Segunda, 09 Setembro 2019 11:07

HABEAS CORPUS

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HABEAS CORPUS

“Sucedia, pois, que decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó e os santificava, e se levantava de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, porque dizia Jó: porventura pecaram meus filhos e amaldiçoaram a Deus em seu coração. Assim fazia Jó continuamente.” (Jó 1.5)

 

Conforme os estudiosos não há consenso sobre quem seja o autor do livro de Jó, mas isso não faz diferença quando o leitor tem sua visão direcionada para a importância do conteúdo de sua narrativa. O livro de Jó faz parte do conjunto de livros chamados poéticos e aí incluem os Salmos, Provérbios, Cantares de Salomão, Eclesiastes e Lamentações. A narrativa do livro envolve a experiência humana como qualidade universal para trazer conforto, esperança, força e coragem em Deus, notadamente quando o homem enfrenta as mais variadas adversidades que assolam a sua alma (Jó 19.25).

Compreenda bem que quase todos os pais possuem preocupações com seus filhos. Quase, porque existem aqueles que pouco ou quase nada se importam com o que seus filhos fazem, dentro ou fora de suas vistas. Todavia, uma preocupação comum a todos os pais é que seus filhos sejam prósperos, que sejam felizes, que constituam família e que possam caminhar sozinhos quando estiverem adultos.

Sob a perspectiva do olho de Deus, o livro inicia-se apresentando Jó como um homem de fé, temente a Deus, honesto e que se apartava do mal. Era pai de filhos e filhas, possuía muitos bens e pode-se afirmar que era um homem extremamente abençoado por Deus. Neste contexto de homem temente a Deus, tem-se que após as reuniões de confraternizações familiares dos seus filhos, Jó apresentava todos eles a Deus em orações e sacrifícios, temendo que tivessem cometido alguma transgressão contra o Senhor. Numa linguagem bem atual e utilizando um termo jurídico, vemos que o patriarca empregava um habeas corpus preventivo.

E seus filhos iam à casa uns dos outros..” (Jó 1.4). Veja que por vezes se houve falar que depois de determinada idade não cabe mais aos pais orientarem seus filhos, sob o argumento que eles são adultos e donos de si. Por esta parte do versículo, pode-se conjeturar que Jó investiu na formação de seus filhos quando crianças e que este investimento trouxe resultados.  Merece destacar que todos os irmãos tinham ótima comunhão entre si, tinham boas relações familiares e isso fica evidenciado quando além de se reunirem, eles convidavam suas irmãs para celebrarem juntos. Incrível é ver aqui uma qualidade familiar tão ausente nos dias atuais: o verdadeiro significado de viver em família, com reuniões frequentes e celebrações ao prazer de estarem juntos. E se haviam celebrações, entenda que entre eles não havia nenhum sentimento de inveja ou ciúmes. Reflita sobre isso!

Atente que no meio jurídico, qualquer pessoa pode impetrar um documento denominado habeas corpus na modalidade preventiva com a finalidade de proteger a liberdade física de uma pessoa ou quando esta mesma pessoa está com sua liberdade ameaçada. De forma comparativa, era isso que Jó fazia por seus filhos a Deus. Sem saber se eles tinham cometido alguma transgressão com o Criador, Jó intercedia preventivamente por eles, santificava e levantava de madrugada para apresentá-los em oração a Deus.

Interessante que muitos pais hoje em dia até se levantam de madrugada, não com a intenção de orar por seus filhos, mas para verificar se eles já estão em casa. Ou seja, a preocupação é comum no sentido de despertar do sono, mas a finalidade é totalmente divergente. Entenda nesta visão que não basta ser pai, mas assumir o compromisso de conduzir espiritualmente sua família a Deus é vista tanto aqui no Antigo Testamento como é corroborado pelo apóstolo Pedro, citando que hoje somos todos sacerdotes e, portanto, responsáveis por esta condução (1 Pe 2.5-9).

Perceba pelas caraterísticas, o diferencial de Jó. Era um homem compromissado com sua família, tinha ótimo relacionamento com Deus a ponto de como sacerdote de sua casa, oferecer sacrifícios em prol de seus filhos, com a singularidade destes sacrifícios serem conforme o número de todos eles. Pense nisso! Sem sombras de dúvidas, era um bom marido, pai presente e cuidadoso com a santidade de sua casa, principalmente quando se observa que ele fazia isso continuamente. Noutras palavras, não era uma ou outra vez, mas realizava seus sacrifícios com assiduidade (Jo 1.5). Pense!

Compreenda, portanto, que ao ver as boas ações e bons comportamentos dos pais físicos em relações a seus filhos é que as pessoas podem entender o amor e a compaixão de um Pai que não se vê, mas sente no coração. Guarde isso: Aquele Pai que cuida dos pássaros e das flores do campo é o mesmo que cuida de todos aqueles que nele creem (Lc 12.24-27; Jo 1.12). Perfeito?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1239 vezes Última modificação em Quinta, 12 Setembro 2019 14:17
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