Nos dias atuais, falar de meios de comunicação tornou-se algo de grande complexidade, dado à incrível velocidade de transformação que lhe é imprimida pelo avanço tecnológico nesta área. Tornou-se praticamente impossível levarmos uma vida arredia a estas transformações que tem interligado com incrível precisão, nações e povos, com reflexo direto na política, na economia, tanto mundial como doméstica, sem contar o seu impacto na formação de opiniões e mudanças de comportamento humano. Da tradicional imprensa escrita e falada, evoluímos rapidamente para a televisão, a rede mundial de internet e o moderno sistema de telefonia celular, ultrapassando barreiras e fronteiras, de maneira espantosa, mas inevitável e irreversível.
O que nos motiva a refletir sobre a carta, é que examinando as escrituras sagradas, verificamos que, na condição de cristãos que somos, não somente recebemos e enviamos cartas, mas acima de tudo, somos nós próprios, a carta viva escrita por Deus, e esta carta continua sendo atualíssima e continuadamente usada por ele, conforme registrado em 2Co 3.3 (porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós e escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração).
Somos, pois, a carta de Cristo e o fato de sê-la, nos acarreta uma série de implicações em nosso viver diário, junto aos nossos familiares, amigos, colegas de escola ou de trabalho, enfim ao nosso próximo. É que as pessoas, em geral não lêem a bíblia, ou se lêem não a entende, mas, contudo elas nos lêem, e não somente nos lêem, mas entendem o seu conteúdo. Ao lerem esta carta que sou eu e que é você, saberão por certo se o seu conteúdo é Cristo ou não. Se Cristo de fato em nós habita saberão em pouco tempo de observação (leitura) da nossa maneira diária de viver.
Se, somos a expressão do amor de Deus, isto será notado pelos frutos do Espírito em nós manifesto que é: amor, gozo (alegria), paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. (Gl. 5.22). Ao negociarem conosco saberão que somos de Deus, ao verem a honestidade de nossa parte. Os nossos credores saberão que somos cristãos autênticos, na medida em que cumprirmos as obrigações para com eles contraídas. Se dermos o calote, constatarão que o envelope pode até ter identificação com Cristo, mas o conteúdo nada tem a ver com ele. Da mesma forma o patrão sabe que o empregado que se identifica como cristão é ou não um dos tais, não dá para esconder por muito tempo. A jovem sabe se o namorado é de fato cheio de Jesus ou não, mediante o seu comportamento para com ela, de respeito ou não. Quando pisarem em nosso calo, conhecerão rapidamente o conteúdo da carta. No seio da família então é que não dá mesmo para esconder o conteúdo dessa carta, e é lamentável que muitas pessoas se negam a receber o evangelho, exatamente porque tem em sua casa (família) um “evangélico”, uma carta falsa, que as afastam do verdadeiro Cristo.
Que sendo nós o sal da terra, possam as pessoas vir a ter sede de Deus ao se relacionarem conosco. Deus espera que de nosso interior flua rios de água viva (Jo 7.38 Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre), capaz de saciar a sede dos que perecem a nossa volta. Como sal, somos provocadores de sede, e como autênticos crentes em Cristo, somos o canal pelo qual a bendita água da vida fluirá para saciar esta sede, curando as feridas da alma e do corpo, restaurando a alegria de viver e, sobretudo a esperança da eternidade com Deus.
A carta que somos deve a final levar água e sal às pessoas à nossa volta e a tantas quantas tiverem conhecimento de nós, daí o peso da responsabilidade de levar em nossos corpos mortais a marca de Cristo. Que Deus nos dê a graça de sermos uma legitima carta escrita pelo seu Espírito Santo, cujo conteúdo possa impactar vidas para o maravilhoso reino.
José Divilson dos Santos
Irmão Divilson
Presbítero e Advogado