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Segunda, 18 Janeiro 2021 09:57

FELIZ

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FELIZ

“Possuía ovelhas e bois e grande número de servos, de maneira que os filisteus lhe tinham inveja”. (Gn 26.14)

 

O livro de Gênesis trata do começo de todas as coisas e é o primeiro livro da bíblia. Juntamente com outros cinco livros, ele faz parte de um conjunto denominado Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Na narrativa, cujo autor é consenso entre os historiadores que se trata de Moisés, tem-se que Deus criou a terra, os mares, as florestas e os animais. Por fim, Deus criou a coroa de toda a criação: o homem.

De maneira singular, Gênesis demonstra grandes verdades que são fundamentais ao  cristianismo, desde a transgressão de Adão e Eva como as histórias de personagens que cada um ao seu modo, contribuíram para consolidar a fé, a esperança, as promessas de Deus e a restauração do homem diante de Deus.

O contexto da narrativa aborda a questão do ciúme, um perverso sentimento que desde sempre teima em ocupar a mente do homem. Isaque era um homem bem sucedido, tinha muitos animais, bastantes servos e isso aos olhos dos filisteus foi a causa de algumas desavenças e desajustes nos relacionamentos (Gn 26.14-25).

Atente bem que o homem parece não se acostumar com a felicidade alheia, aliás, muitos homens e muitas mulheres não sabem ainda lidar com o sucesso de seu semelhante. Isso fica evidente quando as crianças brigam entre si por causa de brinquedos, ganha corpo entre os jovens e adolescentes que não toleram ver colegas obtendo sucesso e se materializa nos adultos que não suportam ver gente feliz e tendo sucesso no trabalho, em casa, nos relacionamentos e por aí afora numa infinidade de situações.

Isaque era um homem que tinha muitas posses e estes bens foram a causa que fez aflorar a inveja dos filisteus. A narrativa diz que Isaque cavou cisternas para dar água ao rebanho, mas os filisteus vieram e entulharam a cisterna. Ele foi para adiante e cavou outra cisterna, novamente, os invejosos dos filisteus vieram e entulharam o segundo poço. Finalmente Isaque cavou o terceiro poço e esse não foi mais entulhado pelos invejosos (Gn 26.17-25).

Compreenda que Isaque não se desmotivou com as tentativas de seus inimigos em jogar pedras nas duas primeiras ocasiões em que cavou os poços. De maneira brilhante e perseverante em seus objetivos ele demonstrou uma nobre atitude tão ausente nos dias atuais: a perseverança e a busca pela paz. Entenda bem que Isaque não podia impedir que os filisteus o invejassem, isso estava fora de seu controle, todavia, ele tinha em mãos a possibilidade de não ficar no mesmo espaço e de não procurar confusão. Veja que ele não procurou por brigas e nem discutiu o assunto, mas se afastou e criou novas oportunidades. Saiba que sair do ambiente onde a inveja e o ciúme dominam os corações é ótima opção e, embora algumas mudanças sejam trabalhosas, Isaque criou coragem e silenciosamente deslocou para outro território (Gn 26.17). Guarde no seu coração que permanecer em ambiente hostil, sujeito a ataques de pessoas invejosas e ciumentas nunca foi a melhor decisão. Pense nisso!

Em todo o contexto bíblico, diversos personagens foram movidos em seus corações para causar dor e destruição, impulsionados pela inveja, pelo ciúme e pelo ambiente competitivo onde viviam. O rei Saul invejou Davi (1 Sm 18.8) e este nutriu inveja de Urias, casado com Bate-Seba (2 Sm 11.1-3). José foi vítima do cíume de seus irmãos (Gn 37.1-4). Trazendo isso para um termo bem atual, é como estes personagens tivessem a famosa dor de cotovelo!

Hoje, com poucas exceções, o homem convive com seus semelhantes em situações idênticas a essa história que foi narrada sobre Isaque. Entenda bem que raros aqueles que desejam o bem ao próximo, raras as pessoas que não nutrem uma ponta de ciúme porque o colega e/ou parente obteve sucesso em alguma área profissional ou privada. Existe muita gente aborrecida que de uma maneira ou de outra vivem carregadas deste perverso sentimento desejando o mal, atrapalhando a vida de outrem, quando deveriam se alegrar com o sucesso alheio (Rm 12.15). Incrível, mas perceba que os poços cavados por Isaque  e entulhados pelos filisteus deixaram de servir a ambos. Assim, de forma comparativa o sucesso de um, pode trazer benefícios a todos. Reflita!

Saiba que essa narrativa possui muita semelhança com os desentendimentos que ocorrem hoje dentro das casas, dentro das famílias, dentro das empresas e inclusive no meio eclesiástico. Relacionamentos saudáveis passam longe de sentimentos que não constroem, portanto, guarde isso: a inveja e o ciúme são danosos, são filhas de ressentimentos não curados, parentes da raiva e do rancor e são oriundas de pessoas afastadas de Deus. Fuja disso, se alegre com os que se alegram. Viva feliz, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 723 vezes Última modificação em Sábado, 30 Julho 2022 22:25