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Quarta, 12 Julho 2017 09:07

TRINCHEIRA

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TRINCHEIRA

“Pois quero que saibais quão grande luta tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram a minha pessoa;” (Cl 2.1)

 

Esta carta, de autoria de Paulo foi escrita por volta dos anos 60 DC, quando o apóstolo já estava em Roma, cumprindo prisão. Muito provavelmente a comunidade cristã da cidade de Colossos foi estabelecida de forma direta por Epafras e certamente por influência das pregações de Paulo (Cl 1.4). Na carta se percebe que o apóstolo Paulo nunca esteve em Colossos, mas em decorrência da entrada naquela comunidade de ensinos filosóficos e ensinamentos com conteúdo herético contrários ao que ele, Paulo, havia ensinado, achou por bem escrever a carta como forma de adverti-los sobre estes ensinos que até tinham alguma sabedoria humana, mas de nada valia senão para satisfação do ego daqueles que a professavam (Cl 2.8).

Atente para o egoísmo do ser humano. Deseja o sucesso para si, para seus entes mais queridos e até deseja que alguns mais chegados também sejam vencedores, mas grosso modo, dentro de cada um, reina um espírito competitivo de maneira que são raras as pessoas que se alegram com o sucesso alheio. Pense nisso!

Paulo teria recebido notícias sobre a introdução de ensinos que contrariavam a salvação pela graça de Cristo e mesmo sem conhecer os irmãos colossenses, se preocupou com eles, deixando claro ao escrever a carta que orava, combatia e lutava por todos, muito embora aquela comunidade conhecesse Paulo somente por ouvir dizer, ou seja, não o conheciam fisicamente. Essa atitude de Paulo apenas retrata o amor que ele sentia pelos irmãos, amor esse citado mais a frente ao pedir que eles se revestissem deste mesmo sentimento, apontado como o vínculo da perfeição (Cl 3.14).

Veja que esse sentimento amoroso por outras pessoas demonstrado por Paulo é coisa rara hoje em dia. Logicamente que as pessoas continuam a orar, continuam a clamar, continuam a fazer suas petições a Deus, todavia, a diferença é que hoje em dia, elas oram pedindo bênçãos mais para si próprias e raramente por pessoas que não sejam próximas. E se porventura essas pessoas sejam desconhecidas, aí que não intercedem mesmo. Observe que mesmo pessoas cristãs e devotas a Deus, o amor citado por Paulo como o sentimento mais perfeito é pouco ou quase nada praticado. Orações de graças por bênçãos concedidas a outras é caso muito raro. Resumindo, as pessoas amam sim, mas um amor dedicado e direcionado aos conhecidos e mais chegados. Reflita isso!

Quase sempre se ouve falar de alguém que por motivos diversos se afastou dos caminhos de Deus. E de maneira quase unânime, o que mais se escuta são críticas e julgamentos à fraqueza espiritual pelo comportamento praticado que levou ao afastamento, e pior, nenhuma oração e nenhuma abordagem física no sentido de trazer de volta aquele que se desviou. Contrário a essa perversa prática de critica, antes mesmo que os irmãos colossenses tomassem o caminho errado, Paulo já lutava espiritualmente pelo fortalecimento e revestimento deles, ou seja, Paulo não desejava que eles se perdessem e distanciassem da graça de Deus. Paulo demonstrava interesse pessoal na salvação de cada integrante daquela comunidade. Paulo tinha visão de reino e não visão de império. Pense sobre isso!

O que de fato incomodava Paulo era que a igreja em Colossos enfrentava forte ataque de pessoas que ensinavam que a salvação poderia ser obtida por meio de um conhecimento especial, que somente alguns mestres possuíam, contrariando todo o ensinamento de Paulo da salvação pela graça de Deus, por meio da fé (Ef 2.8). Isso o levou a guerrear espiritualmente em favor daquela comunidade cristã para que fossem blindados e fortalecidos do pleno conhecimento de Cristo (Cl 2.2).

Compreenda que se hoje existe a importância de cada cristão crescer espiritualmente, também é importante que cada crente, mesmo não sendo conhecido fisicamente, seja edificado a andar com fé nos caminhos do Senhor (2 Co 5.7), por meio das orações de uns pelos outros (Tg 5.16). Paulo discursava, comparando a igreja de Cristo ao corpo humano, ou seja, todos sem distinção fazem parte de um mesmo corpo e, neste contexto, todos têm importância e valor (2 Co 12.27). Infelizmente, hoje em dia pode-se afirmar que são raras essas preocupações. Pense nisso!

Lembre-se, como cristão praticante da Palavra (Tg 1.22), da importância de lutar pelos demais mesmo que não os conheça fisicamente, afinal, nessa guerra, lutamos na mesma trincheira, temos o mesmo general Cristo, combatemos o mesmo inimigo e temos o mesmo alvo que é a vida eterna com Deus, amém? Creia nisso!  

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1914 vezes Última modificação em Quarta, 12 Julho 2017 21:27