoje em dia existam algumas tecnologias que amenizam essas intercorrências, percebe-se que ainda há muita coisa a ser feita para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência física. Neste contexto, imagine a vida de um cego no século I, imagine a vida deste homem citado por Marcos caminhando por estradas ruins, sem acesso aos locais públicos, dependendo de amigos e familiares que o guiassem e mais, ele ainda sofria restrições dos religiosos de sua época.

Veja que Cristo não somente curou a cegueira física daquele homem, mas também lhe abriu os olhos espirituais, quando depois da cura física Cristo lhe deu uma ordem para que não entrasse na cidade onde morava (Mc 8.26).

Entenda a existência nos dias atuais de muita gente cega espiritualmente que, diferente deste homem, ainda teimam em viver nos mesmos lugares onde está doente. Veja que este homem foi guiado até Jesus e de maneira significativa, Jesus o tirou daquele ambiente para realizar o milagre (Mc 8.22-23). Em nenhum instante, ele demonstrou ser orgulhoso para recusar ajuda de seus amigos e nem tampouco se negou a caminhar com Cristo. O cego reconhecia sua doença e desejando enxergar não questionou o inusitado processo de cura que Jesus adotou. Reflita!

Traga sua atenção para a quantidade de pessoas nos dias atuais que estão criando deficiências atrás de deficiências, seja pelo rancor, pela ira e principalmente pelo simples ato de recusar ajuda. Carecendo de auxilio e recusando o auxílio, essas pessoas permanecem doentes. Aquele cego não criou problemas quando Jesus usou um procedimento singular, ou seja, ele não interferiu naquilo que não era de sua alçada. Ele reconheceu a enfermidade e se submeteu a metodologia de Jesus, era processo de cura. Reflita nisso!

Reconheça a existência de muita gente que vive em completa cegueira espiritual sem as mínimas chances de cura, justamente por desejaram se livrar da doença permanecendo no mesmo ambiente onde estão vivendo. Lembre-se que Betsaida, cidade onde o cego morava era um lugar de forte religiosidade e seus moradores são citados pelo próprio Jesus como um povo incrédulo que não se arrependera de suas transgressões (Mt 11.20-24). Justamente aqui está o significado de Jesus tirar o homem cego aquele cenário de incredulidade, de tirá-lo daquele sistema e mostrar sua graça redentora para não só lhe abrir os olhos físicos, mas principalmente os olhos espirituais.

Compreenda que a cura teve início quando ele aceitou se submeter ao processo. Aceitou a ajuda de seus amigos, ouviu a voz de Cristo e confiou em quem iria levá-lo para fora da cidade sem ao menos conhecer. Não se esqueça de que a libertação acontece quando os olhos espirituais são abertos depois de ouvir a voz de Jesus. Noutras palavras, traga no seu coração que muitas vezes Deus tira as pessoas do seu ambiente para trazer cura e foi isso que aconteceu com aquele homem, portanto, mais que vontade de ser curado é preciso confiar em quem estende a mão.

Não entres na aldeia...” (Mc 8.26). Depois de curado, essa foi a ordem do Mestre àquele que passou a enxergar. Lembre-se, com os olhos abertos e plenamente curado ele se viu orientado por Jesus de que não deveria voltar a cidade. Ou seja, pessoas curadas não devem frequentar determinados ambientes, porque algumas atmosferas não são para gente sarada. Aquele que vivia em trevas, agora andava na luz. Entenda: quem a visão restaurada deve mesmo mudar de cenário, concorda comigo?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 1339 vezes Última modificação em Segunda, 05 Agosto 2019 10:24