Segunda, 01 Novembro 2021 11:45

SUMIDO

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SUMIDO

“Encerradas as comemorações, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que eles notassem.” (Lc 2.43)

 

Lucas era grego e morava na cidade de Antioquia, região da Síria. Tinha por atividade a medicina e embora não fosse discípulo de Jesus, é bem provável que ele estabeleceu muitas conversações com o grupo, até porque em sua narrativa Lucas diz que procurou se informar minuciosamente de tudo o que aconteceu, de forma que seu evangelho se fundamentou em fatos que foram vistos e/ou presenciados por pessoas que estiveram e acompanharam Jesus (Lc 1.2-4).

Ambientando a passagem acima, veja que José e Maria fizeram viagem de Nazaré, região da Galileia á Jerusalém, por ocasião da Festa da Páscoa (Lc 2.41-50). Era uma  tradição religiosa de todo judeu.

Perceba que é difícil achar alguém que nunca perdeu alguma coisa. Aliás, nas relações pessoais a palavra sumido é sempre dita quando se perde o contato de alguém. Entenda que perder documentos, perder dinheiro, perder sapatos, perder agasalhos, perder chapéu e tantas outros objetos é algo normal para todo mundo. E esse negócio de perder, de sumir ou de extraviar é tão real que existe em alguns de ambientes de grande movimentação de pessoas, um setor de achados e perdidos, tal quantidade de objetos que são perdidos e/ou esquecidos. Mas quando se fala de gente que sumiu, a preocupação se torna maior e com razão.

Conforme a narrativa de Lucas, naquela época, cumprindo a tradição judaica, todos os judeus deveriam estar ao menos três vezes na cidade de Jerusalém para participar das festas religiosas (Ex 34.23). Neste propósito a família terrena de Jesus saiu da cidade de Nazaré onde moravam e enfrentaram uma caminhada de aproximados 190 Km. Estradas poeirentas, perigos de ataques de animais, pedras pelos caminhos, calçados inadequados para uma caminhada desse porte e certamente levando um animal de carga com as provisões da viagem, sem apoio logístico dos dias atuais como pousadas e restaurantes, é de se imaginar que fosse mesmo uma viagem complexa, perigosa e extremamente cansativa.

A festa da páscoa tinha a duração de sete dias (Dt 16.1-8). Terminada a festa José e Maria tomaram o caminho de volta, todavia, deixaram o menino Jesus para trás. Não se sabe como isso efetivamente aconteceu, mas a narrativa de Lucas mostra que Jesus sumiu e somente deram por falta dele quando já haviam caminhado um longo trecho (Lc 2.44). Nenhum amigo da família e nem mesmo os parentes souberam dar informações sobre onde estava Jesus e, sem opções, o casal fez o caminho de volta, vindo a encontrar o sumido Jesus no templo. Detalhe: depois de três dias ( Lc 2.46).

Compreenda que é muito difícil definir o motivo de as pessoas perderam algo, mas saiba que por vezes as perdas são ocasionadas pelo costume, pelo hábito ou mesmo pela familiaridade com o que foi perdido. Nesse sentido, o costume de realizar frequentemente algumas tarefas pode fazer com que a pessoa fique negligente, ou o hábito de sempre realizar as mesmas coisas, pode tornar essa atividade tão familiar e tão ritualística que a perda nem seja notada. Pense nisso!

Essa situação do sumiço de Jesus, embora aqui esteja retrata pelos familiares, pode ter sido ocasionada pela costume, afinal de contas o menino estava sempre com eles e daí o casal pode ter presumindo que ele caminhava junto com outros garotos, quando na verdade não estava. É provável que José e Maria estivessem a tal ponto acostumado com o menino Jesus que não se deram conta da sua ausência no caminho de volta à Nazaré.

Saiba que essa perda do menino Jesus pelos seus pais ilustra muito bem as relações nos dias de hoje de muita gente com o próprio Cristo. Considere que muita gente ainda tem o pensamento de por terem sido nascidos e criados dentro de berços evangélicos, estão blindados e não perdem Jesus. Grande engano! Hoje é muito comum crentes estarem fisicamente dentro das igrejas, todavia, com o coração voltado ao mundo. Uns são até participativos, colaboram exercendo muitas atividades no reino, entretanto, devido a essa familiaridade, a esse costume e/ou aos rituais, não estão dando conta que Jesus já ficou para trás. Reflita!

Veja que o casal José e Maria andaram na frente e deixaram Jesus para trás, caminharam muitos quilômetros ou muitas horas sem darem conta do sumiço de Jesus, inclusive indagaram pelos parentes e amigos que faziam o mesmo trajeto e a resposta foi negativa (Lc 2.44). Considere que nos dias atuais não é nenhuma surpresa que muita gente tem feito a mesma coisa, pois em vez de caminharem com Jesus, tomam a decisão de andarem na frente, esquecendo que seguidor de Jesus é aquele que segue o Mestre. Guarde isso!

Compreenda que muitos cristãos pensam que estão andando com Jesus, quando na verdade não estão e ficam procurando Jesus com os amigos, com os conhecidos e logicamente não vão encontrá-lo, afinal, nem os amigos e nem conhecidos sabem. A narrativa de Lucas diz que o casal tomou a firme decisão de voltar á Jerusalém, fizeram o mesmo trajeto e depois de três dias de busca, acharam o sumido Jesus no templo!

Saiba que por costumes ou hábitos em algum momento da vida, é bem certo que milhares de pessoas também perderam Jesus. Entretanto, inobstante de onde houve essa perda e independente da causa motivadora, creia que sempre existe a possibilidade de retornar e encontrar Jesus, assim como fizeram seus pais José e Maria. Noutras palavras, se em algum momento você perdeu Jesus, hoje é uma ótima chance de voltar e encontrá-lo. Faça isso! Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus, os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

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