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Segunda, 21 Maio 2018 19:50

LAVOURA

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LAVOURA

“Então, falou aos seus discípulos: De fato a colheita é abundante, mas os trabalhadores são poucos.” (Mt 9.37)

 

Evangelho de Mateus, o primeiro na ordem do NT. Diferente dos demais discípulos, Mateus não era pescador e pode-se crer que ele fosse uma pessoa com bom conhecimento intelectual com os números, pois foi escolhido para trabalhar como cobrador de impostos para o Império Romano. Essa função de coletor de tributos era uma função que não agradava ao povo judeu, pois eles viam a riqueza da nação indo embora para as mãos do inimigo, e pior, com a participação de um compatriota.

O versículo acima mostra a compaixão de Jesus pelas pessoas e está inserido em apenas três versículos (Mt 9.36-38). Por onde Cristo e seus discípulos caminhavam, grandes massas humanas caminhavam atrás sedentas em receber ensinamentos espirituais, ansiosas por uma palavra que pudesse amenizar os sofrimentos físicos que eram muitos, e também os espirituais.

Não é preciso ser especialista para ver que muitas pessoas vivem magoadas e insatisfeitas, muito embora sorrindo por fora. Há uma multidão de pessoas que procuram por consultórios médicos, perseguidas que estão pelo seu passado, angustiadas por pressões diárias de toda ordem e assombradas com o futuro. Espiritualmente elas estão carentes, exaustas e sem uma direção a seguir.

Aquela multidão que acompanhava Jesus criou no Mestre o forte sentimento da compaixão, ou seja, um sentimento de pena pelo mal que tanto padeciam. Entenda que a multidão que caminhava seguindo Cristo padecia física e espiritualmente nas mãos dos fariseus e doutores da lei, que sem dó e nem piedade, exerciam forte pressão psicológica exigindo o cumprimento de todos os itens da lei mosaica. Por fora ainda colocavam mandamentos humanos, que eles criavam inserindo mais rigor e opressão ao já fragilizado povo judeu.

Cristo era um forte defensor daquele povo e em diversas ocasiões confrontava os fariseus, chegando a dizer que em decorrências de suas posturas, eles não entrariam e nem deixariam que outros entrassem nos céus (Mt 23.13). Sabiamente, Cristo os enxergava como ovelhas que não tinham pastor tal era a quantidade de pessoas que precisavam ser libertas e orientadas, pois caminhavam sem rumo, sem quem os guiasse espiritualmente (Ez 34.1-7). Reflita seriamente sobre isso!

Isso nos faz lembrar que a mesma coisa acontece nos dias atuais. Há uma grande multidão de pessoas perdidas espiritualmente, estão literalmente “batendo cabeças”, andando por aí, carentes, sem rumo e sem direção. Caminhando a esmo, elas procuram por palavras que possam curar suas feridas e sarar seus corações, todavia, poucos estão aptos a ofertar essa possibilidade. De maneira contrária, muitos estão oferecendo caminhos alternativos que as levará às mortes espirituais. Entenda que naquela época, Cristo se preocupava de maneira muito específica com o povo de Israel, mas compreenda que ao comissionar que o evangelho da graça, da salvação, de cura e de transformação fosse apresentado a toda humanidade, ele deixou muito claro que mencionava as pessoas de todas as épocas e nações (Mt 28.19).

Lembre-se que a morte física não só é uma realidade como será o destino de todo ser vivente, entretanto, a morte espiritual é uma escolha do homem e pode ser revertida a qualquer momento. Cegos espirituais, sem conhecer Jesus, sem conhecer a verdade que muda a mentalidade, o homem tem caminhado debaixo de um governo maligno. Enganado por Satanás, ele vive pecando sem conhecer a paz e nem o amor de Deus. Essa triste realidade é facilmente observada quando se vê as informações dos jornais, noticiando assassinatos, corrupção e diversos outros tipos de crime, inclusive dentro de ambientes familiares (Mq 7.6).

Cristo enxergava aquela multidão de pessoas como uma lavoura pronta para a colheita, pronta para ouvir verdades que os alimentassem espiritualmente. Para os líderes judaicos e para os fariseus daquela época, as pessoas que compunham a multidão eram transgressoras e não mereciam nenhuma compaixão, aliás, na visão deles, aquelas pessoas não tinham nenhum valor, senão ser expropriada, dominada e oprimida. Reflita isso para hoje!

Compreenda que muitas são as pessoas que precisam mesmo conhecer o amor e a justiça de Deus. O vizinho, o familiar, o colega de faculdade ou de trabalho e tantos outros mais são pessoas que integram esta grande lavoura citada por Cristo. Perceba, portanto, a urgência de sair do campo das boas intenções e ser mais uma ferramenta útil nesta empreitada. Pratique isso, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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