Segunda, 18 Maio 2020 17:37

FOFOCA

Escrito por
Avalie este item
(6 votos)

FOFOCA

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas somente a que seja útil para a edificação, de acordo com a necessidade, a fim de que comunique graça aos que a ouvem.” (Ef 4.29) 

 

Assim como essa carta aos integrantes da comunidade cristã que estava na cidade de Éfeso, Paulo escreveu outras doze com destinatários diversos. No total são treze cartas, chamadas cartas paulinas, em alusão ao nome do apóstolo. Não há dúvidas que foi mesmo Paulo que fundou a igreja de Éfeso, inclusive por lá ele permaneceu por um período de três anos (At 19.1; 20.31). Conforme informações dos estudiosos, a cidade de Éfeso ficava na Ásia, tinha ótima localização geográfica, era uma cidade pagã e se destacava pelo culto a deusa de nome Artêmis, também conhecida como a grande Diana dos efésios. Fácil dizer que a vida daquela sociedade era influenciada pela adoração dessa deusa, já que isso movimentava o comércio e a indústria naquela cidade.

O contexto da passagem acima está na narrativa do apóstolo Paulo que desenvolveu grandes blocos de ideias e um desses blocos está agrupado em treze versículos, tratando sobre a nova vida comportamental daqueles que receberam pela fé, as boas novas do evangelho (Ef 4.17-29).

Se existe algo que machuca e causa ferimentos graves, além de muitos aborrecimentos nas relações pessoais, são as temidas fofocas. Entenda que elas nascem de uma mente perturbada e podem causar muitos estragos. Dizem por aí que quem passa pela tempestade de uma fofoca ou quem enfrenta as turbulências de situações parecidas, sonha alto em morar numa ilha, longe de tudo e de todos e sem acesso a qualquer meio de comunicação. Imagine, portanto, como deve ser a vida de pessoas vítimas de tais atos.

Veja que Paulo aborda este assunto com aqueles irmãos no sentido de alertá-los sobre a inconveniência das conversas sem fundos de verdade ou aquelas que mesmo com alguma verdade, não deveriam ser ditas com base na ética. Aqui se pode imaginar que tais comportamentos fossem comuns naquela sociedade. Mas, compreenda que mesmo numa época tão distante dos dias atuais, é de supor que as conversas sem sentido e sem fundamentações trouxessem prejuízos não somente para as relações entre os integrantes da comunidade, mas para a vida da sociedade em geral.

Hoje em dia o derramamento de notícias falsas recebeu o nome de fake news, inclusive com emprego de tecnologias para dar mais alcance, todavia, o uso imoderado da língua ou dos dedos nas teclas, tem causado problemas em todos os ambientes da sociedade.  “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR” (Lv 19.16).Não se sabe se o povo hebreu tinha este péssimo hábito enquanto escravo no Egito, todavia, Moisés, impôs uma regra e chamou de mexeriqueiros todos aqueles que tinham este perverso costume. Noutras palavras, o hábito de difundir informações mentirosas, inclusive no meio do povo de Deus é tão antigo quanto andar para frente. Reflita!

“Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7.24). Palavras do próprio Cristo orientando que as pessoas não sejam divulgadores de fatos que não trazem paz, ou seja, de fatos que não venham a edificar, mesmo que tenham algum lastro de verdade e aqui entra o sentido de guardar a ética. Entenda que ter zelo com o que se fala ou com que se digita é tão importante, que Tiago, então líder da primeira igreja em Jerusalém, já ensinava sobre a importância em ter a língua sob controle. Ele a comparava a língua como um mundo de iniquidade, com força bastante para contaminar todo o corpo, colocando em risco a própria existência da humanidade (Tg 3.8). E hoje, podem-se acrescentar as teclas. Pense!

Vive-se em um tempo com muitas pressões, numa sociedade caótica, uma sociedade decadente e enferma devido a tantos problemas e soma-se ainda essa pandemia sobre o Coronavírus, todavia, entenda que empregar palavras que não edificam e que ocasionam mais contrariedades e inquietações sociais, simplesmente não ajuda, mas piora a convivência. Saiba que depreciar o outro, fazer intrigas, gerar mentiras, espalhar fatos que não deveriam ser difundidos e destacar defeitos alheios dentre tantos outros, estão na ordem das estratégias que o diabo utiliza para criar confusão e desavenças em todos os ambientes, inclusive o familiar. Corra, fuja disso! Mostre o caminho da paz, tenha moderação, empregue o seu tempo para cuidar de pessoas, seja um facilitador e jamais um dificultador. Pratique isso, viva assim!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1190 vezes Última modificação em Segunda, 18 Maio 2020 18:19
Mais nesta categoria: « IMPREVISTOS PERIGO »

PUBLICIDADE