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Segunda, 05 Julho 2021 13:34

MOSAICO

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MOSAICO

Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria” (Lc 2.1-2).

 

Lucas não foi discípulo de Jesus e nem era judeu. Segundo os historiadores, ele era grego e teria morado na Síria e em data incerta, fixou residência na Palestina. Informações históricas dão conta que Lucas tinha bons conhecimentos na medicina e chegou a acompanhar o apóstolo Paulo nas viagens missionárias, vindo daí a escrever as principais ocorrências que envolveram a expansão do cristianismo no mundo de então por meio do livro de Atos dos Apóstolos.

O nascimento de Jesus foi registrado por Mateus e por Marcos, mas foi justamente Lucas quem trouxe informações mais detalhadas, inclusive citando o decreto do imperador Romano César Augusto, convocando o povo a fazer o recenseamento.

Veja bem que todo homem tem uma história de vida. Alguns eventos são marcados por situações que aconteceram e trouxeram um encaixe perfeito na vida de cada um. É dessa maneira que o casamento, a formatura na faculdade, a construção da casa própria, o nascimento dos filhos e tantos outros eventos não só fazem parte da história pessoal como se mostram perfeitamente concatenados um com o outro. É como se um evento não existisse sem a participação do outro. Pense!

Perceba que Lucas, além dos conhecimentos médicos, fazia seus registros com fundamentações de quem presenciou os fatos visando dar credibilidade de sua narrativa (Lc 1.1-4). Neste contexto, perceba que o texto de Lucas diz que César era imperador de Roma e ordenou que todos os habitantes fossem contados. Essa contagem tinha por finalidade o planejamento de arrecadação de tributos ao império, todavia, sem que  muitos percebam, esse decreto imperial fazia parte do plano de Deus na redenção do homem.

Veja que Maria já estava grávida e vivia os últimos dias para dar a luz ao salvador da humanidade, mas o casal José e Maria moravam em Nazaré, região da Galileia e a contagem ordenada pelo imperador César determinava que as pessoas fossem contadas na cidade onde nasceu (Lc 2.3). Isso implicava que o casal José e Maria deveriam viajar da cidade de Nazaré para Belém.

“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. (Mq 5.2). Cerca de setecentos anos antes do nascimento de Cristo, o profeta Miqueias previu que o Messias nasceria em Belém, ou seja, a esperança de um libertador do povo de Israel que inauguraria um reino de paz e aplicaria a justiça viria daquela cidade e de nenhuma outra.

Entenda que um dos atributos de Deus é a onisciência e embora essa palavra não conste no contexto bíblico, ela se refere à infinita sabedoria de Deus. Deus conhece tudo, passado, presente e futuro. E realiza seus propósitos usando dos meios e circunstâncias que lhe aprouver. Neste sentido, saiba que o decreto imperial assinado por César Augusto, um homem pagão, foi o deflagrador da viagem que levou José e Maria da cidade de Nazaré para Belém, propiciando que Jesus nascesse em Belém e não em Nazaré, cumprindo integralmente a profecia de Miqueias (Mq 5.2; Lc 2.1-2).

Neste sentido, considere que as pessoas olham para eventos de sua vida pessoal que ficaram para trás e chegam a dizer que tal acontecimento foi sorte, outros dizem que determinados eventos não passaram de mera coincidência, entretanto, poucas pessoas conseguem enxergar e compreender o agir de Deus na sua história. Incrível, mas grande parte dos acontecimentos do passado não são bem assimilados ou entendidos de pronto, entretanto, com o passar dos anos eles acabam sendo vistos como peças de um grande tabuleiro, que após completados, geram com extrema perfeição a trajetória de uma história que estava dentro dos planos de Deus. Noutras palavras, no tabuleiro da vida os eventos do passado se encaixam com perfeição em eventos futuros e aquilo que era estranho aos olhos, acaba se explicando pela composição das peças que vão se desenhando. Reflita!

É assim que decorridos muitos anos, as pessoas conseguem entender porque tais fatos aconteceram e porque outros não se realizaram. Anos mais adiante fica nítido que a faculdade que não terminou, o namoro que não deu certo, a troca de emprego, o livramento de um acidente, o empreendimento que fez sucesso ou a mudança de casa para outro bairro, não foram sorte ou mera coincidência da vida, mas que estes eventos fizeram parte do grande plano de Deus para a vida do homem. Resumindo: Deus tem um plano e ELE mesmo atua na gestão deste plano, de forma que este plano seja fielmente cumprido, aliás, o patriarca Jó já dizia que nenhum dos planos de Deus podem ser frustrados (Jó 42.2).

Lembre-se que sem se dar contar da importância do decreto e de suas implicações, César Augusto baixou uma norma setecentos anos depois da profecia de Miqueias, de forma que José e Maria viajaram de Nazaré da Galileia para Belém e assim foi cumprido o que falou Miqueias. Ou seja, independente da variável tempo, no grande mosaico da vida do homem, Deus continua sendo Senhor da história e atua na administração de todas as coisas. A história humana não caminha por coincidências, mas caminha dentro da direção divina. Creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 527 vezes Última modificação em Sexta, 03 Setembro 2021 22:56