Quarta, 25 Maio 2016 12:45

CRUZ

Escrito por
Avalie este item
(5 votos)

CRUZ

“Se alguém deseja seguir-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e venha após mim. ” (Mc 8.34)

 

Registrada no Evangelho Segundo Marcos, essa passagem também está registrada nos evangelhos de Mateus (Mt 16.24-28) e Lucas (Lc 9.23-27). Estes três evangelhos são denominados sinóticos em razão de compartilharem entre si diversas eventos de Jesus, diferenciando-se somente em detalhes. O evangelista Marcos não foi discípulo de Jesus, todavia seus registros receberam do discípulo Pedro informações precisas do ministério do Mestre.

No versículo acima, perceba que Jesus ensina à multidão que o acompanhava, que se alguns daqueles desejassem segui-lo, deveriam tomar sua cruz e ir após ele. Compreenda que Jesus não chamou os doze discípulos a parte e concedeu a eles este ensino, mas convocou a multidão de pessoas que o seguia e disse a todos (Mt 13.9). Era um anúncio formal de que não somente Cristo iria pagar um preço, mas a universalidade dos que desejassem a salvação e a vida eterna deveriam também pagar uma conta e, essa fatura foi denominada de cruz.

Os cristãos do século I poderiam entender equivocadamente que essa cruz era a mesma cruz onde Cristo padeceu, em virtude da feroz perseguição tanto do Império Romano como dos fariseus e seus simpatizantes, já que estes perseguidores espancavam e levavam à morte todos os que se proclamassem seguidores de Cristo. Veja que Lucas registrou a morte do discípulo Tiago (At 12.2), o martírio de Estevão (At 7.59) e diversos outros registros bíblicos de perseguições contra os cristãos comprovam que eles carregavam mesmo um pesado fardo.

Nos dias atuais algumas pessoas questionam qual o sentido de sofrer e de enfrentar tantas adversidades, tantas lutas e tantos desafios se Jesus já pagou o preço na cruz do calvário. Entenda que o sofrimento e morte de Jesus na cruz foi um evento diferente em razão dos planos de Deus para redenção de todos aqueles que creem (Rm 5.8), mas reconheça que em seus ensinos, o Mestre mostra que carregar a cruz é fato implícito na vida cristã e requisito para compreender a doutrina da salvação por meio do próprio Cristo.

São raras as pessoas cristãs que afirmam levar uma vida sem nenhum atropelo, sem nenhuma adversidade e que nada lhes causem qualquer desgosto. Problemas de ordem familiar, desentendimentos no trabalho, calúnias, difamações e diversos outros aborrecimentos, são típicos casos que podem ser consequências do empenho de quem vive verdadeiramente a doutrina cristã.

Perceba que a cruz do cristão está na lida diária, nas atividades profissionais, nas casas, na saúde, nas famílias e acima de tudo em cada coração. Evidente que tudo isso varia em tipo e intensidade conforme o chamado do cristão, ora para mais e ora para menos, mas não deixa de ser a sua cruz.

De maneira geral, compreenda que mesmo perante tantas dificuldades, todas essas turbulências não chegam aos pés da severidade que foi o sofrimento de Cristo para nos salvar. É certo que algumas pessoas parecem viver dentro daquele espaço onde a vida lhe parece sorrir, todavia, para outros a cruz pode ser uma crise nos negócios, um fracasso na seleção de emprego e o insucesso nas finanças.

De toda forma a cruz não é a mesma para todos, mas “o carregar a sua cruz” é comum a todos os que desejam a salvação e seguem a Jesus, ou seja, a fidelidade à doutrina cristã envolve necessariamente uma cruz. Não importa se a cruz é mais leve ou mais pesada, ela sempre vai existir em decorrência do contraponto existente entre a vida cristã e a vida secular (Rm 12.2). Creia nisso!

Compreenda que essa cruz de hoje apresenta um contraste com o futuro e a glória que nos espera. O apóstolo Paulo em carta aos Romanos, ensinando sobre o glorioso livramento no futuro, escreveu “estou absolutamente convencido de que os nossos sofrimentos do presente não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Rm 8.18). Não se esqueça que Jesus prometeu aos que carregam a sua cruz uma coroa de justiça (Tg 1.12), amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

Ler 1335 vezes
Mais nesta categoria: « CEGUEIRA C O R R A! »

PUBLICIDADE