Domingo, 24 Outubro 2021 16:13

GADO

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“O boi conhece o seu possuidor, e o asno, o estábulo do seu dono; mas Israel não conhece nada, e meu povo não tem entendimento.” (Is 1.3)

O livro de Isaías foi escrito pelo profeta de mesmo nome. Dentre os mensageiros de Deus do Antigo Testamento, certamente que Isaías foi quem mais atuou e quem mais profetizou. Seu ministério de atuação foi exercido durante quatro reinados de Judá, quando os reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias governaram a nação judaica. Suas mensagens advertiram tanto o povo judeu como outras nações, instruindo-as para que mudassem seus comportamentos, se arrependessem de suas transgressões e assim, se livrassem da justa retribuição de Deus pelos atos praticados (Is 22.11-18). Isaías também profetizou sobre as consequências da idolatria e da desobediência que a nação judaica responderia, o que  realmente veio a ocorrer anos mais tarde. Noutro giro, ele também anunciou a restauração do povo Israelita (Is 49.1-17).

O contexto dessa passagem marca o início do livro, fazendo uma analogia entre um animal e seu tutor e o povo de Israel com Deus. Comparativamente Isaías descreve que o animal conhece o seu dono e seu estábulo, enquanto a nação israelita não dava o devido valor a Deus (Is 1.2-8).

Algo bastante difundido nos dias atuais por meio de vídeos é a relação amorosa de muitos animais com seus respectivos donos. Grandes ou pequenos animais, todos demonstram não só conhecer seus tutores como fazem questão de evidenciar isso por meio de pulos, correrias, sons e algazarras. É a exteriorização de um amor puro, verdadeiro e que pela intensidade chega mesmo a ser constrangedor, principalmente quando a recíproca não é verdadeira. Reflita!

De forma comparativa, o profeta Isaías demonstrou em poucas palavras uma característica marcante do povo de Israel: a ingratidão. A bem da verdade a ingratidão se tornou um traço importante que preencheu os corações de todas as gerações, do pequeno ao maior, todos os israelitas se mostraram ingratos a Deus. Considere inicialmente que o povo Hebreu foi resgatado da escravidão no Egito, peregrinaram no deserto sendo alimentados de maneira sobrenatural, se fartaram de água, foram guiados em todo o percurso e passaram a seco o Rio Jordão, entretanto, aquela geração israelita não reconhecia que o mesmo Deus que realizara maravilhas, continuava a sustentá-los já nas terras da herança. Foi neste contexto que o profeta Isaías confrontou seus compatriotas como forma de balançar as estruturas espirituais do povo, e assim, trazê-los á uma realidade que eles não podiam ignorar.

A ingratidão existe em todos os ambientes, aliás, ninguém escapa de um dia se ver no meio de uma situação onde a palavra ingratidão reinou soberanamente. Tem sido comum ver pessoas frustradas porque alguém que ela ajudou e/ou acolheu em épocas de choro e dor, um belo dia não reconheceu essa ajuda e nem este acolhimento. Muito embora gestos de agradecimento ainda são vistos mundo afora, é de se reconhecer que essa prática tem sido ignorada, inclusive no meio cristão. É como se a pessoa não entendesse e nem desse valor ao favor recebido.

Isaías mostra a ingratidão como uma particularidade gritante do povo Israel, e faz uso de um animal que era comum naquela sociedade. Para Isaías, era inconcebível que o povo não reconhecesse Deus e suas obras, enquanto um simples animal irracional fazia isso com maestria. Ou seja, um animal bruto, destituído de razão e de consciência conseguia ser melhor que seus compatriotas, pois evidenciava obediência e submissão ao seu proprietário e conhecia sua moradia, enquanto o povo de Deus, conscientemente não reconhecia o Deus de seus antepassados (Ex 3.6).

Entenda bem que passados mais de dois mil anos e longe da geografia da Palestina, pode-se dizer hoje que nada mudou, porquanto o sentimento de ingratidão das pessoas em relação a Cristo continua na mesma intensidade, se não maior. Raras as pessoas que reconhecem Jesus como aquele que voluntariamente enfrentou a cruz, venceu a morte, ressuscitou e vivo está. Hoje se percebe que a ingratidão abriu uma filial em muitos corações e se mantém firme e atuante, caminhando a passos largos para conquistar mais clientes.

Incrível, mas gente de todas as idades e de todas as classes sociais, cristãs ou não, quando se veem em dificuldades, o primeiro nome que lhes chega à mente é Jesus Cristo. E de forma também incrível, Cristo tem abençoado indistintamente, tem curado, tem transformado vidas e dado direção a muitos, todavia, parece que tudo isso tem sido insuficiente, tal a enorme quantidade de pessoas ingratas que recebem suas bênçãos e depois não reconhecem Jesus como aquele que os curou, os resgatou do mundo da escravidão do pecado e lhes deu vida nova. Reflita!

Resumindo: A comparação continua sendo válida, os animais continuam reconhecendo seus donos, mas muitas pessoas ainda tem grandes dificuldades em reconhecer Cristo em suas vidas. Pense nisso!  Forte abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 445 vezes Última modificação em Domingo, 24 Outubro 2021 20:43
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