Segunda, 22 Novembro 2021 18:57

CONTENTE

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“Seja a vossa vida isenta de ganância, contentando-vos com o que tendes; porque ele mesmo disse: Não te deixarei, nem te desampararei.” (Hb 13.5) 

Não se sabe com ampla certeza quem foi o autor da carta aos Hebreus. Há fundadas suspeitas que pelo estilo da escrita e pelo amplo conhecimento da lei de Moisés inserido na narrativa, o seu autor seja o apóstolo Paulo, todavia, isso é assunto que os estudiosos e teólogos ainda não encontraram respostas. Veja que o autor da carta teve a preocupação de deixar claro, evidente e sem sombras de dúvidas que aqueles que tinham confessado a fé cristã, que o sacerdócio de Jesus era superior, que Cristo era o Messias e que o judaísmo do Antigo Testamento havia encerrado em virtude do próprio Jesus Cristo ter cumprido toda a lei.

Escrevendo sobre a vida cristã, o autor da carta aborda diversos assuntos, mas em relação ao comportamento e postura diante da vida em sociedade, ele ensina que não deveria o cristão conduzir a sua vida pessoal fazendo comparações com a vida de outras pessoas, pois Cristo é o seu ajudador (Hb 13.1-9). Pense!

Considere que é da natureza humana fazer comparações, aliás, há um dito popular afirmando que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Mas tanto os homens como as mulheres gostam mesmo de fazer medições de suas atividades com as atividades de outrem. Raras as pessoas que estão livres desse sentimento, pois o que mais se vê em todos os ambientes é alguém se comparando com outro alguém. Empresários ficam de olho nos colegas, mulheres vivem se comparando com as outras, homens se comparam com os colegas e por aí afora vai uma infinidade de situações, inclusive no meio eclesiástico as comparações não param e creia que elas tendem a aumentar. Pasmem!

Para o autor de Hebreus era importante assinalar aos novos cristãos que a vida em si já era uma grande benção de Deus e viver contente com aquilo que Deus concedeu era o objetivo que deveria ser perseguido. E casos eles se deixassem  dominar pela ganância, certamente que este perverso sentimento os levaria a se corromperem e isso não era o desejo de Paulo. Ou seja, se a insatisfação encontrar morada nos corações é bem certo que a ambição virá junto e o resultado será catastrófico, infelizmente.

Atente que a existência do homem pode ser mais simples do que se imagina. Estar feliz com o ritmo e com o estilo de vida não implica necessariamente que a pessoa é preguiçosa ou não deseja desenvolver alguma atividade que lhe dê algum retorno, mas que essa pessoa está alegre com tudo aquilo que possui e/ou tem recebido de Deus. Tem sido muito comum que as pessoas fiquem analisando sua existência com a vida de vizinhos, de amigos e de parentes, entretanto, saber reconhecer os limites colocados por Deus para cada um é primordial para estabelecer parâmetros que devem ser respeitados. Em todo o tempo, considere que Deus já planejou a vida de cada pessoa e nesse entendimento não há necessidade de ninguém desejar algo que não é para si. Estar confortável no espaço e no cenário que se vive atualmente é evidenciar a crença em um Deus que cuida e zela, afinal, Jesus Cristo disse que não deixaria e nem desampararia ninguém (Hb 13.5). Reflita!

Compreenda que num regime capitalista onde a questão é produzir e consumir, existem inúmeras técnicas de inteligência artificial para levar ás pessoas ao desejo de consumo. Desde um novo produto de higiene até carros e joias, tudo é pensado para ser desejado e consumido, e sabe-se lá como, mas as pressões para aguçar a vontade de possuir ganha corpo para que as pessoas comprem de tudo e muitas das vezes, sem necessidade. Essas técnicas de marketing e propaganda são como flechas, direcionadas e certeiras! Portanto, não é segredo para ninguém que dentro do contexto de uma sociedade altamente consumista, ela tem gerado pessoas ambiciosas pela forte pressão imposta no sentido de que elas devem conquistar algo a mais daquilo que possuem. É assim que a vontade de ter, a cobiça por poder e por status, atuam na contramão do contentamento, da felicidade e da harmonia em uma vida simples e honesta. Afinal de contas, sem saber o que acontece por trás das propagandas, o homem é facilmente induzido a ter e possuir. Ou seja, ele crê que num contentamento que não existe, ou seja, numa alegria fake!

Mas para o cristão, viver contente é acreditar em um Deus que supre todas as suas necessidades (Fp 4.19; Mt 6.32; 2 Co 9.8). Para o cristão viver contente é colocar fixamente os olhos em Deus, até porque somente com os cuidados e proteção D’ELE é que se pode alcançar uma vida plena e feliz (Sl 23.1). Resumindo: o grande segredo da vida é  viver contente em toda e qualquer circunstância, afinal, Deus conhece e supre suas necessidades. Creia nisso (Fp 4.12). Grande abraço.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

 

Ler 398 vezes Última modificação em Terça, 23 Novembro 2021 11:56
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