LIBERDADE
“E este dia vos será por memorial, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; através das vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo. (Ex 12.14)
Moisés escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia e este conjunto recebeu o nome de Pentateuco. O livro de Êxodo faz parte desse conjunto e nele estão as narrativas da negociação com Faraó para a libertação dos Hebreus, faz menção às dez pragas, retrata a saída do povo Hebreu do Egito, mostra a peregrinação pelo deserto e nesse contexto, tem-se a nítida manifestação de Deus em meio ao seu povo, operando milagres e bênçãos. Êxodo trata dos cuidados, do zelo de Deus e da sua fidelidade.
Na iminência do povo israelita sair das terras egípcias, Deus ordena que eles sacrificassem um cordeiro e passassem o sangue nos umbrais das portas. Era o sinal da libertação física do Egisto e também o sinal para que seus primogênitos não morressem, fato esse que atingiria toda a terra egípcia (Ex 12.12-14).
Veja que as pessoas podem se acostumar com muitas situações da vida. Elas se habituam com o itinerário das ruas e avenidas das cidades, se acostumam com o tipo de trabalho que faz na empresa, familiariza com o carro que possui e nisso existe uma gama de situações onde as pessoas simplesmente se familiarizam com a situação. E quando acostumadas, a vida corre o risco de ser levada no automático, de ser meio que industrializada.
Resumidamente, os judeus ficaram cerca de 430 anos em regime de escravidão no Egito. Milhares deles nasceram escravos, casaram na condição de escravos e morreram escravos. A história diz que José, filho de Jacó foi o primeiro de sua família a chegar nas terras egípcias. E chegou em situações deploráveis pelas ações malignas de seus irmãos que o venderam como escravo a mercadores. Tempos depois vieram para o Egito o restante de sua família e com o passar dos anos, o povo hebreu cresceu numericamente. Numa troca de governo egípcio, os hebreus passaram a ser maltratados. Mas Deus interviu por eles e comissionou Moisés para libertá-los da escravidão. Durante as negociações Deus enviou pragas que feriram o povo egípcio, mas a derradeira praga era a morte dos primogênitos das famílias egípcias, todavia, ao povo hebreu, Deus ordenou que sacrificassem um cordeiro e passassem o sangue nas vergas das portas. Isso seria o sinal e eles seriam poupados. Aquela data foi o começo de um novo dia e de uma nova vida que se abria à frente deles e recebeu o nome de Páscoa. Essa libertação física marcou o recomeço para os hebreus como uma futura nação. Mas o pano de fundo da páscoa estava na perspectiva de algo novo, e este algo novo eram as terras de Canaã. Eles estavam saindo da escravidão para uma vida de liberdade.
"Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (Jo 14.6). Tem-se aqui as palavras do próprio e Jesus anunciando a libertação humana de toda escravidão e domínio do pecado. Aquele cordeiro mencionado por Moisés na libertação do povo Hebreu no Egito era a sombra do Messias, o libertador espiritual que viria. Se no Antigo Testamento era a libertação da escravidão física com a promessa de uma nova vida nas terras de Canaã, agora, Jesus afirma ser o caminho da libertação espiritual com uma promessa totalmente diferente, a promessa de uma nova vida, depois da vida física: a vida eterna no céu. Guarde isso!
Libertar o homem da escravidão do pecado, essa é a mensagem central do evangelho, essa é a ótima notícia que os discípulos anunciavam e é a mesma notícia que se apregoa nos dias atuais. Jesus é o caminho a todos os que creem nele para libertação dos vícios, dos erros e de toda sorte mundana de aprisionamento espiritual. Reflita!
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para pregar o Evangelho aos pobres... Ele me enviou para proclamar a libertação dos aprisionados e a recuperação da vista aos cegos; para restituir a liberdade aos oprimidos.” (Lc 4.18). Liberdade, alforria, desencarceramento e tantas outras palavras sinônimas que podem ser empregadas para mostrar ao mundo a nova vida de quem decidiu seguir e aceitar Jesus como seu libertador. Jesus veio para mudar a história de muitos, por isso não esqueça a data de sua libertação, data essa que deve ser celebrada todos os dias. Afinal de contas, livres em Cristo, podemos trilhar novos caminhos, caminhos de paz e de alegrias. Amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, hoje e sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr