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Terça, 12 Dezembro 2017 21:21

RECADO

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RECADO

“Naqueles dias surgiu João, o Batista, pregando no deserto da Judéia; e dizia: 2; “Arrependei-vos, porque o Reino dos céus está próximo.”  (Mt 3.1-2)

 

Mateus se declarava publicano, trabalhava na alfândega e cobrava impostos para o Império Romano nas proximidades da cidade de Cafarnaum (Mt 10.3). Foi discípulo de Jesus e atendeu prontamente ao chamado do Mestre sem nenhum questionamento. Escreveu seu evangelho tendo como destinatários os judeus, a quem declarou que Jesus era o Messias que eles esperavam e que Cristo cumpriu em si mesmo as profecias do AT. Mateus deixou registrado que Jesus foi chamado de Filho de Davi, maneira essa como alguns judeus o reconheciam (Mt 21.9).

Os dois versículos acima fazem referência a João, o Batista, que pronunciou a frase que trouxe grande impacto aos judeus. Veja que até a vinda de João, os judeus ficaram mais de quatrocentos anos sem a presença de um profeta falando da parte de Deus para a nação judaica.

Atente que nos dias atuais, muitas pessoas, crentes ou não, possuem muita dificuldade para entenderem a profundidade da palavra arrependimento. Para essas, arrepender-se tem pouco ou quase nenhum significado, pois elas até pronunciam a palavra, mas efetivamente não mudam o comportamento e não mudando, mantem a mesma postura de outrora.

Perceba que antes do nascimento de João, um anjo disse que ele conduziria muitos dos filhos de Israel à conversão a Deus e que ele iria adiante no poder espiritual do profeta Elias, de forma que o povo fosse preparado para Deus (Lc 1.16-17). Noutras palavras, para povo judeu, exímio cumpridor da lei mosaica, era evidente que eles enxergavam a si próprios como exímios cumpridores da lei e, logicamente, sem pecados. Eles se viam orgulhosos por não transgredirem nenhum item da lei contra Deus, e assim, era natural o espanto ao perguntarem por que deveriam se arrepender.  Até mesmo Paulo, então fariseu, se manifestou anos depois desta afirmação de João, o Batista, como zeloso e irrepreensível cumpridor da lei (Fp 3.6).

Atente que o pensamento maior de todo cristão é ganhar a vida eterna com Cristo. Paulo ensinava aos irmãos da comunidade cristã em Corinto a ter esta expectativa de vida eterna de maneira muito clara, dizendo a eles que todos seriam miseráveis se esperassem em Cristo somente nesta vida terrena. Era necessário não perder da mente a promessa de uma vida eterna no céu onde pecado não entra (1 Co 15.19).

Compreenda que o mais importante nem era a presença física do profeta João, mas justamente a mensagem, ou seja, o recado que ele anunciava. Uma mensagem de arrependimento que ia de encontro ao pensamento dominante dos doutores da lei mosaica, dos fariseus e de todo os judeus que tinham orgulho de serem perfeitos praticantes da lei. Lembre-se que Cristo também anunciou o mesmo recado do arrependimento no início de seu ministério (Mt 3.7; 4.17).

Compreenda que hoje este mesmo recado de arrependimento, de mudança de postura e de mudança de mentalidade está atualíssimo, justamente pelo crescente número de pessoas que não acreditam na vida eterna. Para os judeus daquela época esta conversão de pensamento era um verdadeiro absurdo, pois se achavam pessoas excelentes e perfeitas à luz da lei. Essa perfeição era uma inverdade, tanto que Cristo sabia e condenava a hipocrisia deles pela diferença abissal entre o discurso e as ações que eles praticavam (Mt 23.13). Hoje é a mesma coisa, muitos se acham mais perfeitos que os demais. Pense sobre isso!

Entenda bem que a prática do pecado traz junto as suas consequências, tanto as de cunho natural como aquelas de responsabilidade espiritual. Se as consequências naturais do pecado podem ser solucionadas nesta vida, compreenda que o grande gargalo do pecado é justamente de ordem espiritual, ou seja, a de conduzir a pessoa para longe de Deus e mais perto da perdição eterna. Muito se comenta hoje em dia de um despertamento, de um avivamento no meio cristão, todavia, creia que ele somente virá por meio de um arrependimento genuíno e verdadeiro. Sem mudança de mentalidade não há o que se falar em arrependimento. Reflita isso!

João, o Batista, anunciava àqueles judeus que se aproximava algo novo. A novidade era uma nova relação de aproximação a Deus, perdida com a lei que se mostrou falha quando não conseguiu produzir arrependimento e nem aperfeiçoar espiritualmente (Hb 7.19). Fariseus e saduceus do século I continuaram incrédulos, sem mudarem sua mentalidade e pior, com o orgulho ocupando todo o espaço de seus corações. Sentiam-se perfeitos, como muitos na atualidade.  

Perceba que hoje muitos também ouvem o recado para arrependerem-se, mas não conseguem processar corretamente sua importância como transição para uma efetiva mudança comportamental. O arrependimento é a grande mensagem qualificadora para entrar no reino dos céus. Saiba disso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1326 vezes Última modificação em Sábado, 16 Dezembro 2017 09:42