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Segunda, 04 Junho 2018 18:31

BONDADE

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BONDADE

“E não nos desfaleçamos de fazer o bem, pois, se não desistirmos, colheremos no tempo certo.” (Gl 6.9)

 

A carta aos Gálatas foi escrita pelo apóstolo Paulo e redigida entre 49 a 52 DC.  A grande motivação de Paulo em escrever essa carta foi que depois dele se despedir daquelas comunidades cristãs que haviam sido estabelecidas, alguns homens se infiltravam e pervertiam o evangelho anunciado por Paulo. Eles mesclavam os ensinamentos da justificação e salvação pela graça de Deus com a lei e a religiosidade judaica e isso confundia os novos convertidos. Pense!

Na carta Paulo apresentava-lhes uma mensagem revolucionária que contrariava todo o entendimento que eles tinham sobre Deus como um juiz que enxergava sempre o mérito humano (a lei mosaica, fazer e não fazer). Inspirado pelo Espírito Santo, Paulo ensinava que eles estavam errados e os orientava a depositarem sua confiança em um Deus que não levava em conta os méritos do homem. Paulo falava de um Deus cheio de amor e compaixão e isso representava uma revolução tão radical que os cristãos, inclusive os de hoje, têm sido tentados a enxergarem a salvação mediante o mérito, do fazer e receber algo em troca. Reflita seriamente sobre isso!  

Veja que ninguém nasce sabendo andar de bicicleta. Pedalar exige equilíbrio e muito treinamento e com o passar do tempo se desenvolve a prática. Para isso houve a necessidade da pessoa ser persistente, não desistir e perseverar mesmo que por vezes ela tenha caído ao solo e sofrido uns arranhões. Para dominar completamente a bicicleta e pedalar com facilidade, a pessoa tentou e falhou algumas vezes, mas perseverou e conquistou o equilíbrio.

Em suas viagens missionárias, o apóstolo Paulo estabelecia comunidades cristãs nas cidades por onde passava e depois voltava em algumas delas para verificar como elas estavam caminhando, e quando isso não era possível, ele escrevia cartas, orientando e por vezes advertindo sobre aquilo que ele tinha ensinado. Era importante que isso fosse realizado para que tantos os novos convertidos como aqueles mais antigos na fé cristã, não ficassem ao sabor de novas doutrinas que iam sendo difundidas e não criassem conflitos desnecessários (Gl 1.6-7).

Assim como o ciclista teve persistência e determinação e não se cansou, Paulo ensinava aos integrantes das comunidades a dominarem suas vontades para vencerem as provações da carne, que teimava em fazer o mal. Era preciso procurar pela excelência na realização do bem às demais pessoas como serviço de Deus, da mesma forma que fez Cristo, curando, sarando e apresentando dia após dia a bondade na prática.

Entenda que por vezes as pessoas se sentem decepcionadas quando fazem o bem e perguntam se valeu a pena fazer isso ou aquilo, acreditando muitas das vezes que o ato da bondade em si nem foi observado. Dessa frustração nasce a desistência e justamente por isso, muitos nos dias atuais não praticam mais a bondade. Eles cansaram e desistiram quando a frustração bateu a porta por não terem sido reconhecidos naquilo que fizeram. Atente para isso!

Paulo deu ênfase que a caminhada cristã se assemelha a uma corrida, não uma corrida curta, mas uma maratona. E uma maratona para ser vencida necessita que o corredor seja persistente para cruzar a linha de chegada, e essa linha é descrita como o objetivo a ser alcançado. Lembre-se que ninguém cruza essa linha praticando maldades, tenha isso em mente (1 Co 9.24-25). Aqueles novos cristãos estavam vivendo um novo ciclo em suas vidas e era importante que eles tivessem consolidados em seus corações que suas vontades e desejos pessoais de fazer o mal não tinham mais nenhuma ascendência sobre suas decisões (2 Co 5.17). Era uma nova maneira de viver!

Tenha em mente que a vida terrena do cristão deve ser conduzida de maneira diferenciada. Paulo via o crente com um referencial para outras pessoas e isso deve ser o objetivo do cristão de hoje. Compreenda que se a persistência faz o aprendiz andar de bicicleta com excelência, de maneira idêntica deve o homem persistir em praticar a bondade, mesmo que seus atos não sejam reconhecidos.

“Tudo o que aprendestes, recebestes, ouvistes e vistes em mim, isso praticai; e o Deus de paz estará convosco.” (Fp 4.9). O incrível é que Paulo chama a responsabilidade para si de forma a animar os cristãos a praticarem tudo aquilo que aprenderam. Tiago corrobora com este pensamento ao afirmar que o crente deve ser praticante da palavra e não mero ouvinte (Tg 1.22). Portanto, seja persistente, pratique o bem e verá as mudanças acontecerem para melhor na sua vida. Não deixe que o cansaço e as decepções o impeçam de ser um “fazedor do bem”. Viva assim, amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Ler 1379 vezes Última modificação em Segunda, 04 Junho 2018 18:39