Segunda, 11 Janeiro 2021 19:55

PRINCÍPIOS

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PRINCÍPIOS

“...és tu aquele Daniel?” (Dn 5.13)

O livro de Daniel tem sua autoria no profeta de mesmo nome. Conforme o vaticínio do profeta Jeremias, os caldeus atacariam a cidade de Jerusalém e destruiriam tanto a cidade como o templo e isso realmente se concretizou (2 Rs 25.8-11; Jr 25). Naquela época, muitos homens, mulheres e crianças foram levadas pelo rei caldeu Nabucodonosor na condição de escravos para a Babilônia e, dentre essa multidão estava a pessoa do jovem Daniel.

Daniel fazia parte de uma linhagem nobre dos judeus e a narrativa não diz sobre a idade que ele e seus três amigos tinham quando foram transportados, todavia, sabe-se que devido as boas aparências, de jovens sem defeitos físicos e instruídos em toda a sabedoria, eles foram escolhidos para assistirem ao rei no palácio real e isso realmente aconteceu (Dn 1.4).

Anos mais tarde, o rei Belsazar, sucessor de Nabucodonosor fez uma festa e usou os vasos e utensílios que vieram como despojos da invasão feita em Jerusalém. A narrativa diz que apareceu uns dedos de mão e escreveu uma frase na parede onde estavam muitas pessoas. Os sábios caldeus não conseguiram ler os dizeres e foi sugerido que Daniel fosse apresentado ao rei para ler e interpretar aquela frase. Diante da chegada de Daniel, o rei fez a indagação: “...és tu aquele Daniel?” (Dn 5.13).

Veja bem que as pessoas são identificadas pelo nome de registro e vezes por outra, são também identificadas pelas atividades que exercem. Comum que sejam acrescidos ao nome a profissão ou algo que o complementa. Muito comum as identificações de pessoas com acréscimo do nome do cônjuge. Mas se tem algo que além do nome que identifica o indivíduo e faz o melhor complemento, são as qualidades morais. Pense!

A narrativa do livro de Daniel mostra que mesmo distante de sua terra, ele e seus amigos se mostraram firmes em suas convicções religiosas e não se deixaram influenciar pelo ambiente que estavam vivendo. Importante lembrar que a cidade da Babilônia era conhecida pela promiscuidade, como símbolo de degradação moral, de idolatria, materialismo, pela devassidão moral e pela forte influência dos deuses caldeus na vida de seus habitantes.

Perceba que Daniel ao ser colocado frente a frente com o rei Belsazar, este rapidamente lhe perguntou se era o mesmo Daniel, se era o mesmo jovem judeu que tinha vindo na deportação. Ou seja, todas as características que identificavam Daniel como homem honrado, honesto e íntegro estavam intactas. Era evidente na visão do rei caldeu que mesmo com o passar dos anos, aquelas características morais não se perderam naquele perverso ambiente. Resumindo, entenda que a cultura babilônica não teve forças para influenciar Daniel, que se manteve firme em suas convicções. Reflita!

Atente bem que uma das desculpas mais pronunciadas por tantas pessoas que mudam suas convicções para pior, é justamente alegar que não tiveram forças suficientes para vencer o mal. Dentre outros exemplos, veja que jovens que outrora não faziam uso de bebidas alcóolicas, no momento podem se encontrar viciados tanto no álcool como no fumo. Grupos de amigos, grupos familiares, colegas de universidades e tantos outros ambientes por aí, podem, eventualmente, influenciar homens e mulheres á práticas muito distantes de uma vida que outrora era honesta e íntegra.

Implícito à pergunta do rei para Daniel estava claro o desejo de Belsazar de saber se Daniel ainda mantinha as mesmas qualidades morais e espirituais que o tornaram conhecido em todo o reino babilônico. Mesmo vivendo naquela nação que respirava a idolatria Daniel mantinha sua fé, e suas práticas espirituais eram uma constante e ele sempre louvava o Deus dos céus e o Deus de seus pais (Dn 2.19;23). Noutras palavras, nada daquilo que vicejava ao seu redor foi capaz de influenciá-lo a ponto de perder sua fé em Deus. Guarde isso!

No evangelho de João, Jesus disse aos seus discípulos que eles não eram do mundo e que os havia escolhido, portanto, separando-os do mundo e logicamente, de suas práticas (Jo 15.19). Estar no mundo, manter seus princípios e não ser do mundo com suas realidades e sua perversidade, tem sido o grande desafio de todo cristão, principalmente quando depara com inúmeras situações que não só podem tirá-lo da presença de Deus como pode descaracterizar sua identidade em Cristo. O desafio é manter o padrão num mundo despadronizado. Reflita!

Naquele mundo degradante na corte da Babilônia, Daniel passou anos com a mesma convicção, no mesmo padrão de obediência e com a mesma fidelidade em Deus com a que foi deportado. Existe até uma frase por demais conhecida no meio cristão que diz que Daniel viveu na Babilônia, todavia, a Babilônia não viveu em Daniel. Resumindo, o mundo está numa decadência moral terrível, igual ou mesmo pior que a tão falada Babilônia, todavia, mantenha suas convicções cristãs e seus princípios em Cristo. Seja um influenciador. Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 688 vezes Última modificação em Segunda, 11 Janeiro 2021 22:16
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