Imprimir esta página
Quarta, 10 Janeiro 2018 09:12

OSTENTAÇÃO

Escrito por
Avalie este item
(2 votos)

OSTENTAÇÃO

“Contudo, assim que começou a vangloriar-se de suas conquistas e do seu poder, seu coração se encheu de orgulho e soberba, essa atitude o conduziu à queda e ao insucesso. Uzias pecou contra Yahweh, o SENHOR seu Deus, pois entrou na Casa de Yahweh para queimar incenso no altar dos perfumes sagrados.” ( 2 Cr 26.16)

 

Outrora o livro de Crônicas era um só volume, mas segundo os estudiosos, eles foram divididos em dois por setenta e dois rabinos que traduziram a sagrada escritura do hebraico para o grego, essa tradução recebeu o nome de septuaginta. Há muitos eventos registrados em crônicas que também foram registrados nos livros de Reis, principalmente aqueles dedicados á história do reino de Judá. Detalhe interessante aqui no livro de crônicas é que ele tem o maior registro genealógico da toda a Bíblia.

O rei Uzias foi coroado rei de Judá aos dezesseis anos e governou por cinquenta e dois anos, acumulando riquezas, vitórias em batalhas e seguindo os passos de seu pai, fez o que era bom aos olhos de Deus (2 Cr 26.1-4). Todavia, dominado pelo orgulho e pela soberba de suas conquistas e vitórias, tomou a péssima decisão de oficiar como sacerdote no templo de Deus, escolha essa que lhe rendeu uma lepra e consequentemente sua morte.  Este é o resumo da vida desse rei registrado em vinte e três versículos (2 Cr 26).

Atente que a sociedade é composta por pessoas de todas as classes sociais e nessas classes há indivíduos altamente qualificados, extremamente competentes em suas atividades que conseguem sucessos e resultados incríveis. Alguns possuem qualidades superiores que o fazem realizar com maestria, duas e até mais atividades, todas com ótimos resultados. Isso é louvável, certamente que estes indivíduos estudaram muito, se dedicaram e são mesmo merecedores deste reconhecimento.

Veja que o reinado de Uzias tinha a característica de grandes realizações, seu exército era numeroso e o armamento criado em suas oficinas geravam não só o medo de seus inimigos, mas garantiam a vitória nas batalhas e a conquista de mais riquezas para o seu reino. O sistema de defesa de Jerusalém possuía máquinas modernas para o mundo de então, idealizadas por homens que tinham plena liberdade de ação e tudo isso, deu ao rei Uzias reconhecimento do povo e criou um poderoso marketing pessoal, ficando seu nome conhecido e famoso por toda aquela região (2 Cr 26.11-15).

Entretanto, saiba que somente a tribo de Levi tinha a ordem de Deus para oficiar no templo, ou seja, a linhagem sacerdotal tinha nome e somente essa família possuía a responsabilidade de realizar os sacrifícios e todos os rituais no templo, como o transporte da arca, a limpeza e os cuidados gerais. A pessoa do sacerdote era o representante do povo junto a Deus nos sacrifícios e não o rei. Perceba nisso que havia de maneira muito clara uma separação entre o político e o espiritual. O político era conduzido pelo rei e o espiritual pelos sacerdotes. Ambas as funções não podiam se misturar.

Saiba que por vezes, o indivíduo é considerado bom quando faz e alcança ótimos resultados em atividades únicas ou diferentes. Dentro da sociedade isso acontece com frequência. O rei Uzias ganhou fama de excelente gestor, tinha conquistados terras e as anexou ao seu território, e certamente que o orgulho criou raízes em seu coração. Ele permitiu que a vaidade ocupasse sua mente e achou que deveria também fazer a função de sacerdote do povo. Tinha excelente competência para reinar, mas não era detentor de qualificações espirituais para oficiar como sacerdote. Havia uma diferença que o orgulho, a soberba e a vaidade do seu coração não permitiam que ele enxergasse. Reflita isso!

Hoje em dia muitas pessoas agem como o rei Uzias. São mesmo ótimas, excelentes naquilo que Deus planejou para elas realizarem e ao obedecerem neste propósito de Deus, são reconhecidas e suas realizações são propagandeadas para todo canto. Nos dias atuais e com o amplo emprego das tecnologias, o nome destes indivíduos é colocado em evidência de forma exponencial e isso é bacana. Mas atente que o rei Uzias foi o que foi em sua época somente pela graça de Deus. Enquanto o coração do rei era ocupado exclusivamente por Deus, ele venceu, conquistou e ganhou fama, todavia, a partir do momento que o orgulho de seus feitos achou lugar e a ostentação ganhou espaço no seu coração, ele se corrompeu e transgrediu contra o Senhor justamente quando quis oficiar no templo, coisa que não era de sua alçada (2 Cr 26.16).

Não se vê em nenhum momento que Uzias tenha manifestado sua gratidão a Deus, mas contrário a este nobre sentimento, o que se vê é um espírito perverso articulando em sua mente, que inflou seu ego fazendo-o entrar no templo e dele sair doente, fulminado por uma lepra que lhe consumiu até a morte. Para quem morava num palácio, tinha poder e fama, acabou morrendo numa casa separada e pior, excluído da presença do Senhor (2 Cr 26.21)

Compreenda por meio deste episódio que ostentação, sucesso e fama são passageiros e vão mesmo acabar, quer você queira ou não. Reconheça que o Senhor é o provedor de todas as coisas, portanto, seja sempre grato a Deus por tudo o que tens alcançado (1 Ts 5.18). E finalmente, lembre-se de fazer somente aquilo que Deus projetou para você fazer e conheça seus limites. Reflita sobre isso!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1302 vezes Última modificação em Quarta, 10 Janeiro 2018 09:32