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Segunda, 02 Abril 2018 18:49

CRISE

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CRISE

 

“Tomai-me, lançai-me ao mar, e o mar se aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade”. (Jn 1.12)

 

O livro de Jonas foi escrito pelo profeta de mesmo nome e está inserido no conjunto de livros denominado de “doze profetas menores”, tendo em vista que estes profetas escreveram pouco em relação aos profetas Isaías, Ezequiel ou Jeremias, por exemplo. O livro de Jonas praticamente não traz profecias, mas apresenta grande ensinamento sobre obediência a Deus. Acima está o versículo onde Jonas reconhece a si próprio como a causa da tempestade que atingiu o navio que ele usava para fugir de Deus.

No dia a dia, a palavra mais falada nas conversações entre as pessoas é a crise. Crise no governo com políticos acusados de corrupção e alguns até presos. Crise financeira, crise nas indústrias, crise na saúde e na educação, na segurança pública e obviamente, crise nas famílias com ramificação nos relacionamentos. Não há outro assunto tão comentado e com tantos especialistas propondo soluções.

Na história de Jonas, a crise era de ordem espiritual. Deus havia determinado que ele fosse pregar na cidade de Nínive, mas Jonas recusou. Na sua ideologia, aquele povo pagão não merecia perdão divino e demonstrando forte sentimento egoísta, achou por bem não obedecer e fugir da presença de Deus. Jonas sentia em seu coração que era uma missão absurda, e a título de comparação para os dias atuais, era como pedir a um destes torcedores de torcida organizada que vestisse a camisa do time adversário, ele não iria mesmo.

Para os marinheiros daquele barco que enfrentava a tempestade e tinha chances reais de naufrágio, a crise era se eles iriam sair vivos. Até que Jonas chama a responsabilidade para si, assumindo ser a causa daquela situação, devido sua desobediência a Deus (Jn 1.10). Compreenda que em decorrência do chamado de Deus para Jonas ir à Nínive, ele deveria ser um canal de benção aos ninivitas, ele seria a ferramenta para transformar os corações daquele povo e mostrar a maravilhosa compaixão de Deus, mas ao recusar ser esse instrumento e criar uma crise no barco, Jonas assumiu de forma direta a responsabilidade pelo naufrágio. Noutras palavras, a crise, a tempestade e o naufrágio tinha nome e causa: Jonas!

Lembre-se que Deus utiliza sim, quem ele quer para abençoar e para aplicar sua justiça. Em decorrência da desobediência e da idolatria do povo judeu, Deus usou o rei pagão Nabucodonosor para mostrar aos judeus o quanto eles estavam errados no relacionamento com o Criador. Foi necessário que um ímpio fosse usado como ferramenta de correção, quando os profetas daquela época não eram mais ouvidos. Reconheça, portanto, que o agir de Deus independe do homem em todos os sentidos. Reflita isso!

Atente que muita gente ao reclamar das crises, transfere a responsabilidade das turbulências para Deus. Preferem apontar um culpado a efetivamente fazer alguma coisa. A crise familiar que chega por meio da violência doméstica, a infidelidade do cônjuge, as brigas entre pais e filhos e tantas outras crises, podem ter uma razão bem mais clara do que se imagina.

Jonas foi o responsável pela crise no barco, ele era o problema! A crise no governo, a corrupção generalizada, a desestrutura familiar, são típicos eventos que podem ter uma causa muito conhecida: as fugas de pessoas que foram chamadas para levar a palavra de Deus e simplesmente não foram. Fugiram como Jonas. Reconheça que no governo há cristãos conhecedores da palavra que são omissos ou coniventes com as falcatruas. Nas empresas há gestores e funcionários que conhecem a palavra de Deus e não as aplicam. Nas famílias muitos estão como Jonas, fugindo das responsabilidades e sendo causa direta de tantos naufrágios familiares. Reflita seriamente sobre isso!

Jonas achou que os moradores de Nínive não mereciam o perdão de Deus. Hoje muitos se recusam a levar o amor de Cristo às pessoas, eles simplesmente não vão. Preferem a fuga, alegando motivos dos mais variados. Reconheça que as tragédias aparecem quando quem deveria abençoar simplesmente foge, assim como fez Jonas.

O incrível na história de Jonas era que os marinheiros remavam com toda força para sair da tempestade. Eles oraram e gritaram por socorro, inclusive pela vida de Jonas, justamente o homem que era a causa direta da tempestade. Parece piada, uma inversão notável, em vez de o crente orar pela alma do ímpio, era o ímpio clamando e o crente sendo abençoado (Jn 1.13-14). 

Mais tarde Jonas confessou sua culpa. Deus fez cessar a tempestade e acabou com a crise do naufrágio, salvou com vida os marinheiros e a história de Jonas seguiu seu curso. Compreenda por meio deste episódio que em algumas crises, pode ser que você seja mais parte do problema que da solução, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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