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Sexta, 18 Dezembro 2009 19:30

A CAPA DE BARTIMEU

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No evangelho de Marcos capítulo 10, versículos 46 a 52, temos o registro de um maravilhoso acontecimento ocorrido no ministério terreno de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos trás importantes ensinamentos para a nossa vida diária. Trata-se da cura do cego Bartimeu, e queremos nesta oportunidade compartilhar algo a respeito da capa até então utilizada por esse cego. Eis o texto:

(46) Depois, foram para Jericó. E, saindo ele de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando. (46) E, ouvindo que era Jesus de Nazaré, começou a clamar e a dizer: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! (48) E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! (49) E Jesus, parando, disse que o chamassem; e chamaram o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, que ele te chama. (50) E ele, lançando de si a sua capa, levantou-se e foi ter com Jesus. E Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça? E o cego lhe disse: Mestre que eu tenha vista. (52) E Jesus lhe disse: vai, a tua fé te salvou. E logo viu e seguia a Jesus pelo caminho.
Podemos constatar no texto em apreço que Bartimeu era sim, um cego, mas, um cego que queria ver, e as suas atitudes demonstraram exatamente isto. Inconformado com a sua condição de vida desejava ardentemente uma mudança. Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver e de fato, não tem coisa pior do que uma pessoa acomodada na miserável condição de vida que leva. Bartimeu tinha uma necessidade e também um desejo ardente em seu coração. Como cego que era certamente sentia o desejo de poder ver as maravilhas à sua volta, contemplar quem sabe o rosto de sua mãe, de seu pai, de seus irmãos, de ver a luz do sol, as estrelas e por que não, o de constituir uma família. De lado outro, a necessidade de Bartimeu se constituía em se livrar de sua cegueira, e com isto deixar para trás a vida de mendicância, de humilhação e de sofrimento que levava. Em condições naturais Batimeu jamais teria a sua necessidade suprida, pois, além de sua precária condição material, a ciência médica de então não dispunha de meios para resolver o seu problema. Se ainda hoje, com os avanços da medicina nesta área, um grande número de cegos vive sem qualquer perspectiva de cura, imagine naquela época.

Certo é que por alguma razão Bartimeu se achava no caminho em que Jesus passaria e ao ouvir o barulho da multidão, certificando-se de que era Jesus quem se aproximava, gerou nele uma necessidade nova, ainda maior do que a cura da própria cegueira. O seu grande problema agora não era mais a cegueira nem os infortúnios dela resultantes, mas sim, como ser atendido pelo Mestre. Na sua condição isto parecia algo muito difícil e que requereria além de uma boa estratégia, muita determinação e ousadia. Afinal ele não tinha quem o ajudasse, não dispunha de um megafone, de um celular, ou qualquer outro meio de comunicação. O seu único recurso para chamar a atenção de Jesus seria o seu grito, o seu clamor, o que seria uma tarefa nada fácil, pois grande era a multidão e muitos os que tentavam fazê-lo calar.

Conhecendo a fama de Jesus, Bartimeu não se rendeu às adversidades surgidas, antes intensificou o seu clamor até que ele chegasse aos ouvidos do Mestre, que por sua vez parou e mandou chamá-lo. Assim como Bartimeu devemos clamar incessantemente até sermos atendidos. Na parábola do juiz iníquo (Lc.18:1-8) o Senhor Jesus incita-nos a clamarmos a Deus de dia e de noite afim de sermos atendidos.

Ao ser comunicado de que Jesus o chamava, Bartimeu lançou de si a capa, levantou-se e foi ter com Ele. Este ato praticado por Bartimeu teve um significado muito grande na obtenção de sua cura. Senão, vejamos: a capa era para o cego daquela época tudo quanto ele possuía. Era o seu agasalho para as noites frias que passava à beira do caminho ou nas calçadas das cidades. Era a sua identidade e ao mesmo tempo um instrumento de sobrevivência. Sem a capa ele poderia morrer de frio no inverno. Não podemos nos esquecer que se tratava de um mendigo, sem casa, sem assistência da família e do poder público. Nos dias atuais o cego pode contar com a ajuda de entidades assistenciais e da previdência, sem contar a possibilidade de sua capacitação e inserção no mercado de trabalho, mas naquela época não era assim.

