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Quarta, 17 Janeiro 2018 11:47

REGRESSO

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REGRESSO

“Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 6.68)

 

João foi o discípulo de Cristo que mais escreveu. São de sua autoria além do quarto evangelho, as três cartas de João e o livro de Apocalipse. Dos doze escolhidos por Cristo, apenas ele, seu irmão Tiago e Pedro, foram os que mais desfrutaram da intimidade com o Mestre. O evangelho Segundo João apresenta Cristo como o Filho de Deus, a quem o próprio Deus enviou (Jo 1.34). O apóstolo Paulo menciona que João teve papel fundamental na divulgação do evangelho e foi uma das colunas da igreja que começava a se formar naquela época (Gl 2.9).

Não é nenhuma novidade as pessoas procurarem Cristo somente nos momentos de grande desespero ou em situações criticas, quando não se vislumbra nenhuma outra solução. Há exceções, mas grande parte das pessoas apresenta mesmo esta característica. Passado o tempo da angústia, elas voltam para suas atividades seculares e quando as adversidades assolarem novamente, elas caminham de volta a Cristo. Este movimento de idas e vindas, muito se assemelha ao povo de Israel que ora se aproximava de Deus e ora distanciava, conforme se vê nos registros de Jeremias, Isaías e outros profetas do AT.

Nos três anos que durou o curto ministério de Cristo, muitas pessoas foram curadas, algumas ressuscitadas, transformadas e outras tantas libertas de possessões demoníacas (Mt 8). Por onde Jesus caminhava, os evangelhos dizem que havia multidões ao redor e ele curava todos que o procurava (Mt 9.36-38). Uns queriam alimentar o espírito, mas outros queriam apenas o alimento físico - de pão e peixes, e havia ainda um terceiro grupo, os fariseus que não acreditavam, mas também não se distanciavam (Mt 14.15-21). Alimentados fisicamente eles seguiam sua vida, onde alguns que receberam milagres agradeciam e outros nem isso faziam (Lc 17.11-19). Pense sobre isso nos dias atuais!

Entenda com estes exemplos, que muitos desejavam somente ver os sinais e curas, receber as bênçãos, presenciar os milagres como a ressurreição de Lázaro ou a multiplicação dos pães e peixes, mas não queriam abandonar as tradições religiosas e se converterem. Preferiam permanecer presos ao sistema e essa era a realidade naquela época, mas entenda bem que nada mudou para nossos dias. Muitos optam em apenas ver os milagres de Cristo, sem tomarem posição espiritual. Estão presos nas tradições e nas crenças pessoais. Reflita!

Há sim exceções neste contexto, mas grandes parcelas das pessoas querem Cristo de uma maneira que lhe seja mais conveniente ou de uma forma que se encaixa em seu modo de vida. Quando Cristo falou sobre o pão que dá vida ao mundo, ele simplesmente dizia sobre o alimento que dá vida espiritual, falou sobre uma mudança de mentalidade que aquele povo não entendia, aliás, nem podia mesmo compreender, pois eles estavam tão ligados ás tradições que suas mentes estavam como que cauterizadas e não conseguiam processar o que ele falava.

Essa era a grande questão daquela época, pois eles não viam Cristo como o alimento espiritual, mas enxergavam simplesmente como o filho de José, o carpinteiro (Jo 6.33-42). Nos dias atuais, continua o mesmo problema, ou seja, as pessoas não querem e nem desejam uma efetiva mudança de mentalidade! Saiba que essa realidade espiritual tem como explicação o desejo de achar soluções em curto prazo, há um imediatismo muito forte no coração das pessoas.

Os judeus desejavam curas e sinais, mas não tinham visão de vida eterna, não enxergavam para frente. Idêntica situação se repete na atualidade, quando muitos ainda não entenderam que Cristo continua a ofertar curas e milagres sim, mas também oferta algo melhor que é a vida eterna e é justamente essa vida eterna que não é devidamente valorizada. As pessoas não conseguem enxergar depois da colina, não anseiam aquilo que permanece por toda a eternidade. Creia nisso!

Certamente que essa é a grande dificuldade atual. E parte desta falta de entendimento passa pelas manipulações que as pessoas estão sujeitas. Muitas são “manipuladas em nome de Deus” e manipuladas, se afastam da mesma maneira que os fariseus manobravam as pessoas e as distanciavam de Cristo. Triste realidade, perceba nisso!

Aqueles discípulos que regressaram depois das palavras de Cristo foram vencidos pelas suas motivações erradas, foram vencidos pelos seus desejos pessoais. Não tiveram forças para escolher coisas eternas e optaram pelas temporárias (Jo 6.66). Saiba que ninguém é obrigado a seguir Jesus, tanto que o próprio Cristo afirmou isso aos doze, mas saiba que Pedro deu a resposta que sustenta este texto, afinal de contas só Cristo tem as palavras de vida eterna e não se pode servi-lo somente por aparências (Jo 6.68).

Compreenda que melhor que receber as bênçãos de Cristo, é ter a certeza que sua promessa de vida eterna se cumprirá. Não regresse ao estado anterior, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira – Pr

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