Segunda, 21 Junho 2021 11:15

CULPA

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CULPA

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (At 3.19)


Lucas foi o autor do terceiro evangelho e também do livro de Atos dos Apóstolos. Conforme os historiadores, Lucas era médico e esteve nas viagens missionárias com o apóstolo Paulo e outros missionários, que enfrentando toda sorte de desafios e perigos, não mediram esforços para a expansão da fé cristã no mundo de então. O livro de Atos narra o começo da igreja, suas dificuldades, seus acertos e registra ainda os primeiros milagres realizados em nome de Jesus.

Após a descida do Espírito Santo os discípulos se dispersaram pela cidade de Jerusalém, mas João e Pedro foram para o Templo. Lá, eles encontraram um homem aleijado que pedia esmolas, entretanto, em nome de Jesus este mesmo homem teve restaurado seus tendões e músculos. Curado, ele entrou para o templo dando pulos de alegrias para espanto de quem o conhecia. Foi neste contexto que Pedro fez um discurso registrado por Lucas (At 3.11-19).

Atente que nos dias atuais, uma característica comum a muita gente é a irresponsabilidade. Poucos, senão raros, assumem culpa naquilo que fazem em desacordo com as normas e regras, que seja na empresa, no comércio, em casa, nos relacionamentos ou em qualquer outro ambiente. Percebe-se que assumir culpa ou ter a responsabilidade sobre seus atos não é mesmo uma situação que as pessoas fazem com tranquilidade. Reflita!

Em seu curto ministério Jesus operou muitos milagres, lembre-se que ele restaurou a visão de cegos, curou aleijados, libertou pessoas que estavam dominadas pelo diabo, dividiu pães e alimentou milhares de pessoas e a todos que o procuravam, Jesus deu uma direção e mostrou o caminho que leva ao reino de Deus. Enfim, fez tanta coisa, que o discípulo João afirmou que se fossem registrados tudo o que Cristo realizou, não haveriam livros suficientes tal a quantidade de milagres que ele praticou (Jo 21.25).

Esta narrativa mostra o primeiro milagre pelo nome de Jesus depois de sua ressurreição, ou seja, se para os dois discípulos que vivenciaram e testemunharam muitos milagres operados diretamente por Jesus, naquele momento, eles estavam vivendo o poder do nome de Jesus (At 3.6). Conforme Lucas, o povo ficou assustado com o tamanho do milagre, afinal de contas, tanto os doutores da lei, os rabinos e todo o povo que frequentava o templo, conhecia a história daquele aleijado que por muitos anos ficava sempre por ali, pedindo uma moedas para o seu sustento. Ver um homem aleijado saltar e correr foi mesmo algo assustador e sobrenatural (At 3.12).

A narrativa de Lucas aponta que Pedro aproveitou a ocasião para mostrar-lhes que todos eles, sem exceção, tinham culpa e responsabilidade, tanto na morte como na crucificação de Jesus e deveriam não só se arrependerem, mas também se converterem à fé em Cristo para que fossem salvos do castigo eterno (At 3.14-19). Pedro mostrava o problema e dava a solução!

Ele confrontou os pecados e as transgressões daquele povo e hoje, infelizmente, não é diferente em termos de culpa e imposição de responsabilidades. Politicamente muito se fala por aí que as pessoas devem assumir a culpa nas atividades seculares, mas assumir erros, admitir responsabilidades de seus atos tem sido o grande desafio para muita gente, inclusive cristãos que dizem levar uma vida pautada nos princípios da fé cristã. Hoje, o comum em todos os ambientes é a pessoa tentar se eximir de seus erros, não admitir suas falhas e tentar de todas as maneiras escapar das responsabilidades.

Veja que para muita gente, sempre há a possibilidade de uma tese que possa justificar sua falta e para isso até tentam renomear suas posturas, de forma a dar uma nova roupagem às suas ilicitudes. Assim, a tática para explicar os comportamentos avessos é dizer que aquele que rouba, que furta e se apropria do patrimônio alheio é cleptomaníaco; aquele briguento, dado a atos violentos é bipolar e até mesmo o negligente com suas tarefas, se diz portador de déficit de atenção. Ou seja, mudam-se os nomes, mas a essência do erro continua a mesma, a culpa não só permanece como a imposição de responsabilidade não sofre variação. Reflita!

“todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus…”(Rm 3.23). Nas palavras de Paulo, os homens não são merecedores e necessitam mesmo favor de Deus, todos precisam assumir suas culpas e todos carecem da misericórdia de Deus para não sofrerem o castigo eterno. Noutras palavras, entenda que ninguém cresce espiritualmente justificando seus erros, renomeando suas falhas ou lhe dando uma roupagem diferente, mas o crescimento acontece pela admissão da culpa e pela mudança de mentalidade, ou seja, por meio de uma transformação espiritual, amém?

 Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 728 vezes Última modificação em Domingo, 27 Junho 2021 16:37
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