Terça, 26 Janeiro 2021 09:14

FANTASMA

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FANTASMA

“E subiu para o barco para estar com eles” (Mc 6.51)

 

O Evangelista João Marcos não foi discípulo de Jesus, todavia, se tornou amigo de Pedro de quem obteve e registrou muitas informações para escrever seu evangelho. João Marcos acompanhou Paulo e Barnabé nas viagens missionárias, inclusive foi o pivô de uma discussão entre estes dois (At 15.36-39). Marcos era filho de Maria, cuja casa foi o local onde muitos intercediam pelo apóstolo Pedro, que estava preso por ordem de Herodes e foi libertado de maneira sobrenatural (At 12.12).

Após a multiplicação dos pães e depois de alimentar muitas pessoas, Jesus ordenou a seus discípulos que fossem para cidade de Betsaida por via marítima. Devido uma forte tempestade em alto mar, os doze discípulos ficaram desesperados, todavia, Cristo se aproximou deles, acalmou os corações e a ventania cessou. Este é o contexto de mais um milagre operado por Jesus e registrado em apenas oito versículos (Mc 6.45-52).

Sem sombras de dúvidas ninguém está isento de enfrentar algumas aflições na vida. Uns dizem que estão passando por lutas, outros por sérias adversidades e tem mesmo aqueles que afirmam estar enfrentando verdadeiras tempestades, com ventania e chuvas de granizo, tal a intensidade. Algumas crises são de ordem familiar, outras de ordem financeira, tem-se ainda as enfermidades, o desemprego e as separações conjugais. Algumas turbulências são grandes, outras menores, umas longas, outras curtas, mas resumidamente o certo é que enquanto o homem viver, ele passará mesmo por momentos ruins!

Logo depois de Jesus operar um grande milagre alimentando milhares de pessoas (alguns historiadores calculam quinze mil pessoas, pois as narrativas omitiram mulheres e crianças que estavam presentes), e após essa grande manifestação do poder de Deus, Jesus compeliu seus discípulos a tomarem o barco e irem para a cidade de Betsaida. Atente que nem deu tempo de os discípulos processarem o milagre e eles já estavam no barco quando uma tempestade os pegou em mar aberto.

Cansados de tanto remar contra o vento e vivenciando uma forte crise coletiva,  e prescindindo que a morte se aproximava, os discípulos viram Jesus se aproximar  caminhando sobre as águas. Assustados e emocionalmente abalados pelas circunstâncias, eles  pensaram que fosse um fantasma. A sequência ou a dinâmica dos fatos é que Jesus se aproximou, acalmou os corações, subiu no barco e somente aí deu ordens ao vento que cessou (Mc 6.47-51).

De maneira semelhante aos doze discípulos que se assustaram com Jesus caminhando sobre as aguas e pensaram se tratar de um fantasma, veja que nas crises, nas aflições, nas lutas e situações adversas que muita gente enfrenta, algo muito comum é a perda da visão. Nas lutas, o homem enxerga situações de forma equivocada, nas adversidades muita gente faz leituras erradas e pior que isso, faz julgamentos errados. Veja que na notícia de um diagnóstico de câncer, muitas pessoas já enxergam a morte. Nas brigas de casais, muitos já veem a separação e o divórcio e uma simples avaliação abaixo da média, muitos estudantes já enxergam a reprovação. São leituras equivocadas por quem está vivenciando a crise. Reflita!

Perceba que nas aflições da alma, muita gente se  torna pessimista e começa a ver, como os discípulos, assombrações e fantasmas. Resumindo: nas crises, muitos perdem a capacidade de interpretar corretamente aquilo que vê, ou seja, situações de extrema aflição podem atrapalhar a correta leitura dos fatos. E isso se torna um pesadelo e pode eventualmente causar mais estragos!

Aqueles doze homens ficaram mais de dez horas à deriva, remavam e não saíam do lugar e o naufrágio com risco de morte por afogamento era questão de momento. Era o caos em alto mar. Mas o incrível que a narrativa de Marcos diz textualmente que Jesus vendo a aflição deles, vendo o desespero deles, saiu de onde estava e lhes foi ao encontro andando sobre o mar. A narrativa diz que eles começaram a travessia a tarde e Jesus chegou aonde eles estavam entre as três e seis horas da manhã, portanto, eles ficaram sós em alto mar na tempestade algo entre nove e doze horas (Mc 6.47-49). É bem provável que eles achassem Jesus distante e indiferente com toda aquela situação de sofrimento, mas como diz um velho clichê: Jesus chegou na hora certa! Reflita.

Compreenda bem que com tantas adversidades, vivendo dias de plena pandemia com isolamento social, com tantas lutas e situações ruins que muita gente enfrenta, o desafio não é vencer essas adversidades, mas vencer a incapacidade humana de acreditar que Jesus vê as lutas, que Jesus ouve o pedido de socorro e mais que isso, que ELE vem para estar com seus filhos e acalmar as tempestades. Deus não é um Deus indiferente! Creia nisso!

Essa é a grande verdade. Saiba que a vida é mesmo imprevisível, cheia de surpresas e sobressaltos, hoje está assim e amanhã ninguém sabe. Todavia, a presença de Cristo na vida do crente é a única forma de mantê-lo firme e constante nessa jornada. Portanto, guarde isso: Nas lutas e nas adversidades não faça leitura equivocada dos fatos enxergando fantasmas, mas creia que nos descaminhos da sua história Cristo jamais te abandona, amém? Tenha visão!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 843 vezes Última modificação em Domingo, 31 Janeiro 2021 16:49
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