Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Terça, 04 Agosto 2020 09:47

JUÍZO

JUÍZO

“Eis que Yahweh, o SENHOR, é bom! Ele é um refúgio em tempos de angústia e aflição! O SENHOR protege todos quantos nele confiam.” (Na 1.7)

 

O livro do profeta Naum faz parte do conjunto de profetas denominados profetas menores e menores no sentido de pouco conteúdo profético, quando comparados com os profetas Isaías, Jeremias e Ezequiel que escreveram bem mais. A narrativa do livro de Naum teve como objetivo falar à nação de Israel sobre a destruição de Nínive, então capital da Assíria e inimiga declarada do povo israelita. Naum foi contemporâneo dos profetas Habacuque e Sofonias, isso no século VII AC.

De forma resumida, o contexto que o versículo acima está inserido, fala ao povo de Israel sobre a santidade, soberania e caráter de Deus e a aplicação da justiça divina ao inimigo, ou seja, povo assírio habitante de Nínive. A tônica da mensagem do profeta era que não zombassem de Deus, pois ele é justo juiz.  Um detalhe interessante sobre os profetas do AT era que eles anunciavam advertências ao povo de Deus sobre seus comportamentos, todavia, Naum é um profeta diferente, ele não profere julgamento contra o povo de Deus. Naum prega contra os inimigos. Na verdade, sua narrativa tem como foco consolar o povo de Deus anunciando um juízo divino contra aqueles que lhe fizeram mal.

Em tempos de aflições e adversidades é comum que as pessoas exteriorizem suas mágoas e desilusões.  Nas redes sociais é visível a enxurrada de manifestações assim, numa clara demonstração que pessoas de diferentes níveis sociais, se nivelam num grande coral de murmurações. E é nessas dificuldades que se observa a ação de aproveitadores que prometendo solução rápida e eficiente, usam e abusam da ingenuidade de muitos, enganando e defraudando. Pense!

Saiba que os Assírios eram um povo que constantemente estavam em guerra contra Israel. Os historiadores relatam que eles eram uma nação guerreira, cuja crueldade em tratar os inimigos era amplamente conhecida. Foi neste contexto que o profeta Jonas não quis anunciar a salvação aos assírios alegando um fervoroso patriotismo. Na visão de Jonas eles não mereciam a misericórdia de Deus, justamente pela maldade que carregavam em seus corações.

Atente que vivendo problemas de toda ordem, tem sido comum que muita gente ande sofrendo nas mãos de pessoas inescrupulosas, grande parte das vezes perdendo recursos financeiros e, logicamente, surge nestes casos o desejo humano de fazer vingança, tal a maldade que o outro realizou. Certamente que os israelitas também desejavam se vingar contra os assírios. Foi neste cenário de vingança que Naum profetizou, consolando os israelitas que Deus cuidaria dos seus inimigos. Aliás, nesse sentido, o autor da carta aos Hebreus disse que: “Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei...” (Hb 10.30).  Ou seja, tanto naquela época como nos dias atuais, entenda que deixar Deus aplicar sua justiça, foi e continua sendo a melhor proposta. Reflita!

Perceba que muitas vezes o homem é levado em seu coração a promover vingança contra aqueles que lhe fazem o mal. A bem da verdade, mesmo com tanto sofrimento que muita gente passa nos dias atuais, compreenda que não compete ao homem ter essa postura vingativa. Guarde isso: Deus é o justo juiz e retribui todas as ações humanas no tempo certo, segundo seu critério e vontade (Ec 3.1). Noutras palavras, Deus não perdeu o controle de tudo aquilo que acontece no mundo e agirá ao seu tempo (Mt 24.35).

Assim como era a visão dos israelitas em relação aos seus inimigos, por vezes tem sido comum o entendimento de muita gente que sofre as investidas de gente maldosa, pensar que Deus os esqueceu ou mesmo os abandonou á própria sorte, tal o nível de tranquilidade dos opressores, que vivem como se nada os perturbasse, todavia, entenda: ninguém está cima de Deus! E de igual forma ninguém escapa de seu juízo e todas as ações do homem, creia que um dia lhe será cobrada. A transgressão Deus perdoa, entretanto, um dia a fatura chegará por meio das consequências físicas de seus atos. Reflita isso!

Encerrando, guarde no seu coração que Deus é o Senhor e dono da história. Em toda a Sagrada Escritura, Deus nunca perdeu uma luta, nunca perdeu uma batalha e jamais perdeu uma guerra, portanto, Deus continua governando. Sua justiça pode até demorar, mas Deus tem o tempo a seu favor e sua vontade prevalecerá. Para uns, o perdão, para outros a advertência, a promessa ou o juízo, todavia, tudo do mesmo Deus, creia nisso. Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Segunda, 03 Agosto 2020 00:38

01/08/2020 - CULTO DOS JOVENS

Segunda, 03 Agosto 2020 00:32

01/08/2020 - KIDS TRUCK

Quinta, 30 Julho 2020 22:57

30/07/2020 - CULTO DE LOUVOR A DEUS

Segunda, 27 Julho 2020 09:50

COMPROMISSO

COMPROMISSO

“..em quem não há mudança nem sombra de variação" (Tg 1.17)

