Quarta, 04 Janeiro 2017 11:10

TESOURO

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TESOURO

 

“Porque, onde estiver o teu tesouro, aí também estará o teu coração. ” (Mt 6.21)

 

Versículo extraído do Evangelho de Mateus e escrito pelo discípulo de mesmo nome. Mateus era um judeu que antes de ser chamado por Jesus, trabalhava como cobrador de impostos para o Império Romano (Mc 2.14; 3.13). Naquela época, século I, o cristianismo dava seus primeiros passos, com Jesus ensinando, curando e pregando a salvação pela graça de Deus, tendo como pano de fundo a dominação do Império Romano e o Judaísmo como religião predominante.

 A passagem acima está contextualizada no ensino de Jesus sobre ajuntar tesouros no céu, e se naquela época já havia a preocupação das pessoas em reunir tesouros na terra, hoje não é diferente, principalmente quando se percebe a ansiedade e pressa das pessoas em acumular riquezas e bens materiais o quanto antes. Saiba que não é errado possuir bens materiais, imóveis, carros e dinheiro nos bancos, considerando ser esta acumulação a retribuição pelo trabalho que as pessoas exercem, e desta forma é justo e legítimo que essa dedicação ao trabalho honesto se transforme em bênçãos.

Entenda que o erro consiste em se apaixonar pelo dinheiro de tal forma que, em vez dele ser benção na vida das pessoas, utilizado com sabedoria para alimentação, saúde, educação, roupas e outras necessidades, se transforme em sofrimento, inclusive sendo muitas das vezes a causa da ruína pessoal, de brigas familiares e principalmente o motivo maior de desvio na fé cristã (1 Tm 6.10). Reflita!

Atente que nem sempre as pessoas acumulam tesouros como todos normalmente fazem, adquirindo carros, imóveis e dinheiro, mas alguns constroem para si “tesouros” fundamentados nas práticas mundanas, nos programas de TV e até mesmo em seu passado pessoal. Lembre-se que a mulher de Ló tinha como seu tesouro o ambiente acolhedor das cidades de Sodoma e Gomorra e as campinas da margem do rio Jordão. Seu tesouro estava lá e era naquela área geográfica onde estava também o seu coração. Ao receber ordem de fuga, ela olhou para trás, para onde estava seu tesouro. Ao dar preferência pelo tesouro terreno em detrimento pelo tesouro celestial, este lhe trouxe um fim trágico (Gn 19.260).

De forma contrária, perceba que Zaqueu, conhecido personagem bíblico, tinha como “tesouro” a quantidade de seus bens e o status de coletor de impostos, mas escolheu sabiamente priorizar o tesouro do céu, colocando seu coração em Jesus (Lc 19.8). São dois casos de tesouros terrenos com fins diferentes. Pense nisso!

Saiba que a Bíblia relata diversas passagens citando o coração das pessoas, algumas dessas citações como órgão do corpo humano, mas na maioria das vezes trata o coração como aquela parte interior da pessoa que responde pelas emoções e pelos sentimentos. Veja que a boca apenas transmite aquilo que o “coração” está cheio e isso tem definições diferentes. Se profere o mal, tem-se que a maldade está alojada no interior do homem (Mc 7.21-23) e se profere o bem, percebe-se um coração contrito e quebrantado, de onde brota palavras boas e agradáveis. De um coração contrito sai uma oração sincera de louvor a Deus (Sl 51.10).

Atente para as palavras de Jesus, se referindo aos fariseus “este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim ” (Mt 15.8). Perceba que algumas vezes o cristão está fisicamente na igreja, mas o seu coração está longe, estacionado em lugares que não agradam a Deus, ou seja, o “tesouro” desta pessoa não está em Jesus e nem pelo que ELE representa em sua vida, mas está em coisas terrenas, temporárias e passageiras. Lembre-se das palavras do profeta Jeremias que há séculos já advertia seus contemporâneos, dizendo que enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto, de forma que ninguém pode decifrá-lo (Jr 17.9). Reflita!

Jesus ensinou que a motivação maior para os homens entesourarem suas riquezas na terra, está nas vaidades e na busca pelas glórias humanas. No século I, muitos judeus até acreditavam nas palavras e no ensino de Cristo, mas amavam demais o prédio, gostavam das escadarias e das colunas da sinagoga judaica e tinham medo de serem excluídos dela pelos sacerdotes (Jo 12.42-43). Para estes judeus, o seu “tesouro” era a estrutura em alvenaria do templo e as benesses dos rituais religiosos do sistema judaico. Para os dias de hoje, isso é uma realidade que não só paralisa as pessoas, mas aprisiona e escraviza. Reflita isso!

Saiba que aquelas pessoas ouviam os ensinos de Jesus, acreditavam nas suas palavras, mas o coração deles estava na beleza da arquitetura da sinagoga e não em Jesus e na salvação pela graça. De forma igual, hoje em dia, as pessoas relutam em aceitar Jesus em seu coração com receio de perderem status, amigos, colegas e tudo aquilo que o mundo proporciona. Ou seja, para estas pessoas, é onde estão justamente os seus “tesouros”.

Entenda e reconheça que o tesouro de todo crente em Jesus deve estar na vida eterna, e é lá aonde devemos investir nosso tesouro (1 Co 15.19), amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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