Segunda, 07 Junho 2021 16:01

NÃO OLHE PARA TRÁS

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NÃO OLHE PARA TRÁS

“E por que Yahweh nos traz a esta terra para nos fazer perecer a espada, para entregar como presa ao inimigo as nossas mulheres e as nossas crianças? Não nos seria melhor voltar para o Egito?” (Nm 14.3)

 

O autor do livro de Números foi Moises e  o livro faz parte do conjunto de cinco livros do Velho Testamento chamados por Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). O livro recebeu o nome de Números em razão das duas contagens do povo Hebreu feitas por Moisés e tem toda sua narrativa focada no período da peregrinação pelo deserto (Nm 1.1-2; Nm 26.2).

O contexto dessa passagem está no momento em que o povo recebeu a notícia dos espias que na terra de Canaã haviam grandes cidades e seus habitantes era de grande estatura e, na percepção de dez dos doze espias, era impossível vencê-los. Muito embora a terra fosse vista como excelente, a simples presença de homens poderosos e serem as cidades fortificadas trouxeram grande desânimo e tristeza ao povo israelita (Nm 14.26-28).

Veja que desde cedo as crianças são estimuladas pelos pais a terem uma visão futurística quando crescerem. Os meninos dizem que serão jogadores de futebol, outros serão engenheiros e tem aqueles que sonham com a mesma profissão do pai. As meninas afirmam que serão médicas, professoras, atletas e nesse sentido, meninos e meninas vão criando realidades futurísticas que mudam ao sabor de novas profissões que eles vão conhecendo. Isso é ótimo para a mente deles, pois crescem motivados a alcançarem o resultado que foi mentalizado na infância. Nessa toada, muitos realmente atingem o que eles mesmos se propuseram a alcançar, outros ficam pelo caminho e tem aqueles que no meio da caminhada, desistem!

A narrativa bíblica diz que enquanto perdurou o tempo de escravidão, o povo hebreu foi duramente castigado pelos egípcios. Filhos e netos já nasciam escravos, todos sem exceção eram castigados física e emocionalmente, eram humilhados e viviam sem dignidade. Ainda dentro do período de escravatura eram comuns as perdas  familiares com morte do marido, da esposa e dos filhos. Enfim, eram tratados a ferro e fogo!

E parece surreal que diante de algumas dificuldades afloradas na jornada rumo á terra de Canaã, eles ansiavam em voltar ao tempo da opressão e do jugo. Era como se eles não mais lembrassem da dura vida a que eram submetidos. Noutras palavras, no enfrentamento das adversidades eles tinham ânimo para voltar a serem escravos no Egito e faltava coragem para prosseguir com destino à terra da promessa e da vida em liberdade. Reflita!

Na visão dos dez judeus que estiveram espionando a terra de Canaã, o povo de Deus não tinha nenhuma condição para adentrar na terra porque se enxergavam inferiores ao poder de guerra dos nativos e isto os fazia sentir como insetos, tanto aos próprios olhos como aos olhos dos cananeus (Nm 13.33). Ou seja,  aqueles dez homens não enxergavam as possibilidades de vitória, mas tão somente viam as dificuldades e essa visão negativista, tal qual um vírus, contaminou todo o restante do povo, gerando o maior perigo que se pode ter no meio do povo de Deus: a incredulidade!

“Não nos seria melhor voltar para o Egito?” (Nm 14.3). Entenda que é impossível prosseguir quando o coração teima em voltar. Olhe ao redor e veja que existe muita gente conhecida com pensamento semelhante a essa narrativa do povo Israelita. São homens e mulheres, jovens e adultos que foram libertos da escravidão do pecado, ou que seja das drogas, da prostituição, da pornografia, de relacionamentos abusivos e de toda sorte de pecados. Veja ainda que antes dessa libertação, essas pessoas eram subjugadas, humilhadas, dominadas e faziam a vontade da carne e neste sentido, muitos casamentos foram desfeitos, empresas foram encerradas, famílias foram destruídas e vidas foram ceifadas.

Todavia, diante do poder de Deus essas pessoas conheceram a liberdade, se tornaram livres e passaram a viver um novo tempo. Um novo tempo de alegrias, um tempo de esperança e de qualidade com si mesmo e com seus familiares e principalmente um novo tempo com Deus. E neste novo tempo, certamente que uma ou outra dificuldade pode aparecer, entretanto, essas adversidades não podem ser o estopim para deflagrar a volta aos vícios, à pornografia, à mentira, à  humilhação e nem ao uso das drogas. Entenda que ser curado e ser resgatado deste mundo perverso é ótimo, mas melhor ainda é manter essa situação de liberdade sem desejar voltar aos caminhos de dor e sofrimento de outrora. Guarde isso!

“Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”. (Lc 9.62). Noutras palavras, Jesus está ensinando que um dos critérios para viver o reino de Deus é ser constante e ter perseverança. Saiba que a vida em si deve ser conduzida para frente e o passado quando muito pode servir como experiência, orientando escolhas e decisões, mas a caminhada cristã é seguir em frente sem olhar para trás. Estamos combinados?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 525 vezes Última modificação em Terça, 08 Junho 2021 19:57
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