A carta de Tiago faz parte do conjunto de cartas gerais ou universais, este grupo é composto pela carta de Tiago, pela carta aos Hebreus, pelas duas cartas de Pedro, pelas três de João e pela epístola de Judas, totalizando oito cartas.  Receberam o nome de gerais ou universais por não terem um destinatário específico ou uma igreja a que foram enviadas, portanto, elas são de alcance universal. Segundo os historiadores, Tiago era irmão de Jesus e é identificado como autor desta carta, escrita no idos de 46 a 50 AC. As escrituras registram que nenhum dos irmãos de Cristo acreditou que ele fosse o Messias, todavia, creram somente após a ressureição, quando Jesus apareceu a Tiago (Jo 7.5; Mc 3.21; 1 Co 15.7).

O contexto do versículo acima está no bloco que aborda as provações e dificuldades que o homem enfrenta. Tiago traz para os leitores a necessidade dos crentes em lembrar que Deus é aquele que não muda seu caráter. Soberano, a imutabilidade faz parte do atributo divino (Tg 1.16-18).

Uma coisa que causa muita confusão nas relações pessoais são as mudanças de comportamento e de temperamento. Existem pessoas que hoje estão defendendo uma causa e amanhã, a mesma causa já não é mais interessante e aquilo que era defendido, agora é atacado. Essas mudanças trazem problemas de previsibilidade e confiabilidade e elas são definitivamente as causas de tantas desavenças pessoais. Enfim, atente que a imprevisibilidade parece mesmo fazer parte do homem.

Naquela época, século I, quando essa carta de Tiago foi redigida, o cristianismo estava começando a dar seus primeiros passos. A morte e ressureição de Jesus ainda era fato recente e provavelmente que os novos cristãos ainda alimentavam em seus corações mais dúvidas que certeza sobre a fé cristã. As provações, as perseguições e as dificuldades rotineiras àqueles que professavam a fé em Cristo era uma realidade quase diária e Tiago, aproveitou essa oportunidade para mostrar que o Deus a quem eles serviam, era um Deus de compromisso.

Veja que nas relações pessoais, é comum que alguém se sinta confortável em mudar de opinião sobre algum assunto. Talvez a causa que outrora defendia já não tem mais interesse. Essas mudanças de posições fazem parte do homem, sempre suscetível a mudar de lado conforme seus interesses. Isso tem o lado bom, quando as mudanças são para melhor e ruim, quando mudam para piorar o que podia ser melhor.

Entenda que na vida do homem, desde o seu nascimento até sua morte, muitas coisas acontecem, muitas circunstâncias aparecem, outras somem e isso gera mudanças. Aliás, o homem muda conforme as circunstâncias da vida vão surgindo, assim, ele pode abandonar projetos ou mesmo se arrepender do que fez, gerando mudança de posição e/ou mudança de atitudes.

Atente que Tiago apresenta em sua carta algo muito interessante aos novos cristãos. Eles podiam confiar em um Deus que não muda seu caráter conforme as conveniências divinas, ou seja, nas palavras de Tiago, em Deus não havia “variação”, em Deus não havia “alteração”. Ele estava mostrando que Deus possuía o atributo da imutabilidade, um conceito novo para todos eles. Em qualquer situação que fosse não havia nenhuma possibilidade de isso acontecer (Tg 1.17). Imagine se Deus mudasse de atitudes ou de humor, se Deus mudasse de comportamento ou mesmo mudasse seus projetos? Certamente que o mundo espiritual seria um caos. “Hoje Deus está de um jeito, amanhã de outro, daqui há trinta dias, como estará?” Reflita!

Saiba que um dos conceitos mais procurados no mundo dos negócios e da economia é a previsibilidade. É a confiança de que algo que foi ajustado entre as  partes, vai mesmo acontecer para que ninguém seja apanhado de surpresa. Desta forma contratos são firmados e acordos são selados com base no que foi pactuado, na confiabilidade dos atores envolvidos que aquilo que foi combinado, certamente se realizará. De forma idêntica, assim é a relação de Deus com o homem. Deus tem compromisso, aquilo que Deus fala, vai se cumprir; aquilo que Deus prometeu se concretizará. Infelizmente não se pode afirmar a mesma coisa na relação invertida, do homem em relação a Deus, mas tocante a Deus ELE tem compromisso com sua palavra (Nm 23.19).

