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Quarta, 27 Dezembro 2017 13:09

LOUCURA

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LOUCURA

“Judá gerou Perez e Zera, de Tamar; Perez gerou Esrom; Esrom gerou Arão...Salmom gerou Boaz, de Raabe, e Boaz gerou Obede, de Rute; Obede gerou a Jessé....Jessé gerou o rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão, daquela que foi mulher de Urias. (Mt 1.3;5-6)

O próprio discípulo Mateus se declarou publicano e atendeu imediatamente ao chamado de Cristo, sem titubear (Mt 9.9). Após aceitar, fez uma recepção em sua casa, quando compareceram seus amigos publicanos e alguns fariseus, oportunidade em que Jesus declarou aos orgulhosos fariseus que ele não veio para os são, mas para os doentes (Mt 9.10-13). Noutras palavras, ao se declarar publicano e registrar as palavras de Jesus que ele veio para os doentes, o próprio Mateus se declarou doente e espiritualmente necessitado de Cristo, atente para isso!

Por vezes, as pessoas fazem julgamento e análises rasas e superficiais de casos ou situações, sem ao menos pensar nos propósitos de Deus em relação ao assunto. Neste contexto, são comuns os erros de julgamento notadamente quando o assunto é o seu semelhante. Veja que em grande parte das oportunidades, o homem faz questão de desqualificar o outro, de forma que o desprezo seja realçado em detrimento do elogio. Isso evidencia o fato do homem não enxergar o interior ou o coração, coisa que somente Deus faz, e faz muito bem.

Perceba que na genealogia de Jesus, há citação de quatro mulheres: Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba. Este registro é algo raro na cultura judaica que fazia questão de registrar somente o lado paterno. Veja que os nomes de cada uma dessas quatro mulheres estão fortemente ligados a casos de imoralidade e de adultério, transgressões essas que tinham penas de apedrejamento pela lei mosaica. Lembre-se que Tamar concebeu filhos de Judá, seu sogro (Gn 38). Raabe era uma prostituta que ajudou na fuga dos espiões de Moisés em Jericó (Js 2.1-24). Rute era uma mulher descendente dos moabitas, povo esse que se originou da concepção incestuosa de Ló com suas filhas (Gn 19.30-38; Rt 1.4). Bate-Seba, mãe de Salomão envolveu-se com o rei Davi num conhecido caso de adultério que teve ainda como consequência a morte de seu marido e da criança, fruto da relação extraconjugal (2 Sm 11.1-5).

Não resta nenhuma dúvida que os descendentes carnais de Jesus, traziam em sua composição humana pessoas desqualificadas moralmente, tanto para a cultura judaica como para os dias atuais. Dentro do conceito da subjetividade que domina as sociedades atuais, as pessoas podem ver essas quatro mulheres sob outra ótica, mas o que pensariam os judeus daquela época, quando confrontados com a menção de pessoas indignas como antecedentes carnais de Cristo?

Neste contexto, é importante lembrar que os julgamentos humanos são mesmo falhos. Perceba que essas mulheres mencionadas servem para aguçar a mente humana para a misericórdia e a compaixão de Deus, que não vê conforme a ótica humana, mas enxerga com profundidade o tempo futuro dentro de seus propósitos. Noutras palavras, o homem em si não tem capacitação e nem qualificação moral para julgar quem quer que seja. Reflita!

A atividade divina é dinâmica e o homem é limitado para conhecê-la com detalhes. Ao colocar essas quatro mulheres dentro da genealogia humana de Cristo, Deus tinha propósitos muito bem definidos e cada uma dessas mulheres contribuiu nos desígnios de Deus. Foi necessário que a prostituta Raabe escondesse os espias de Moisés e estes por sua vez a protegessem com vida na batalha vitoriosa de Jericó. Salomão veio do ventre de uma mulher adúltera que em decorrência de seu pecado perdeu seu filho como consequência natural do pecado. Tamar gerou filhos da relação com seu sogro quando eram remotas suas possibilidades de ser mãe e Rute era descendente de um povo que se originou de uma relação incestuosa de pai e filha, quando não havia outra forma de gerar descendentes.

Creia que essas quatro mulheres servem para lembrar ao homem que Deus demonstrou misericórdia com pessoas ditas como “indignas” no passado, para lembrar a este mesmo homem que Deus continua o mesmo em sua essência, ou seja, sua bondade e compaixão são infinitas também para os “indignos” de hoje. Há toda uma fundamentação divina para que esta situação seja compreendida nos dias atuais. Não há dúvidas que a linhagem do Messias é marcada por estes personagens questionáveis, dos tipos que um genealogista seletivo não mencionaria, mas perceba que Deus agiu desta maneira para mostrar a todos que seu amor é universal, incondicional e longe de quaisquer formas preconceituosas de exclusão. Esses personagens, embora não sejam modelos de comportamento, são exemplos do amor de Deus para com o homem, falho e imperfeito. Creia nisso!

“E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele.” (1 Co 1.28-29). Palavras do apóstolo Paulo à comunidade cristã de Corinto, ensinando-os que a sabedoria humana é nada diante de Deus. Cada uma dessas mulheres poderia não valer nada aos olhos da sociedade daquela época, eram desprezíveis, mas a graça de Deus se estendeu a cada uma delas. Ou seja, o amor de Deus alcança justamente aqueles que o mundo não julga merecedores para que a honra seja de Deus e não do homem. Deus tinha planos para elas, a história mostra e comprova essa verdade divina. Reflita!

Compreenda, portanto, que se sua mente não entender o agir de Deus nos dias de hoje e achar que tudo o que está acontecendo é loucura, aquiete-se, não julgue, pois Deus sabe o que faz, como faz e quando faz. Depois você entende, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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