Segunda, 10 Maio 2021 14:25

TRANSFORMAÇÃO

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TRANSFORMAÇÃO

“Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo" (Fp 3.8)

 

Segundo os historiadores essa carta foi escrita na década de 60 DC e seu autor foi o apóstolo Paulo, que aliás, foi quem estabeleceu a  comunidade cristã na cidade de Filipos em sua segunda viagem missionária (At 16.12). O registros apontam que Paulo se encontrava encarcerado em Roma e escreveu para agradecer aos irmãos daquela comunidade pela oferta que eles lhe enviaram como forma de suprir suas necessidades. Todavia, a ênfase da carta está na afirmativa de Paulo ao dizer que para ele, o viver era Cristo e a morte era um ganho (Fp 1.21).

O versículo acima está dentro do bloco de ideias abordando Cristo como objeto maior da fé, passando pelas advertências contra homens que gostavam de mesclar a doutrina da lei mosaica com a graça de Deus e por aqueles que pregavam a autossuficiência humana, ou seja, a confiança em suas próprias capacidades. Na conclusão de seus argumentos, Paulo afirmava que mesmo enfrentando todo tipo de ingerência na caminhada cristã, o crente em Jesus deve prosseguir  visando o alvo, que era e continua sendo Cristo (Fp 3.1-14). Guarde isso!

Entenda bem que a conversão ao evangelho se fundamenta na fé em Jesus e na esperança de vida eterna e para isso se concretizar na vida do convertido, ele deve passar por uma transformação radical, por uma mudança de mentalidade. Neste sentido o testemunho de vida ou a história pessoal se torna uma prova robusta da conversão junto ao meio em que vive. Somente pelo comparativo é que as pessoas podem mensurar e ver as mudanças que efetivamente ocorreram na vida do cristão.

No século I, o então fariseu Saulo era conhecido pela sua valentia em prender todos que encontrasse confessando a fé cristã. Na visão dele, o cristianismo que começava a dar os primeiros passos era uma seita que afrontava a religião judaica, tanto que Saulo tinha autorizações dos sacerdotes de Jerusalém para levar presos homens e mulheres que achasse seguindo a fé em Cristo. Essas pessoas eram conduzidas na condição de presos para Jerusalém e entregues nas mãos dos religiosos que as julgavam como inimigos do judaísmo (At 9.1-2).

Entretanto, após a conversão de Paulo, ele passou a ensinar, doutrinar e estabelecer pequenas comunidades cristãs e é bem provável que alguns não faziam a mínima ideia de como ele se tornou cristão. Talvez sabiam por ouvir dizer e certamente que poderiam se assustar quando soubessem sobre o passado daquele que com tanto amor, agora anunciava a misericórdia, o perdão e o amor de Deus (1 Co 13.1-8). A título de comparação, a vida desse homem teve mesmo uma grande metamorfose. Quem o conheceu e quem o via falando de Jesus, certamente que se impressionava pela mudança.

Hoje muitas pessoas possuem uma história de vida que pode se assemelhar a milhares de tantas outras por aí, quando se analisa posturas e comportamentos que feriram e machucaram muita gente no passado. O incrível é que nos discursos de Paulo em momento algum ele enaltece o seu passado, mas aproveitava todas oportunidades para demonstrar que era Cristo quem vivia nele, evidenciando que as renúncias e as perdas foram fundamentais para demonstrar  a mudança de comportamento, tanto física como espiritual (Gl 2.20). Ou seja, Paulo havia se tornado um imitador de Jesus, era mesmo outra pessoa e verdadeiramente se tornara um discípulo de Cristo. Lembre-se que ele até anunciava para que todos o imitasse, pois ele mesmo já era um imitador de Jesus (1 Co 1.11).

Nos dias atuais, atente que uma particularidade muito comum nas pessoas é que elas apreciam exaltar mais o seu passado, naquilo que foram, naquilo que fizeram e terminam suas falas celebrando suas más realizações. Ou seja, essas pessoas acabam tornando suas práticas do passado muito mais atraentes que sua vida no presente. Logicamente que existem exceções, mas entenda que ninguém deve ser definido pelo que foi ou pelo que praticava, mas seja o homem identificado e definido pelo que é hoje (2 Co 5.17). Isso é transformação, isso é mudança!

Entenda que Paulo se tornou muito conhecido no mundo de então e era identificado justamente pela mensagem transformadora que carregava. Regenerado, ele anunciava o amor e a graça de Deus e não se estribou no seu passado. A regeneração e a mudança que tinha sido radical estavam nele, no tempo presente. A título de exemplo, alguém que teve péssimos comportamentos quando jovem, não deve ser identificado pelo seu passado, mas ser identificado por aquilo que se tornou. Durante seu apostolado, Paulo foi claramente visto por onde passava como um instrumento, uma ferramenta e um vaso escolhido nas mãos de Deus para curar, para transformar e para trazer vida ás muitas pessoas que estavam mortas espiritualmente. Reflita!

Nesse contexto, considere sempre a importância de se autodefinir pelo que se tornou hoje, sem empregar rótulos do passado. Aliás, se tiver que lembrar de algo de outrora que seja da grande obra transformadora que Deus realizou em sua vida, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 623 vezes Última modificação em Domingo, 16 Maio 2021 10:07
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