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Terça, 21 Novembro 2017 16:41

ALEGRIA

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ALEGRIA

“Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito disposto a obedecer”. (Sl 51.12)

 

 

Tradicionalmente a crença popular atribui ao rei Davi toda a obra do livro de Salmos, todavia, consta que ele teria contribuído na coletânea dos salmos com pouco mais de setenta poemas. Os demais são de autoria variada, desde Moisés até outros personagens como Natã e Asafe. Os estudiosos informam que os poemas que compõem os salmos foram compostos num espaço de mil e poucos anos e retratam as mais profundas experiências e necessidades do coração humano, exercendo desta forma um atrativo constante sobre todas as pessoas.

Os estudiosos também dizem que o salmo 51 foi escrito após o profeta Natã confrontar o rei Davi sobre o seu pecado de adultério com a mulher de Urias. Há mesmo certo sentido nesta interpretação, pois ele inicia pedindo a misericórdia de Deus, logo após reconhece o cometimento da transgressão e clama que a iniquidade seja apagada para somente depois desejar a volta da alegria que fora perdida. Nesta visão, o versículo acima fala da satisfação do homem que reencontra a alegria na salvação de sua alma (Sl 51.1-12).

Percebe-se no homem moderno, uma crescente onda de autossuficiência, com prevalência da ideia que pode resolver tudo e não depender de ninguém, isto é, todas as coisas são resolvidas somente pela sua capacidade pessoal. Nesta visão, homens e mulheres se apresentam uns aos outros como pessoas que possuem plena competência para dar soluções a qualquer problema que aparecer pela frente. Desde aquelas pequenas atividades do dia a dia, até situações mais complexas, inclusive as de cunho sentimental e as que envolvem as grandes decisões da alma.

Veja que o cristão, enquanto parte da sociedade enfrenta situações adversas, algumas são menores e outras nem tanto, ou seja, ele não está imune às aflições dessa vida, aliás, o próprio Cristo alertou sobre isso (Jo 16.33). A diferença entre o crente e o incrédulo está justamente nas orientações para o enfrentamento dos problemas. Enquanto o incrédulo confia em suas habilidades pessoais para desatar os nós que aparecem, o cristão confia e busca em Deus a solução (Sl 40.1). Reflita!

Compreenda que após o cometimento do pecado de adultério, certamente que um turbilhão de problemas assolou o rei Davi. Aquele mau procedimento gerou uma tristeza em seu coração, um sentimento de culpa não só pela prática do adultério em si, mas também pelo desenrolar dos acontecimentos que surgiram depois, ou seja, as mortes de Urias e da criança, essa fruto da relação extraconjugal. Em decorrência dessa situação, é que o rei Davi manifesta claramente que perdeu sua alegria por ter praticado um ato gravíssimo.

Nos dias atuais muitas pessoas cristãs caminham tristes e sem ânimo, sem aquele vigor que as caracterizava no passado. Elas se decepcionaram consigo mesmas, ou pelos tropeços dos pecados ou por outros motivos, mas é certo que perderam a alegria de servir ao Senhor com o ânimo de outrora, e já não produzem mais os frutos que eram abundantes. E sem essa alegria de outrora, o fracasso espiritual ganhou oportunidade e a tristeza em fazer a obra do Senhor achou morada em seu coração. Atente nisso!

“Restitui-me a alegria da tua salvação”, perceba que Davi buscou a Deus pelo retorno daquela alegria que habitava em seu coração, ele clamou a Deus para retornar ao status anterior, quando a alegria de servir ao Senhor era uma marca considerável e vista por todos (Sl 51.12). Ele clamou pela restituição de algo que se perdeu e Deus o atendeu!

Hoje todos conhecem a história do rei Davi. Os atos de seu governo posteriores a este triste episódio demonstram que mesmo marcado pelas consequências naturais de seu erro, ele caminhou alegremente com Deus e se manteve firme até o fim de seus dias. Compreenda que isso somente foi possível porque ele não se acomodou com o pecado, ele reconciliou com Deus e buscou a sua alegria de volta. Muito diferente daqueles que tropeçam ou se decepcionam com alguma coisa e, ou se conformam com a situação ou recebem imposições de não mais servirem na obra do Senhor. Assim, permanecem tristes, cabisbaixos e frustrados sem produzirem no serviço a Deus. Saiba que existe solução para erradicar essa tristeza, Deus não somente perdoa, mas como um Pai amoroso deseja de volta o filho que estava distante (Rm 8.13). Creia nisso!

Compreenda hoje a necessidade de não estagnar na obra do Senhor. Saiba que o prazer na vida cristã se caracteriza pela alegria genuína que provém de Deus.  Não perca tempo acreditando que você é desqualificado para receber de volta a alegria que foi perdida. Davi perdeu, mas buscou e o Senhor a restituiu. Não dê ouvidos a quem por um motivo ou outro te causou decepção e te frustrou. Avante, busque no Senhor a sua alegria. Faça isso, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1580 vezes Última modificação em Sexta, 24 Novembro 2017 21:24