Ao ser chamado Bartimeu lançou fora a sua capa e com ela as limitações da cegueira de que era portador. Com este gesto ele abriu mão de seu patrimônio, de sua identidade e de seu instrumento de sobrevivência. A capa representava mais do que isto, ela representava a miserável vida de mendicância, de limitações, de impossibilidades de ver as suas necessidades supridas e os seus sonhos realizados. Bartimeu naquele momento viu em Jesus a solução de todos os seus problemas. Ao lançar fora a sua capa, Bartimeu deu prova inequívoca de que depositara a sua esperança inteiramente em Jesus e que a partir daquele momento desfrutaria de uma nova vida, uma vida abundante. (Jo. 10.10b – eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância). Ele jamais voltaria a viver aquela mesma vida de antes. Tudo seria novo (2Co. 5.17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo).

Com freqüência nos queixamos de nossos problemas, e até mesmo dizemos que queremos nos livrar deles, o que nem sempre constitui verdade. Buscamos a solução em Cristo, mas nos apresentamos diante dele com a capa na mão. Ao contrário de Bartimeu, não queremos abrir mão das nossas possessões, das nossas tradições, da identidade mundana do pecado, da religiosidade, da posição social, da prepotência, da soberba, da falsidade, enfim, da velha natureza: a capa de cego. Se não estivermos dispostos a abrir mão de tais coisas, jamais veremos a manifestação da glória de Deus nas nossas vidas.

Certa feita enquanto ministrava cura divina, numa reunião em que Deus manifestava a sua glória de uma maneira incomum, operando muitos milagres instantâneos, uma mulher se aproximou para receber orações. Queria se livrar de um terrível mau, que constantemente a levava a retalhar o seu corpo com giletes. Direcionado pelo Espírito Santo perguntei a ela se queria dar a sua vida a Jesus e se envolver com ele para que Ele a livrasse definitivamente daquele mal. Para a minha decepção aquela mulher disse que não queria Jesus. Ela não estava disposta a abrir mão de sua religiosidade, de seus guias, da sua forma de vida, de seus valores e crenças equivocadas, enfim, não queria lançar fora a sua capa, como fez Bartimeu. Infelizmente não pude ajudá-la, era uma “cega” que não conseguiu ver em Jesus a sua salvação, a sua libertação, a sua cura, a mudança de vida. Que tristeza! Creio que Deus tem muito maior desejo em nos abençoar do que nós de sermos abençoados. Deus o Pai, abriu mão do seu único filho, de seu tudo, enviando-o ao mundo para morrer numa cruz em nosso favor, para que pudéssemos desfrutar de suas infinitas e maravilhosas bênçãos. Mas nem sempre estamos dispostos a abrir mão de algo, da capa que nos prende à servidão do pecado, do sofrimento, e nos lançarmos na mão do Senhor, como fez Bartimeu, que foi ao Mestre, desprovido de sua capa, ou seja, desprovido de tudo quanto tinha. Ele ficou inteiramente dependente da misericórdia de Jesus. Os que ousam se prostrar diante do Senhor, sem reserva e se submeter à sua vontade e forma soberana de tratamento, independentemente de quão estranhas elas possam parecer, receberão de Deus o que pedem e muito mais.

A exemplo da mulher aqui mencionada, muitas vezes nos vemos tão apegados as nossas capas que adquirimos ao longo da caminhada, que sentimos muita dificuldade para nos livrarmos delas. O Senhor Jesus disse que se alguém quiser segui-lo deve renunciar-se a si mesmo (Mt. 16:24). Deus não precisa da nossa experiência, do nosso conhecimento, da nossa sabedoria, dos nossos bens para nos abençoar. Ele precisa é de um coração desprovido de qualquer reserva, vulnerável, inteiramente dependente d’Ele e só d’Ele, como fez o cego Bartimeu. Eu ouso desafiar você a se lançar desta forma diante do Senhor, com um espírito quebrantado e contrito, sem as capas do autoconhecimento, da soberba, da imoralidade, da falsidade, da religiosidade, dentre tantas outras mais sem querer impor a Ele a maneira como deve agir em seu favor, mas aceitar integralmente de coração a vontade, a forma e o tempo de seu agir e verás que assim como Bartimeu teve a sua visão aberta e a sua sorte mudada, você também receberá uma nova visão, que permitirá ver em Jesus Cristo, a salvação eterna, a cura física, emocional e espiritual, a libertação, a prosperidade e toda sorte de bênçãos que o Senhor já nos preparou e que anseia por lhe entregá-las, para que sejas feliz. Creia e, RECEBA A SUA CURA EM NOME DE JESUS!

José Divilson dos Santos (Irmão Divilson)
 (Presbítero e advogado)
Ler 42941 vezes Última modificação em Quarta, 07 Novembro 2012 15:17

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