Segunda, 10 Fevereiro 2020 15:31

RECONSTRUÇÃO

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RECONSTRUÇÃO

“Acabou-se, pois o muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e dois dias”. (Ne 6.15)

O livro de Neemias, escrito pelo autor de mesmo nome, faz parte dos livros históricos, narrando trechos da história do povo judeu. No livro não há nenhuma menção aos seus familiares, como esposa e filhos e isso tem suscitado que Neemias não tivesse mesmo casado, daí, a sugestão mais difundida dos estudiosos seja que Neemias tenha sido copeiro e eunuco no reinado do rei persa de nome Artaxerxes (Ne 1.11).

Após rebeldia contra Deus e seguir outros caminhos o povo judeu foi dominado e levado como escravo para a Babilônia. Naquela nação ele ficou por um período de setenta anos, tempo este que foi previamente vaticinado pelo profeta Jeremias. Muitos morreram e nasceram longe de sua terra, da mesma maneira que outros nasceram e morreram sem ao menos conhecer a terra da promessa de seus pais (Jr 25). Jerusalém foi praticamente destruída pelos babilônicos e logicamente que o templo e os muros foram jogados ao chão. O contexto da passagem acima se refere à reconstrução dos muros da cidade, narrativa essa contada com muitos detalhes por Neemias.

Veja que os jornais noticiam diariamente projetos de construção de rodovias, túneis, pontes e edifícios. São projetos grandiosos, com arquitetura arrojada, maquinário moderno, materiais de última geração e mão-de-obra especializada. Por vezes a mídia acompanha as etapas da construção e as pessoas ficam curiosas pela evolução e muitos aguardam ansiosamente a conclusão da obra, marcando os dias para que ela seja entregue para o fim a que se destina.

Neemias estava no palácio e recebeu a noticia sobre a miséria dos seus compatriotas que ficaram em Jerusalém e após apresentar a Deus sua vontade e desejo, ele teve autorização do rei Artaxerxes para a reconstrução dos muros de Jerusalém e assim ele viajou para tocar a obra. Houve contratempos, houve luta e desafios para levar adiante o seu projeto. Houve quem aprovava a reconstrução dos muros e houve também quem não queria os muros reconstruídos. Foi neste cenário que Neemias viveu o desafio de executar o projeto que Deus colocara em seu coração.

“Acabou-se, pois o muro aos vinte e cinco de elul, em cinqüenta e dois dias”.  (Ne 6.15). Segundo teoria dos arqueólogos, naquela época a extensão das muralhas da cidade tinha 1600 metros de cumprimento, 12 metros de altura média e largura média de 8 metros. Para os padrões da época era uma obra grandiosa e incrível. Dentre outros motivos, a importância de refazer os muros era para evitar o trânsito dos inimigos, que entravam e saiam a hora que bem entendiam, trazendo constrangimento e vergonha ao povo (Ne 2.17).Com os muros erguidos o povo estaria protegido e a cidade fortalecida, e os inimigos do lado de fora.

De maneira comparativa, entenda que o homem pode ser visto sob o ângulo de uma cidade. Com muros que o cercam, com portas de entrada e com um interior que precisa ser protegido. Assim como a cidade de Jerusalém foi saqueada e destruída, entenda que ao homem pode acontecer a mesma coisa. Jerusalém, outrora era uma cidade reluzente, bonita, centro de toda peregrinação que recebia muita gente de todos os lugares do mundo, mas naquele momento, estava arruinada e sem vida. Pense!

Assim muitos homens que no passado foram íntegros, corretos diante de Deus, hoje podem estar distante daquilo que eram e neste contexto, existe a necessidade de reconstruir os muros, fechar as brechas, para num primeiro momento, se protegerem dos adversários que entram sem nenhum obstáculo. Atente que a reconstrução dos muros foi executada, todavia, Neemias esteve diante de muita luta e se esforçou para isso. Lembre-se que para fazer a separação do mal que teima em entrar e fazer morada no coração do homem, não basta apenas boas intenções, é necessário renúncia, sair da zona de  conforto, ter muita determinação para enfrentar os inimigos, e nisso Neemias foi exemplo de luta e persistência. Reflita!

Veja que Neemias lutou e se manteve firme no seu projeto e nada o tirou do foco até que a obra fosse concluída (Ne 6.15). Ele venceu as tentações que não foram poucas e alcançou o resultado que havia proposto executar. Traga isso para os dias atuais e perceba que ao homem, diariamente é concedido a oportunidade de também reconstruir sua vida, fechar as entradas e cercar o muro do seu coração, vedar as trincas e aberturas por onde entram os maus pensamentos e somente depois destas medidas, consolidar uma vida plena em Cristo. Resumindo: ainda não é fim, o homem pode estar destruído, jogado ao chão, mas tem jeito, basta aceitar o desafio, ter persistência e vontade de reconstruir! Creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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