Quarta, 05 Abril 2017 10:20

CRITÉRIOS

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CRITÉRIOS

 

“E, colocando-se Jesus a caminho, correu um homem ao seu encontro e, ajoelhando-se, indagou-lhe: “Bom Mestre! O que devo fazer para herdar a vida eterna? ” (Mc 10.18)

 

Marcos era parente de Barnabé e não esteve entre os doze discípulos de Jesus (Cl 4.10).  Seu evangelho teve como destinatários os gentios romanos e embora tenha sido divinamente inspirado pelo Espírito Santo, os pais da igreja primitiva entenderam que Marcos registrou muitas informações procedentes de Pedro, um dos três discípulos que desfrutaram de maior proximidade com Cristo.

Acima tem-se o versículo que trata do diálogo entre Jesus e um jovem rico, ocasião em que este jovem consulta Cristo sobre os critérios ou as condições requeridas para herdar a vida eterna. O evangelista Marcos não nominou este rapaz que desejou viver eternamente no céu, mas veja que este jovem demonstrou reconhecer a bondade de Deus, notadamente quando inicia a conversa com um “bom Mestre” (Mc 10.17). Observe ainda que ele conhecia e aplicava em sua vida diária a segunda parte dos dez mandamentos, aquela que trata do relacionamento entre as pessoas (Mc 10.19-20).

“Se você quer ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me” (Mc 10.21). Foi essa a resposta de Jesus e aquele jovem, após processar mentalmente o que Cristo lhe disse, saiu triste, uma vez que possuía muitas propriedades e certamente não tinha em seu coração nenhuma expectativa em se dispor de suas riquezas materiais.

Evidente que a palavra capitalismo não existia na época que houve este diálogo, mas entenda que este regime econômico aponta sempre para geração de lucros. As pessoas empreendem um projeto com a finalidade de gerar receita. Montam um negócio qualquer visando ganhar dinheiro e mesmo quando não estão à frente de algum empreendimento, colaboram ou prestam serviço para outrem visando ganhar dinheiro para se sustentar economicamente. É um ciclo. Saiba que ninguém trabalha ou faz investimento com a expectativa de gerar prejuízos e provavelmente aquele jovem teria acumulado riquezas materiais originárias do fruto de seu trabalho.

Terminada a conversa com Jesus, e embora aquele rapaz tenha demonstrado interesse em fazer um investimento na vida eterna, as condições apresentadas não lhe pareceram favoráveis. Ele buscou a salvação, mas a contrapartida de abandonar a riqueza era muito alta. O incrível neste diálogo é que em nenhum instante Cristo o forçou a aceitar essas condições, Jesus o deixou bem à vontade para tomar sua própria decisão.  

Compreenda que é correto ter um patrimônio ou acumular bens. Todos desejam trabalhar e serem recompensados com bons salários, possuírem casas confortáveis, carros seguros e modernos, tocar o próprio negócio, ser empresário e ter uma excelente vida. Isso é legítimo, faz parte de quem trabalha honestamente e conduz sua vida dignamente. O grande problema daquele jovem foi justamente ter o seu patrimônio como um “deus” em sua vida, contrariando o primeiro item da lei que trata da relação do homem com Deus: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êx 20.3). Este foi o conflito que corroeu seu coração. Reflita isso!

Saiba que de forma diferente, em três ocasiões distintas registradas na Bíblia, algumas pessoas também se preocuparam sobre o que fazer para herdar a salvação. "O que devo fazer para ser salvo?", foi a pergunta do carcereiro da cidade de Filipos a Paulo e Silas (At 16.30). "Que faremos, irmãos?", foi a pergunta feita ao discípulo Pedro pelos homens da cidade em Jerusalém, logo após a manifestação do Espírito Santo (At 2.37) e o próprio Paulo, em sua conversão, perguntou a Jesus "Senhor, que queres que eu faça?"  (At 9.6). Lembre-se que o carcereiro acreditou na salvação por meio da pregação da Palavra de Deus e, após o discurso de Pedro, a Bíblia registra que três mil pessoas se renderam aos pés de Jesus. E quanto a Paulo, este se tornou o maior doutrinador do cristianismo, estabelecendo muitas comunidades cristãs no mundo de então. Perceba que cada um recebeu uma resposta diferente, mas de maneira igual, todos aceitaram as condições propostas: ter Jesus no coração, e o Senhor Deus como único e verdadeiro!

Quanto ao jovem, ele tinha amor pelas outras pessoas, mas não conseguia expressar o seu amor a Deus, justamente quando escolheu a riqueza como o seu “deus”. Este era o seu problema. Compreenda que não basta ao cristão ter ótimas relações pessoais com seus pares, não basta ao cristão realizar boas ações e viver uma vida terrena dedicada e aplicada ao próximo, se - olha a condicionante - não ter o Senhor em sua vida, como Deus único e verdadeiro (Ex 20.3).

Compreenda que a pobreza não é critério para herdar a vida eterna e nem os mais abastados necessitam vender suas propriedades. Paulo ensinou que o cristão deve reconhecer sua riqueza como instrumento, como ferramenta e utilizá-la em conformidade com os princípios cristãos (1 Tm 6.17-19). Lembre-se que o dinheiro é salutar e nem é o problema, todavia, o amor ao dinheiro, ou seja, fazer dele o seu “deus”, este sim é o problema e raiz de todos os males (1 Tm 6.10). Lembre-se que só o Senhor é Deus, creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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