Segunda, 15 Março 2021 13:19

INFIDELIDADE

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INFIDELIDADE

“Então refletirá: ‘Irei e tornarei para o meu primeiro marido, porquanto eu estava bem melhor antes do que agora!” (Os 2.7)

 

O livro do profeta Oséias foi escrito pelo autor de mesmo nome e segundo os historiadores, o profeta Oséias exerceu o seu chamado no século VII AC. Sabe-se que ele atuou no reino do Norte (Israel) e foi contemporâneo dos profetas  Amós, Miquéias e Isaías. Naquela época, Israel era governado pelo rei Jeroboão e desfrutava de boa qualidade de vida política e econômica, todavia, esse boom, contrastava com a forte decadência espiritual da nação israelita.

Conforme os estudiosos e historiadores eram comuns no meio do povo a idolatria á deuses pagãos, ás prostitutas cultuais, os sacrifícios de crianças e as graves injustiças sociais. Para convencer Israel a uma mudança de mentalidade Deus usou o profeta Oséias, que se casou com uma prostituta e esta união simbolizava o casamento de Deus com Israel. Resumidamente, versículo acima está dentro deste amplo contexto da simbologia usada pelo profeta para atingir o coração do povo.

Muito frequente nos relacionamentos pessoais, são os fatos de alguém sair dessa relação e depois sentir que estava equivocada. Perceba que as amizades entre jovens são marcadas por idas e vindas, próprias das instabilidades emocionais e do forte sentido de competição que domina esta faixa etária. Relações trabalhistas, entre empregador e empregado também costumam por passar por turbulências e casamentos não ficam atrás. Diariamente se ouve falar de desajustes, desencontros e separações que precisam ser restaurados.

Confira no texto que Deus usou o profeta Oséias para mostrar o quanto àquele povo de Israel era espiritualmente infiel e para isso Oséias foi instado a casar-se com uma prostituta e, pior foi que esta mulher o traiu com outros homens. Neste meio termo, ela concebeu e gerou duas crianças (Os 1.8). Diante das ações de adultério e traições, Oséias demonstrou misericórdia, amor e afeição pela esposa infiel. Noutras palavras, o próprio Oséias viveu no seu casamento o que Deus estava passando em relação à idolatria e infidelidade de Israel. Reflita!

Se tem algo que traz algum alento para aqueles que por motivos expressos e/ou não declarados abandonam amizade, casamento e trabalho, é reconhecer posteriormente que a amizade perdida, o cônjuge abandonado e o serviço anterior eram na verdade bem melhores que os atuais. Essa atuação da memória se traduz em dar valor àquilo que outrora não tinha nenhum valor. É neste sentido que hoje muita gente se frustra quando o que foi abandonado ou mesmo esquecido cresce na lembrança como algo positivo, algo de muito valor e que, infelizmente foi perdido ou deixado de lado. Pense!

Por meio de Oséias Deus fez questão de mostrar ao povo de Israel o quanto eles estavam se afastando de seus caminhos. Enquanto estavam fiéis e obedientes a Deus, andando nas trilhas que o próprio Deus havia ordenado, eles foram abençoados (Dt 8.6). É certo que houve lutas, batalhas e guerras, mas nestes processos Deus sempre concedeu vitória, todavia, ao tomarem outros caminhos indo atrás de deuses pagãos, Deus tinha motivos para repudiá-los (Deus é santo) e era natural que longe da bondade de Deus que supria toda necessidade, o povo israelita iria mesmo sofrer nas mãos de seus inimigos. Daí a afirmativa do profeta que Israel sentiria a perda deste afastamento, iria chorar e daria valor ao Deus que eles tinham abandonado (Os 2.7). Afinal, o próprio Oseias viveu tudo isso com uma esposa infiel.

Saiba que tão antigo quanto andar para frente, em muitas situações, as pessoas somente valorizam algo quando perdem. Isso é comum quando chega a enfermidade e passa a dar valor á saúde. Quando chega o desemprego é que se dá conta do valor do tempo que estava empregado. Quando vem a separação, é que cai a ficha que o cônjuge era uma excelente pessoa. Não se deseja aqui entrar no mérito dos casos acima e até existem outros exemplos, mas o objetivo é mostrar que grande parte das vezes, as pessoas deixam de valorizar aquilo que possuem e somente atentam nisso quando eles não estão mais presentes e daí vem o choro. Reflita!

“Foi quando, caindo em si, falou consigo mesmo: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida com fartura, e eu aqui, morrendo de fome!” (Lc 15.17).  A narrativa de Lucas mostra que o filho que abandonou a casa paterna em troca de uma vida de aventura somente deu valor á vida que levava junto com os seus, quando a fome chegou. Ele comparou a rotina dos empregados da fazenda de seu pai com a vida que ele estava levando e concluiu que a perda foi imensamente maior que o valor à família que ele não deu!

Saiba que tanto Israel como Judá somente entenderam o valor de uma vida protegida e guardada em obediência a Deus quando perderam suas terras e se tornaram escravos de nações pagãs, ou seja, a infidelidade gerou  uma fatura alta (2 Rs 17; Jr 25). Lembre-se que hoje, as pessoas não precisam perder a família, a saúde, o trabalho e principalmente o relacionamento com Deus para compreender o valor da fidelidade. Há inúmeros exemplos no passado que podem nortear suas escolhas de hoje, por isso, aprenda a valorizar e reconhecer a importância de  se manter fiel a Deus, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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