Segunda, 25 Novembro 2019 11:21

ENTREGA

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ENTREGA

 “e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e levando a outra parte, a depositou aos pés dos apóstolos.” (Atos 5.2)

 

Escrito pelo evangelista Lucas, o livro de Atos dos Apóstolos tem sua narrativa nos registros do começo do que hoje se denomina igreja e que naquela época eram conhecidas como pequenos grupos cristãos. Esses grupos foram estabelecidos pelo apóstolo Paulo em diversas cidades por meio das viagens missionárias e todos eles enfrentaram muitos desafios para se consolidarem como unidade na fé cristã (1 Co 1.10-17; Gl 3.3 e Cl 2.8). O livro de Atos traz o resumo da igreja, todavia, Lucas narrou muitas coisas e acredita-se também que muitos eventos ficaram sem registro para a história, tal a quantidade de eventos que sequer foram lembrados.

Muito embora as primeiras comunidades tivessem em sua composição pessoas de diferentes culturas e diferentes status, saiba que elas caminhavam e viviam em paz, e com raras exceções pode-se dizer que seus integrantes fossem unidos e focados no mesmo propósito. Pode-se ainda perceber que a igreja já nascia com um coração generoso, principalmente quando Lucas afirma que era um o coração e a alma daquele povo, ou seja, naquela comunidade todos se entregavam ao serviço de Deus (At 4.32).

Atente para os dias atuais na pouca entrega das pessoas sob todos os aspectos da vida em comum. Homens, mulheres e jovens pouco ou quase nada se entregam à sua família. Funcionários pouco se entregam à empresa onde trabalham. Amigos pouco se entregam às suas amizades e alunos pouco se entregam às atividades educacionais. E nas igrejas essa entrega não é diferente, existe pouca ou quase nenhuma entrega no serviço a Deus. E assim pode-se citar uma série de situações onde a entrega ou a doação é praticamente inexistente ou quase nula.

A narrativa de Lucas diz que um homem estrangeiro (José, natural de Chipre, At 4.36-37) foi tocado por Deus e fez uma doação á comunidade de Jerusalém e isso foi o bastante para desencadear a vontade do casal Ananias e Safira a fazerem o mesmo, todavia, de comum acordo, eles mentiram e não entregaram a oferta. O resultado desta mentira foi a perda da vida, a perda do dinheiro, a perda da propriedade e a pior das perdas: a salvação (At 4.34-37 e  At 5.1-10).

Transporte esse registro para os dias atuais e compare os níveis de entrega das pessoas. Ananias e Safira até - sentido de alcance - tinham a intenção de entregarem uma oferta á igreja, mas antes disso,  eles foram dominados pela cobiça e mentiram. Isso é o que prevalece nas famílias, nas amizades, nas relações pessoais, nas relações de trabalho e incrivelmente é o que prevalece também no meio cristão, quando se aborda a relação do crente com Deus. Hoje predomina um ambiente de alto consumo religioso, onde muitos estão sendo atraídos por tantas coisas fora do ambiente eclesiástico que não mais se lembram em dar prioridades às coisas de Deus. É fácil perceber que muita gente tem sido mais expectadora dos cultos do que efetivamente um adorador. Noutras palavras, muitos se apresentam para assistir e participar do culto e nunca para cultuar individualmente a Deus, e assim, pode-se afirmar com muita certeza que não há nenhuma entrega a Deus. Quando muito, percebe-se uma entrega parcial, mesclada com a mentira, assim como intentaram fazer o casal Ananias e Safira. Noutras palavras, hoje muita gente vive sem compromisso e sem fidelidade a Deus, evidenciando suas prioridades nas coisas do mundo secular. Reflita seriamente sobre isso!

Se Ananias e Safira morreram fisicamente, veja que hoje as pessoas estão morrendo espiritualmente quando optam por entregarem-se parcialmente. Vagarosamente a morte espiritual chega quando o tempo dedicado a Deus vai se reduzindo, o período de oração é diminuído e as leituras da Bíblia com as práticas espirituais desaparecem na mesma proporção da frequência aos cultos. Atente que nem a presença física nos cultos é garantia de uma sobrevida, quando inexiste a entrega. Pense!

“...Eis que te sirvo há tantos anos..”. (Lc 15.29). Essas foram as palavras do irmão do filho pródigo. Realmente ele servia ao seu pai, assim como muita gente também está no evangelho há muitos anos, sem contudo jamais se entregarem ao serviço daquele que o chamou. Ou seja, estar na casa do Pai não é indicador de uma entrega verdadeira. Está na casa do Pai, mas o coração está distante. Reflita!

“Que darei ao Senhor por todos os seus benefícios que me tem feito?”(Sl 116.12). Essa pergunta do salmista necessita de uma resposta e essa resposta passa necessariamente pelo nível do que se entrega a Deus. Não em valores financeiros, mas em adoração, compromisso, fidelidade, honra e principalmente em obediência. Lembre-se que a caminhada cristã exige reciprocidade com Deus. Ela exige entrega! Perfeito?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 2737 vezes Última modificação em Domingo, 01 Dezembro 2019 14:59
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