Sábado, 14 Junho 2025 09:16

DESESPERO

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DESESPERO

“tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? E não vos lembrais?” (Mc 8.18)

Marcos escreveu aos romanos e seu evangelho é o mais resumido dos quatro evangelhos. Nele estão registradas mais ações e realizações de Jesus,  por meio de curas, libertações e milagres  que seus discursos. João Marcos era o seu nome, filho de Maria, cuja casa foi palco de orações em favor de Pedro, então preso pelo rei Herodes (At 12). Embora não tenha sido discípulo de Jesus, Marcos recebeu muitas informações de Pedro que deram  origem de seu evangelho, apresentando Jesus aos romanos como aquele que veio para servir.

Jesus travou um diálogo com seus discípulos e nessa oportunidade, ele os advertiu sobre o perigo da falta de memória, do esquecimento e das lembranças perdidas (Mc 8.11-21).

Atente que por vezes a memória de muita gente falha. Tem sido comum as pessoas esquecerem datas, números, nomes e depois fazer a clássica pergunta: quem é você mesmo? Interessante que ninguém está imune de um dia esquecer algo, não importa se velho ou jovem, adulto ou criança, pois haverá dia que o esquecimento baterá à porta, comprovando que a memória humana está sujeita a falhas.

O contexto mostra que Jesus havia alimentado cerca de 4 mil pessoas com 7 pães e uns peixinhos e ainda assim, os religiosos judaicos queriam que ele realizasse mais um sinal, que fizesse algo para convencê-los de sua divindade. Interessante que os fariseus tinham presenciado algo sobrenatural momentos antes e ainda assim, nutriam em seus corações a incerteza de que ali estava o Messias que os profetas Isaías e Miqueias tinham vaticinado (Mc 8.6-9; 8.11). Concomitante, os discípulos saíram no barco junto com Jesus e esqueceram de levar pão, mas simultâneo a isso, Jesus chamou a atenção deles quanto à postura dos religiosos em pedir um sinal, querendo dizer que eles, os fariseus, apreciam fazer intrigas e arrumar confusão, ou seja, atuam como fermento numa massa. Mas o texto deixa claro que os discípulos não entenderam isso e brincaram entre si, dizendo que Jesus falava sobre o fato deles não terem se prevenido na viagem levando alguns pães. Houve um descompasso entre o que Jesus dizia e o que os discípulos entenderam. Sábio, Jesus alinhou o rumo da conversa chamando a atenção deles sobre o fato de rapidamente se esquecerem do milagre operado horas antes. Disso, disso veio a pergunta de Jesus aos discípulos: “e não vos lembrais?” (Mc 8.18).

Sobre lembranças, sobre memória e sobre esquecimento, o texto apresenta uma grande lição que deve ser aplicada aos cristãos de hoje. A lição é que diante das crises e das dificuldades que realmente se fazem presentes, muita gente faz de sua memória uma inimiga diante, quando na verdade, a memória deve ser a grande aliada em tempos difíceis.

..é porque não temos pão” (Mc 8.16). No entendimento dos discípulos, Jesus os advertira pelo fato de não terem levado pão para se alimentarem, quando estes mesmos homens haviam efetivamente participado de um milagre horas antes. Ora, eles haviam esquecido do que Jesus fizera. Nesse sentido, veja que todos os dias as pessoas enfrentam diversas situações, todos os dias existem aqueles problemas que são até rotineiros e grande percentual destes problemas são semelhantes aos problemas que já foram enfrentados e superados, diga-se de passagem. Quer sejam problemas no trabalho, problemas domésticos, problemas nos relacionamentos ou mesmo problemas na saúde, todos esses são iguais aos que Deus já interviu e entrou com a providência. Reflita!

O grande desafio nos dias atuais é que as pessoas não exercitam sua memória, não se lembram que Deus já os ajudou no passado e diante das adversidades presentes se desesperam, entendendo erroneamente que Deus o esqueceu. Compreenda que um dos atributos de Deus é sua imutabilidade, ou seja, Deus não muda (Ml 3.6: Hb 13.8). Ele é o mesmo, desde a eternidade, sua fidelidade permanece para sempre, ela é eterna e se Deus interviu no passado, Deus intervirá hoje. Noutras palavras, não se pode  deixar que as experiências com Deus se apaguem da memória, porque se isso acontecer, virá o desespero. As tempestades de hoje são vencidas pela fé no mesmo Deus que já atuou lá trás.

Portanto, sem ativar a memória, existe o sério risco do desespero bater à porta, existe o perigo dos crentes se tornarem crentes descrentes, se tornarem incrédulos e cegos espirituais diante das adversidades. Entenda finalmente, que a fé caminha de mãos dadas com as lembranças. Hoje, mais que nunca é necessário  acionar a memória, tratá-la como se ela fosse um alarme espiritual, evitando assim que nenhuma dúvida entre no coração e abra uma filial da incredulidade e do desespero. A memória dos feitos de Deus em sua vida é uma ferramenta eficaz diante das adversidades, creia nisso!

Assim, nas turbulências ou nos dias ruins, voltar a memória ao que Deus já realizou é indicativo que a esperança em Deus continua firme, afinal de contas, a vida cristã deve ser marcada pelas ótimas recordações do que Deus já fez e pelas grandes expectativas do que ele ainda fará! Estamos entendido? Abraço forte.

Jesus Cristo Filho de Deus continue te abençoando,

 

Milton Marques de Oliveira- Pr

  

Ler 662 vezes Última modificação em Sábado, 14 Junho 2025 10:29
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