Quarta, 16 Agosto 2017 12:57

INIMIGOS DA CRUZ

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Inimigos da Cruz

"Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. ” ( Fp 3.18-19)

 

Paulo foi o autor da carta aos Filipenses e a escreveu estando na condição de preso em Roma, e a nessa carta é visível que o apóstolo deixa transparecer sua expectativa com a aproximação de seu martírio (Fp 1.20-21). Embora ficasse na Grécia, a cidade de Filipos era uma colônia romana e como tal, detinha todos os privilégios e direitos como se fosse mesma uma cidade italiana. Foi neste contexto de nacionalidade, que Paulo trás a lembrança daquela comunidade, que “César” não era rei e nem Roma era a pátria deles, mas Cristo era o rei e o céu “vossa pátria” (Fp 3.20).

Os dois versículos acima estão contextualizados num grande bloco de ideias que trata da fé, do desejo e da esperança em Cristo (Fp 3). Paulo chama a atenção da comunidade filipense contra aqueles que, embora se dissessem cristãos, na verdade traziam muitos problemas ao corpo e à unidade da comunidade. Um fato perfeitamente visto nos dias atuais, quando muitos se intitulam cristãos. Reflita!

Frequentemente se ouve falar de comportamentos impróprios de cristãos. Com o uso das tecnologias, esses comportamentos são noticiados e num piscar de olhos atingem rapidamente milhares de pessoas, uns mais críticos e outros nem tanto, todavia, o fato em si espalha forte impacto negativo, tanto para dentro como para fora das igrejas. Pense sobre isso!

Perceba que o apóstolo Paulo, ao se referir aos membros da igreja filipense, os tratava como "santos" (Fp 1.1). Essa palavra traz a ideia de separado, ou seja, Paulo os enxergava como pessoas separadas de uma sociedade idólatra que mentia, que caluniava e promovia discórdias, ou seja, naquela coletividade predominava um comportamento avesso e distante de Deus. Embora convivessem e participassem da vida em sociedade, os irmãos filipenses eram instruídos a não praticar as mesmas imoralidades que para aquela coletividade, era algo comum e corriqueiro. Eram chamados "santos" porque não contrariavam o compromisso assumido pelo poder do evangelho, e desta maneira tinham plena comunhão com Cristo. Resumindo, eram cristãos de verdade.

Com algumas exceções, atente que grandes partes dos atuais crentes antes de se converterem, tinham um padrão de vida que afrontava os princípios morais do cristianismo. Outrora praticavam coisas absurdas que na visão dos incrédulos são vistas como sem importância, todavia, dentro da unidade do corpo de Cristo isso não é mais possível justamente por contradizer a doutrina e a ética cristã. Dentro do cristianismo, o comportamento do passado não encontra mais espaço, é necessária uma mudança de postura e essa transformação está em abandonar as coisas terrenas e mirar o foco nas coisas espirituais.

No contexto de sua carta, Paulo deixava claro que existiam naquela comunidade cristã, alguns indivíduos que estavam esvaziando o evangelho de Cristo, tornando-se desta maneira inimigos de Cristo e, hoje, infelizmente se percebe a mesma coisa. Muitos ainda não se deram conta que o cristão deve renunciar taxativamente a todas as tratativas do diabo para pecar. Há que se entender que a regeneração provoca mudanças profundas e não superficiais e pessoas transformadas pela ação do Espírito Santo buscam a perfeição em Cristo, dia após dia.

“Sede sensatos e vigilantes. O Diabo, vosso inimigo, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem devorar.” (1 Pe 5.8). Pode-se afirmar com bastante certeza que o discípulo Pedro conhecia bem as artimanhas do diabo, tanto que antes de escrever suas cartas, ele sentiu o agir do diabo em sua vida. Primeiro ele se deixou dominar por Satanás ao repreender Cristo (Mt 16.23). Depois negou a Cristo por três vezes consecutivas, mas entenda que ele se arrependeu, chorou pelos erros cometidos e se converteu verdadeiramente à vida dentro dos parâmetros anteriores de obediência e fidelidade a Deus (Lc 22.31-46). De igual modo, o rei Davi também se deixou levar pela sutileza de Satanás e adulterou, todavia, advertido pelo profeta Natã, arrependeu-se e realinhou sua vida com Deus (2 Sm 12.13). Perceba que tanto o discípulo Pedro como o rei Davi foram homens que falharam, todavia, reconheceram a transgressão e retomaram à direção certa.

Compreenda que o crente pode errar sim, pode acontecer que em algum momento, a vontade pessoal venha a prevalecer em detrimento do Espírito, mas isso jamais deve ser a norma (Gl 5.16). Veja que o cristão não pode continuamente, por anos a fio persistir no erro, praticando as mesmas transgressões sem um arrependimento genuíno e sem verdadeiramente ter uma transformação de vida. Lembre-se, somos amigos de Cristo e não inimigos da cruz, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1682 vezes Última modificação em Quarta, 16 Agosto 2017 20:01
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