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Terça, 09 Fevereiro 2021 09:08

REVIRAVOLTA

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REVIRAVOLTA

“e fez o que era mau aos olhos do Senhor”. (2 Cr 33.2).

Outrora havia somente um grande volume do livro de Crônicas, todavia, na tradução das Sagradas Escrituras da língua hebraica para o idioma grego (Septuaginta), os rabinos judeus entenderem de comum acordo em dividir todo o conteúdo em dois volumes, surgindo assim os dois livros de Crônicas. A tradição aponta que Esdras foi o autor da narrativa de Crônicas, registrando novamente as ações dos governos de Judá e Israel que foram feitas nos livros de Samuel e de Reis, todavia, sob outro ponto de vista.

O contexto dessa passagem está na vida do rei Manassés. Ele foi alçado ao Palácio de Judá depois da morte de seu pai Ezequias. Em seu reinado, ele foi um rei perverso, mau, autoritário e prepotente. Segundo os historiadores,  dos reis de Judá ele foi o pior em malvadeza e idolatria (2 Cr 33.1-16).

O homem foi dotado por Deus de muitos sentimentos. É assim que ele  chora nos momentos de tristeza e angústia e fica feliz nos bons momentos. Neste sentido o homem aprecia criticar e julgar de tudo. Por vezes nem é qualificado para isso, mas tecer julgamentos sobre o outro parece mesmo fazer parte da existência humana, tal a quantidade de julgadores de plantão opinando sobre todos assuntos.

Manassés foi mesmo um rei terrível. Em pouco mais de seis versículos, o autor deixa claro que ele fugia de qualquer padrão da maldade e da crueldade. Perceba que ele se curvou diante dos deuses da terra que o próprio Deus havia expulsado de Canaã. Autoritário, ele ressuscitou velhos hábitos religiosos que foram condenados por Deus e reconstruiu altares que o seu pai, Ezequias, havia derrubado, e em sua religiosidade Manassés tinha vários deuses (era eclético, fazia toda forma de culto pagão). Fez altares dentro do templo em Jerusalém, contaminando e profanando o templo de Salomão e mais, ele adorava o sol a lua e as estrelas. Chegou a sacrificar seus filhos ao deus Moloque, jogando as crianças numa fogueira acesa como oferenda.  Era místico, apreciava adivinhações, praticava feitiçarias, consultava com médiuns e necromantes. E para concluir, ele profanou o templo em Jerusalém colocando nos átrios interiores imagens de ídolos (2 Cr 33.2-7). Pasmem!

Perceba que hoje  assim como Manassés, muita gente leva a vida em forte oposição a Deus, praticando toda sorte de ações que contrariam os mandamentos que Deus estabeleceu. E a justiça não demorou a chegar para este rei. Embora o amor de Deus seja mesmo incondicional, creia que o pecado sempre vai trazer consequências físicas e Manassés não passou batido. Noutras palavras, o julgamento veio, a fatura chegou e chegou trazendo forte humilhação pública não só ao rei, mas a todo o povo de Judá que tinha acompanhado suas atitudes e de certa forma era complacente com seu comportamento (2 Cr 33.11; 1 Co 15.33)

Tanto naquela época como nos dias de hoje, para os julgadores de plantão, uma notícia do julgamento de alguém com este nível comportamental seria traduzida em termos atuais como sonoro bem feito, afinal, o passado e o currículo de Manassés bem que merecia tudo isso e mais alguma coisa. Pense!

Preso na Babilônia, terra de pecado e cheia de iniquidades, Manassés se angustiou, clamou com sinceridade de coração e Deus o ouviu (2 Cr 33.12).  Na cadeia, lugar improvável e inesperado e para muitos religiosos, lugar inapropriado para Deus agir, Manassés foi alcançado pela graça e amor de Deus. Ali, ele caiu em si, se esvaziou de toda imundície que carregava, teve um encontro com Deus e restaurou sua vida. Ou seja, aquele que na visão de muitos não prestava e não tinha chances alguma de salvação, mudou sua mentalidade, deu uma reviravolta na vida e se reconciliou com Deus. Resumindo: era a vitória da graça sobre a lei de muitos, lei essa que ainda hoje continua matando, ferindo e julgando. Reflita!

A história de Manassés mostra que não importa o nível de decadência moral, do fracasso espiritual e do quão longe o homem possa estar de Deus, pois nunca é tarde para se arrepender, nunca é tarde para uma mudança de comportamento, nunca é tarde para aceitar o governo de Deus e nunca é tarde para uma verdadeira conversão. Noutras palavras, entenda que Deus tem poder para mudar histórias, aliás, Deus continua mudando histórias. Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 718 vezes Última modificação em Segunda, 15 Fevereiro 2021 08:50