Saiba que é um erro acreditar que Deus tem plano B ou mesmo planos contingenciais se algum de seus projetos der errado. Em sua essência, Deus não faz mudanças naquilo que ele mesmo idealizou. Assim é que nas lutas e nas dificuldades que o homem enfrenta em sua caminhada, ele pode ter a certeza que Deus o sustenta no processo, isso é fidelidade e Deus lhe dará a vitória, isso é previsibilidade. Era isso que Tiago transmitia aos cristãos em sua carta: Deus, não muda sua essência! Deus tem compromisso com sua palavra. Estamos combinados?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Terça, 21 Julho 2020 22:46

21/07/2020 - CULTO "FÉ E VIDA"

Segunda, 20 Julho 2020 17:54

ESTRELISMO

ESTRELISMO

 “Não é este o carpinteiro..?” (Mc 6.3)

 

Marcos era sobrinho de Barnabé e escreveu seu evangelho com muitas informações recebidas do apóstolo Pedro, de quem se tornou amigo (Cl 4.10). Segundo os historiadores, João Marcos era o seu nome, filho de Maria (At 12.12). Tem-se que além de ser o evangelho mais antigo, muito do que ele registrou também foi registrado pelos evangelistas Lucas e Mateus. Em sua narrativa, Marcos apresenta Jesus como o servo, àquele que veio para servir e seu relato foca nos milagres e nas obras de Cristo. Um detalhe em Marcos é que ele nada registrou sobre a infância de Jesus e diz muito pouco de João, filho de Zacarias, o batista.

Marcos escreveu que Jesus e seus discípulos foram para Nazaré, cidade natal de Cristo e num sábado, o Mestre estava na sinagoga ensinando. Das pessoas que estavam no local, uma parte recebeu bem os ensinamentos e outra parte, passou a criticá-lo acintosamente. Este é o contexto que o versículo acima está inserido (Mc 6.1-3).

Não é preciso fazer nenhuma pesquisa para afirmar que grande parte das pessoas valorizam os títulos pessoais. Assim, aquilo que se sobressai no meio social passa a ter mais consideração e respeito. As pessoas valorizam o que é mais imponente, prestigiam o estrelismo e as posições sociais mais altas e, da mesma maneira, não toleram as posições inferiores e simples. Entretanto, este estrelismo faz parte da humanidade que sempre buscou se posicionar dando mais valores às pessoas conforme as ações e papéis de cada indivíduo na sociedade.

Nos quatro evangelhos, por onde Jesus caminhava, ele transformava ambientes. Pessoas eram curadas, desde uma simples febre até ressurreições e casos de pessoas cegas de nascença que passaram a enxergar perfeitamente. Todos eram tocados pelo Mestre, que conforme o relato de Marcos, fazia questão de servir a todos que o procurava em busca de um recurso, seja físico ou espiritual. Além disso, Jesus tinha outra característica: ele ensinava. No templo em Jerusalém, nas sinagogas, nas praias ou no campo, Cristo dava ás multidões doses maciças de conhecimento de sua doutrina. Sem estrelismo, ELE sabia que só o conhecimento produz mudanças e traz transformações. Reflita!

Veja que naquela ocasião, das pessoas que estavam na sinagoga, um grupo passou a ridicularizar-se dele. Embora aceitassem e presenciassem as curas que ele operava, embora eles reconhecessem o poder transformador de Jesus, essas pessoas questionavam a fonte. Isso é incrível! Por Jesus ter nascido na cidade onde estava (Nazaré) e por ser um carpinteiro que ali viveu grande parte de sua vida, na visão dos críticos, isso não era compatível com sua sabedoria e conhecimento. Noutras palavras, um simples carpinteiro não podia ter aquele conhecimento e nem aquela autoridade e mais, um carpinteiro não podia ter discípulos que o seguissem (Mc 6.2-3). Eles criticavam a simplicidade de Jesus e certamente que na visão daquelas pessoas, somente a elite, os doutores da lei, os rabinos e os sacerdotes detinham o conhecimento. Eles criticavam Jesus por não ser ele um Mestre sofisticado e erudito. Pasmem!

Mas parece que só mudou a geografia, pois essa situação muito se assemelha aos dias atuais. Ainda são encontradas com muita frequência, pessoas que possuem essa mesma visão distorcida e idêntica aos dos judeus do século I. Comum que muita gente tenha comportamentos favoráveis ao materialismo, estrelismo e sofisticação mundana e sejam contrários à simplicidade do evangelho. Na mente das pessoas que se escandalizavam de Jesus, o que valia era a aparência exterior, assim como hoje em dia. Atente nisso!

Compreenda bem que a simplicidade do evangelho não combina com o sistema mundano. Lembre-se que Jesus quebrava os protocolos, ele comia com os pecadores, vivia rodeado pelos desprezados da sociedade e isso era o fim para aqueles judeus que se achavam perfeitos cumpridores da lei mosaica. Ainda hoje a simplicidade do evangelho continua escandalizando a muitos que vivem enclausurados em um sistema religioso que oprime, subjuga, manipula e mata espiritualmente. Perceba que tudo isso é loucura para o mundo, já dizia o apóstolo Paulo uma vez que o homem precisa perder para ganhar, descer para subir e renunciar a si mesmo para ganhar o reino de Deus, e sem estrelismo (1 Co 1.18).

Os judeus esperavam o Messias e ele veio, mas mesmo com tantas demonstrações de ser o Cristo, eles não acreditaram que um simples carpinteiro era o portador da mensagem de salvação. Hoje, por meio da história, se pode aprender que para viver o sobrenatural de Deus, primeiro é necessário compreender a simplicidade do evangelho. Enfim, a maneira como Deus opera os seus planos e projetos, ainda deixa muita gente de boca aberta, sem entender nada e pior, criticando sem conhecimento de causa. Amém?

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

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