Quarta, 19 Julho 2017 09:31

CONVIVÊNCIA

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CONVIVÊNCIA

“Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo. ” (Ef 4.32)

 

O apóstolo Paulo escreveu esta carta à comunidade cristã na cidade de Éfeso quando estava preso em Roma, nos idos de 62 DC. Nessa carta, Paulo apresenta suas declarações sobre os propósitos eternos de Deus em relação aos homens e mostra as revelações divinas sobre o destino da igreja de Cristo. A epístola deixa evidente a orientação sobre a importância de aqueles irmãos terem uma vida honesta e digna dentro do corpo de Cristo. Na carta Paulo aponta as consequências práticas de uma vida cristã em decorrência do elevado destino que Deus já determinou para os remidos pelo sangue de Cristo, além de ensiná-los a se afastarem da péssima maneira de viver daquela sociedade.

Não é surpresa para ninguém que os números estatísticos sobre a violência estão crescendo a todo vapor.  Recentemente numa grande cidade brasileira, uma criança ainda no ventre de sua mãe foi baleada. Submetida a uma cirurgia, as informações dão conta que ela corre riscos de apresentar fortes sequelas para o resto de sua vida. Quase todos os noticiários mostram atos de agressividade envolvendo pessoas de todas as classes sociais. Saiba que se outrora a violência estava restrita a bairros periféricos das grandes cidades, hoje a barbárie é vista em todo lugar, inclusive nos meios familiares.

“E não deis lugar ao Diabo”, palavras do apóstolo Paulo (Ef 4.27). Entenda bem que dentre as diversas investidas do diabo contra o crente em Jesus, uma delas é justamente ele se apresentar e se exibir como um ser de elevado padrão ético, representante da verdade e do bem com o único objetivo de enganar (2 Co 11.4). Jesus deixou claro que o diabo é o pai da mentira, ou seja, ele veio para enganar mesmo e o engano acontece por meio da mentira (Jo 8.44). Creia nisso!

Não dar oportunidade ao diabo é estar vigilante e em efetiva harmonia com o Espírito Santo. Mesmo para pessoas crentes e firmes em Cristo, esteja certo que o diabo vai procurar maneiras para desestabilizar, promover confusão e tomar conta dos pensamentos e transformá-los em ações ruins. Na realidade dar lugar à ira, à raiva, é conceder brechas ao diabo para plantar a discórdia. Pecados grosseiros, como brigas, outros atos violentos e até mesmo homicídios se originam assim. Uma pessoa irada, tomada pela fúria, perde o uso da razão e fará coisas que não faria em circunstâncias normais.

“perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. (Ef 4.32). “Como também”, é o parâmetro de comparação, isto é, o perdão de Deus. Grande parte ou mesmo a totalidade dos problemas sociais que descambam para a violência estariam resolvidos se houvesse o perdão. E antes do perdão, não haveria desavenças se prevalecesse a bondade e a compaixão entre as pessoas. Assim sendo reinaria a paz, inclusive entre os que professam a mesma fé em Cristo. Reflita sobre isso!

O cristão não está isento de ser tentado e nem provocado pelo diabo para realizar atos que desagradam a Deus e entristecem o Espírito Santo (Ef 4.30). O Espírito Santo que habita no cristão é atingido por tristeza por causa das más ações, aliás, perceba que é justamente nos momentos de fragilidade espiritual, que surge a oportunidade que o diabo tanta deseja para lançar mentiras, desconfianças, dúvidas e ódio (Ef 2.21-22).

A vida do cristão deve ser conduzida de maneira diferenciada, principalmente quando comparada com os demais integrantes da sociedade em que vive. Essa era a visão de Paulo e essa também deve ser o objetivo do cristão atual. Se outrora a pessoa, longe de Cristo, caminhava em trevas e levava uma vida direcionada pelo mundo, atente que hoje, esta mesma pessoa, crente em Jesus, tem sua vida conduzida pelo Espírito Santo (Ef 5.8). É o que se chama de nova criatura, que foi regenerada, que é totalmente distinta moral e espiritualmente daquela de outrora (Rm 6.6). Assim sendo, esta pessoa não foi melhorada e nem reformada, mas foi transformada. Essa nova postura era a grande preocupação de Paulo em relação aos irmãos da comunidade cristã de Éfeso, daí a orientação para terem uma vida condizente com a doutrina cristã (At 2.42).

Perceba que grande parte das vezes os atos de violência surgem pelo fato da pessoa agir em razão de sua vontade e temperamento, não permitindo que o Espírito Santo tenha o controle das ações. Assim, as pessoas sentem-se donas de suas decisões e realiza tudo aquilo que contraria e desagrada Deus. O mesmo Paulo instruía que o homem pela sua própria natureza carnal, torna-se incapaz de fazer o bem (Rm 3.10-12). Resumindo, ao semear a discórdia e o ódio, certamente que colherá rancor (Gl 6.7).

“Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam..." (Mt 7.12). Palavras de Cristo ensinando sobre a regra fundamental da boa convivência. Como ninguém deseja fazer mal a si mesmo, mas somente o bem, compreenda que bastaria tão somente aplicar este versículo para um mundo de paz e sossego. Reflita!

Lembre-se da história de José. Ele tinha todos motivos e mais alguma coisa para vingar de seus irmãos. Ainda jovem foi atirado numa cisterna (Gn 38.24), foi vendido como escravo (Gn 38.24), foi assediado pela esposa de Potifar (Gn 39.7) e posteriormente jogado numa prisão (Gn 39.20). Enfim, se agisse por sua vontade carnal, quando alçado ao posto de governador do Egito (Gn 41.40-42), poderia facilmente promover a justiça humana contra seus irmãos. Contrário a isso, não se percebe em nenhum momento que José planejasse vingança.

A história mostra que José perdoou seus irmãos e executou o amor de Deus, ensinando a aplicação de uma regra de ouro para uma vida sem violência, para uma vida de paz e harmonia entre as pessoas (Gn 45.4-5). Tenha em sua mente que uma boa convivência passa necessariamente pela bondade, compaixão e pelo perdão. Creia nisso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

Ler 1438 vezes Última modificação em Quarta, 19 Julho 2017 18:04
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