Quarta, 09 Agosto 2017 14:07

DÚVIDAS

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DÚVIDAS

“És tu Aquele que haveria de vir ou devemos aguardar outro?”  (Mt 11.3)

 

O discípulo Mateus foi chamado por Jesus enquanto estava trabalhando na coletoria de impostos e atendeu prontamente ao chamado (Mt 9.9). A bíblia não relata pormenores deste episódio, registrando apenas que o então cobrador de impostos passou a seguir Cristo a partir daquele momento. Dentre os discípulos, alguns iletrados, pode-se afirmar que Mateus tinha certo conhecimento intelectual, devido sua atividade na coletoria de tributos para o Império Romano.

Acima tem-se o versículo que está dentro do contexto do diálogo entre dois discípulos de João Batista e Cristo. João Batista estava preso por ordem do rei Herodes e ouvindo na cadeia sobre os feitos de Jesus, mandou seus discípulos perguntarem a Jesus se ele era mesmo aquele (Messias) que haveria de vir ou se deveriam esperar por outro.

João Batista estava em dúvida! Veja que se tratava do mesmo João Batista que batizou Jesus e o anunciou publicamente como o cordeiro que tira o pecado do mundo. E ao realizar este batismo, João tinha absoluta certeza que Jesus Cristo era o Messias enviado por Deus (Mt 3.11-17). Certamente que antes de ser preso por Herodes, João Batista teve conhecimento de curas, libertações e diversos milagres operados por Jesus, mas agora estava preso e talvez esperasse um milagre da parte de Jesus tirando-o da cadeia. Pode-se conjeturar que João Batista tinha ouvido falar de tanta coisa boa que Jesus fazia e agora desejasse receber algo, a sua liberdade. Como nada acontecia, bateu a dúvida e pediu que seus discípulos lá fossem perguntar.

Muitos cristãos colocam dúvidas sobre o agir ou não de Cristo. Sem entrar no mérito de cada caso, até mesmo por ser algo de natureza pessoal, perceba que em decorrência de tantas adversidades, aflições e lutas no dia a dia, esta dúvida pode mesmo aparecer até naquelas pessoas que devido ao tempo congregacional, poderiam ser consideradas mestres (Hb 5.12). Esta dúvida surge quando as bênçãos de Cristo chegam para todo mundo, e aquele que não recebe, passa a alimentar a incredulidade em seu coração. Ou seja, todos estão mesmo sujeitos a um momento de incredulidade. João Batista, o último dos profetas nascido de mulher não foi diferente e teve o seu (Mt 11.11).

Veja que esse fraquejar, este momento onde a dúvida parece ter encontrado espaço no coração do crente, surge justamente quando as pessoas estão passando por situações ruins e mesmo orando e clamando por socorro, Jesus está em silêncio. A bíblia não relata se João Batista orou ou se mesmo gritou da cadeia pelo socorro de Cristo, mas o simples fato de não ter sido libertado enquanto escutava sobre os milagres acontecendo nas imediações, foi certamente, o fato gerador da desconfiança.

Perceba ainda que esse titubear da fé aparece porque os desejos e vontades de cada um não são plenamente atendidos. Veja que mesmo conhecendo Jesus, mesmo sabendo tudo a respeito dos milagres que Cristo operou e tem operado na vida de outras pessoas, quando não realiza algo por alguém, é mais que bastante para criar o questionamento. João Batista fez isso. Ele questionou se Cristo era mesmo o Messias!

São muitos os motivos que geram insatisfação. Para João Batista foi a não liberdade da cadeia, mas nos planos de Deus este era o processo pelo qual João Batista deveria passar. Libertá-lo da cadeia não era a vontade de Deus. Nos dias atuais há uma infinidade de outras motivações que geram incertezas na fé. Uma enfermidade, uma porta de emprego que não aparece, uma viagem que não se realizou, um concurso que não deu certo, enfim, o descontentamento sempre será a origem da dúvida.

“Os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.5). Essa foi a resposta de Cristo aos discípulos de João Batista. Jesus não precisou dar uma resposta positiva e direta, mas ao apontar os sinais de cura e de milagres que realizava em prol dos necessitados, e que os discípulos de João viam e ouviam, deixou claro que ele era sim. Era o Messias que veio para salvar e buscar os perdidos. Jesus mostrou que ele era o exato cumprimento da profecia de Isaías (Is 61.1-3). E certamente que João Batista conhecia essa passagem do profeta Isaías.

Entenda que Deus não deixará de ser Deus por não atender as orações. Nos momentos de extrema angústia, de extrema dor é mais que ocasião para imitar Jó, quando este declarou que “o meu redentor vive” (Jó 19.25). As adversidades e aflições desta vida terrena não abandonarão os crentes, elas fazem parte da vida cristã (Jo 16.33). Lembre-se que o apóstolo Paulo orou a Deus e não foi contemplado pelo Senhor quando disse sofrer com um espinho em sua carne (2 Co 12.7). “A minha graça te é suficiente...” foi a resposta de Deus a um homem que levou a fé cristã para todo o mundo de então. E mesmo assim Paulo não deixou que a dúvida se instalasse em seu coração, ele compreendeu perfeitamente o agir de Deus em sua vida (2 Co 12.9).

Todos gostariam de ser atendidos por Cristo num estalar de dedos, mas veja também que nem sempre este “estalar de dedos” é a vontade de Deus. Creia nisso, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 1375 vezes Última modificação em Quarta, 09 Agosto 2017 21:22
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