Segunda, 08 Junho 2020 15:41

CRÍTICOS

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CRÍTICOS

A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes?” (Lc 7.31)

Não existem dúvidas de que Lucas seja mesmo o autor do terceiro evangelho. Médico de formação, acredita-se que Lucas cuidou das feridas de Paulo, o acompanhou  nas viagens, era mesmo um amigo de verdade, inclusive estiveram juntos na viagem de navio para Roma, quando enfrentaram uma forte tempestade.

Ao escrever, percebe-se que Lucas procura identificar Cristo com a espécie humana e dentre os quatro evangelhos, Lucas é o autor que coloca maior quantidade de informações sobre a vida de Jesus Cristo. Em sua narrativa, Lucas se mostra como o evangelho de esperança, de amor e da simpatia de Jesus por todos, principalmente quando realizava curas e promovia libertações, numa prova incontestável de sua bondade pelas pessoas.

O versículo acima está dentro do contexto da parábola dos meninos. Jesus fez este ensinamento abordando os príncipes judaicos e os religiosos daquela época. Era uma forma de adverti-los sobre a posição deles em relação a dois ministérios distintos entre si, João, o batista e Jesus Cristo. Ambos os ministérios estavam atuando ao mesmo tempo, simultâneos (Lc 7.29-35). Essa parábola também está registrada no evangelho de Mateus (11.16-19).

Compreenda que existe uma onda de insatisfação pessoal que reina em todo lugar. Insatisfação com os políticos em todos os níveis (municipal, estadual e federal). Insatisfação com o comércio, com a indústria, insatisfação no ambiente de trabalho, insatisfação com familiares e até mesmo com a igreja. Enfim, vive-se hoje uma onda de pessoas insatisfeitas e perceba que pessoas insatisfeitas não objetivam nada e infelizmente, também não produzem. Pense!

Após mais de quatrocentos anos de silêncio de Deus, surge João, filho do profeta Zacarias. Homem de hábitos estranhos, ele morava no deserto, se alimentava de insetos, não frequentava as festas e os jantares. Era o típico sujeito antissocial. Para os judeus que apregoavam o julgamento de Deus, João, ao anunciar a necessidade de arrependimento de seus compatriotas, se viu rejeitado e desqualificado para pregar essa mensagem (Lc 7.32).

Noutro lado, Jesus era o extremo de João. Tinha uma intensa vida social, participava de casamento, celebrações, jantares e ainda tinha tempo para conversar com publicanos, prostitutas e toda sorte de gente que se aproximasse. Entretanto, para os rabinos que tanto conheciam as escrituras e esperavam a vinda do Messias, quando Jesus chegou, eles não se alegraram, e assim como fizeram com João, se tornaram indiferentes e o criticaram (Lc 7.34).

Era nítido que aqueles nobres, aqueles rabinos e todos aqueles religiosos não estavam satisfeitos com nada. Nada supria as expectativas deles, eram muito orgulhosos. João era antissocial demais e Cristo, muito afeto ao povo. Resumindo, era impossível que eles se enchessem de Deus se antes, não se esvaziassem de si mesmos. Reflita sobre isso!

“A que, pois, compararei os homens desta geração, e a que são semelhantes?” (Lc 7.31). Nos dias atuais, há grande semelhança com a indagação que Jesus fez aos homens daquela época. Também hoje existem centenas de pessoas orgulhosas ao extremo, insatisfeitas, altamente críticas e que nada as agrada. Dentro das igrejas são aqueles que se consideram mais capacitados, mais instruídos, que oram mais e que se sentem mais espirituais que os demais. Fora das igrejas são aqueles outros que veem as igrejas como locais inadequados, como ambientes onde se reúnem pessoas de todas as espécies e por aí vai um monte de críticas e comentários depreciativos. Noutras palavras, há uma geração de gente insatisfeita, que nada está bom, ninguém presta e que nada serve, gerando, tal como na época desta narrativa, uma multidão de críticos, de indiferentes e logicamente, uma multidão de incrédulos. Reflita isso!

“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça.” (Jo 15.16). Guarde isso. Muitos podem não gostar do ministério de louvor da igreja, podem não gostar da localização da igreja, mas não podem se esquivar do chamado, do propósito e da nomeação a que foram sujeitos por Cristo. Saiba que novos caminhos se fazem somente caminhando, ou seja, se fazem movimentando as pernas. Portanto, o momento não é de indiferença, não é de criticar A ou B, mas de se movimentar, de ser sensível à voz do Espírito Santo e gerar frutos, aliás, frutos que permaneçam.

Entenda ser hoje o momento de jogar fora o orgulho, as críticas e a eterna insatisfação por tudo e se desfazer da indiferença, assumir sua posição no reino e ser uma pessoa resolvida. Aprenda: Deus pode realizar grandes feitos na sua casa, na sua família, no seu trabalho, na faculdade e em tantos outros lugares por meio de sua disposição em servir no reino. Compreenda isso, mova-se, vença você mesmo! Estamos combinados?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 968 vezes Última modificação em Segunda, 15 Junho 2020 19:07
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