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Segunda, 31 Agosto 2020 16:04

PALPITES

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PALPITES

 “..Este homem não procura o bem estar  do povo, e sim o mal..”(Jr 38.4)

 

Jeremias foi o autor do livro que leva o seu nome. Dentro da divisão bíblica, o livro de Jeremias faz parte do conjunto de livros denominado profetas maiores, face o grande volume de conteúdo registrado. No meio cristão Jeremias é conhecido como o profeta chorão em decorrência de sua ansiedade em fazer com que o povo de Judá abandonasse a idolatria e o pecado e se voltassem para Deus.

Em sua narrativa Jeremias profetiza, adverte e também ensina o povo de Judá a caminhar dentro dos parâmetros da aliança que fora estabelecida com Deus, todavia, a rejeição ao ensino e às advertências e com a quebra dessa aliança e consequentemente da perda dos cuidados e da proteção divina, eles acabaram como escravos dos caldeus, situação essa que foi antecipada por Jeremias e que perdurou por setenta anos (Jr 25.1-14).

Ninguém escapa das opiniões, das sugestões e da intromissão alheia em muitas situações pessoais. Todos gostam de opinar, aliás, qualquer assunto, qualquer tema, sempre surgirá algum entendido para tomar a frente e querer dar sua opinião. Resumindo: futebol, política, gastronomia, filmes e uma gama enorme e variada de assuntos, sempre tem gente dando palpite. É uma realidade!

A narrativa de Jeremias está inserida no ataque dos caldeus contra a cidade de Jerusalém. Anos atrás, o rei Nabucodonosor tinha liderado um ataque à cidade e levado na condição de escravos milhares de judeus, dentre esses, os jovens Daniel, Hananias, Misael e Azarias (Dn 1.1-7). Todavia, o rei Zedequias, que fora nomeado rei em Judá pelos caldeus, se rebelou e isso gerou novo ataque (Jr 39.1-2). E ambos os ataques babilônicos foram preditos pelo profeta Jeremias (Jr 29.1-9 e 38.1-4)

Desde sempre, o homem é chamado a ouvir e obedecer a Deus. No AT tanto o povo de Israel como o povo de Judá foram instados a ouvir profetas que advertiam, consolavam e davam direcionamento para se aproximarem e restaurarem a comunhão com o Senhor (Jr 25.4). Neste contexto, houve períodos em que acataram a voz de Deus e se deram bem, noutras oportunidades, quando a desobediência falou mais alto, o resultado foi péssimo.

O profeta Jeremias tinha credibilidade junto ao povo. Ele era o mensageiro, era o porta voz de Deus e suas palavras falavam por si, entretanto, o rei Zedequias vivia um reinado de extrema dificuldade. A cidade estava sitiada pelos babilônicos e literalmente isolada, a produção das lavouras não entrava na cidade e isso gerava fome e desespero que culminava em mortes. Em Jerusalém ninguém entrava e ninguém saía. Um lockdown perfeito. Para piorar o governo de Zedequias, o profeta Jeremias dizia alto e em bom tom que eles deveriam se render para saírem com vida. Todavia, havia vozes contrárias afirmando que Jeremias contava mentiras e queria na verdade enfraquecer o povo. Entenda bem: de um lado a voz de Deus na boca do profeta que tinha credibilidade, no outro extremo, a voz dos amigos do rei. Essa era a vida do rei Zedequias que recebia informações conflitantes entre si. Noutras palavras, o atual termo fake news já existia, é invenção antiga (Jr 38.4-5). Reflita!

Ao final, Jerusalém foi invadida. Houve violência, mortes e destruição. O profeta Jeremias estava certo. Zedequias viu seus filhos serem mortos a golpes de espada e depois teve seus olhos vazados, sendo levado preso para a terra dos caldeus. Os amigos, nobres de Judá que haviam dito que Jeremias era mentiroso, foram feitos prisioneiros e depois mortos pelos caldeus (Jr 39.6-8).

Trata essa história para os dias de hoje e veja quantas pessoas vivenciam situações semelhantes. Muita gente passa por crises e estão como o rei Zedequias. Recebendo e escutando duas ou mais fontes de opiniões ou palpites diferentes e ao final não sabem em quem confiar. Problemas no casamento, problemas com os filhos, demissões do emprego, desajustes com colegas no trabalho, conversas sem fundo de verdade (fofocas), calúnias, difamações e enfermidades são algumas das crises que todas as pessoas estão sujeitas. E sempre aparecem vozes dando palpites, criando solução e querendo governar a vida de quem passa a dificuldade. Pense!

Entenda que a sabedoria nas crises está em saber filtrar aquilo que se escuta dos amigos, dos colegas e de tanta gente que gosta de opinar, e olha que nas adversidades alheias, todo mundo gosta de dar palpite. Comuns que eles sejam assim: “...faça assim... fale desse jeito... vá por aqui, fique aí que vai dar certo..”.  Aprenda a ser sábio, se faça de surdo às vozes estranhas que estão chegando aos seus ouvidos. Não negocie princípios, valores e muito menos as verdades cristãs. Noutras palavras, tampe seus ouvidos. Lembre-se de não dar créditos a quem não compartilha a mesma fé e o mesmo propósito que você.

Finalizando, saiba que na história de Zedequias, ele pagou um preço alto (foi preso, viu a morte dos próprios filhos e seus inimigos lhe vazaram os olhos) e os amigos que palpitaram e que direcionaram sua decisão também foram mortos, mas hoje você pôde conhecer essa história e proceder diferente em situações similares. Portanto, guarde isso: tão importante quanto ouvir a voz de Deus é detectar a voz do diabo que deseja o seu mal, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 786 vezes Última modificação em Terça, 01 Setembro 2020 15:48