Quarta, 22 Junho 2016 11:34

VISÃO DE REINO

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VISÃO DE REINO

“Disse-lhe João: Mestre, vimos um homem que em teu nome expulsava demônios, e nós lho proibimos, porque não nos seguia. ” (Mc 9.38)

O evangelista Marcos não foi discípulo de Jesus e embora tenha escrito o evangelho que leva seu nome, é bem certo que para escrevê-lo, recebeu muitas informações do discípulo Pedro de quem registrou algumas pregações e ainda o acompanhou em viagens missionárias. Marcos escreveu para os romanos e apresenta Cristo como servo, enfatizando os milagres e as obras de Jesus.

O versículo acima retrata o posicionamento do discípulo João ao perceber um homem que por meio do nome de Jesus também expulsava demônios. Certamente sentiu uma ponta de ciúmes pelo fato daquele não seguir Jesus como os doze e mais certo ainda, João demonstrou algo muito comum nos dias de hoje: o monopólio de Jesus!

Monopólio é uma palavra muito comum na área econômica e anda de mãos dadas com exclusividade, com o controle e com domínio. Para o discípulo João, o fato de um outro homem que não fosse discípulo realizar a expulsão de demônios usando o nome de Jesus era algo inconcebível. Na visão de João, isso era exclusividade somente dos discípulos, pois aquele homem “...não nos seguia. ” (Mc 9.38).

Neste contexto, percebe-se com muita frequência uma certa posição monopolista de muitos crentes quando demonstram que somente sua denominação é quem pode proporcionar o encontro do homem pecador com Cristo. Tal como o discípulo João que tentava silenciar o homem que expulsava demônios, estes atuais “joãos” estão na verdade demonstrando uma mesquinhez semelhante ao discípulo.

Por incrível que possa parecer, se fundamentam numa característica contrária ao fruto do Espírito Santo (Gl 5.11), ou seja, apresentam um orgulho exacerbado quando insistem em afirmar que Cristo é exclusivo da igreja que frequenta. Paulo ensina que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm 10.13), e embora conheçam bem esta passagem e todo o seu contexto, para eles a citação em Romanos é de pouca aplicabilidade. Entenda que estas mesmas pessoas travam verdadeiras batalhas para que suas opiniões pessoais se tornem únicas e necessárias à salvação e desta forma procuram aprisionar as demais com sua teologia (Os 4.6). Reflita nisso!

Perceba que o discípulo João nem ao menos procurou saber quem era aquele homem, mas aplicou um conhecimento exterior e duvidoso. Como o homem não seguia junto com os discípulos, João entendeu que ele deveria ser impedido de usar o nome de Jesus, como se o círculo dos doze discípulos fosse bom e sem defeito, e Judas?

Compreenda que devido a pressa que o discípulo João tinha em interditar o homem que realizava milagres usando o nome de Cristo, ele deixou de enxergar uma evidência muito clara. Os demônios conhecem o poder do nome de Jesus! Aquele homem ao expulsar os demônios, estes o obedeciam. Perceba que este homem invocava o nome de Jesus e realizava coisas boas aos seus compatriotas. Saiba que este homem se diferenciava dos exorcistas judeus que tentavam usar o nome de Jesus e eram repreendidos pelos demônios (At 19.13-16). Há uma grande diferença!

Entenda que nos dias atuais, muitos cristãos estão mais religiosos e menos espirituais e assim acabam por deixar para trás duas características básicas do cristianismo: a santa igreja que anuncia as virtudes de Jesus (1 Pe 2.9-11) e a comunhão dos santos (At 2.42). Mais religiosos quando se preocupam em fazer da igreja um clube fechado, em que as opiniões e pensamentos eclesiásticos dos demais que divergirem da linha de pensamento da maioria, é visto com aversão e indiferença, mesmo que seja a verdade! Creia nisso!

Reconheça uma coisa. O Espírito de Deus não está presente em círculos ou em reuniões de pessoas religiosas, mas o Espírito de Deus está junto às pequenas e grandes reuniões daqueles que usam verdadeiramente o nome de Jesus, e principalmente dentro de corações de homens cuja espiritualidade reflete o amor pela integralidade da igreja de Cristo, santa, universal e invisível. No reino de Jesus, combatemos o mesmo inimigo e atuamos no mesmo lado, amém?

Jesus Filho de Deus os abençoe, sempre!

Milton Marques de Oliveira - Pr

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