Sábado, 28 Junho 2025 13:13

HIPÓCRITA

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HIPÓCRITA

“De que se queixa o homem vivente? Queixa-se cada um de seus próprios pecados.” (Lm 3.39)

Jeremias foi profeta em Judá e profetizou  antes e depois da invasão a Jerusalém pelos caldeus. Ele também escreveu o livro de Lamentações narrando a destruição da cidade, demonstrando sua profunda tristeza pelos acontecimentos que levaram Jerusalém à derrocada física e espiritual. Jeremias viveu intensamente sua angústia e tristeza pelo afastamento espiritual de seus compatriotas, a ponto de ser conhecido como o ‘profeta chorão’.

Todo o contexto do livro de Lamentações está na tristeza pelo resultado que chegou a cidade de Jerusalém, principalmente em decorrência de seu distanciamento de Deus, todavia, ainda assim, o Jeremias demonstra confiança e nutre sua esperança, afirmando que Deus é fiel (Lm 3.22-39).

Inserido na cultura humana, estão as reclamações e as queixas. O homem queixa-se de tudo, reclama contra o trabalho que executa para seu sustento, protesta contra o meio de transporte, queixa das suas relações pessoais e sem sombras de dúvidas, reclama também de si mesmo. Enfim, o homem parece viver eternamente insatisfeito tal a quantidade de situações que ele contesta.

A história diz que o povo judeu foi se afastando gradativamente dos caminhos de Deus por meio da desobediência, da rebelião e das práticas da idolatria, seguindo os deuses estranhos adorados pelas nações vizinhas. Embora esses procedimentos fossem errados, Deus por diversas vezes usou profetas para alertar o povo para que eles se posicionassem e retornassem aos caminhos que Deus havia ordenado. Infelizmente, esses alertas não foram ouvidos, os mensageiros foram rotulados como mentirosos e o próprio Jeremias, um dos profetas usados por Deus, chegou a ser atirado numa cisterna por justamente adverti-los dos comportamentos errados (Jr 38.1-6). Diante dessa situação, as consequências do pecado vieram tal como o mesmo Jeremias havia predito e muitos judeus morreram sob ataque dos caldeus, outros foram deportados para a Babilônia e a cidade de Jerusalém ficou deserta e destruída fisicamente. É justamente dessa situação que Jeremias demonstra sua profunda tristeza pelos acontecimentos.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus o nosso Senhor” (Rm 6. 23). Considere que a doutrina do pecado, ou seja, das transgressões que afastam o homem de Deus deve ser vista como muito relevante na relação homem/Deus. Perdido, longe de Deus e sem condições de usar suas próprias forças para se reconciliar-se espiritualmente com o seu criador, o homem necessita vencer seu orgulho, sua soberba, para alterar essa realidade e compreender que somente por intermédio de Jesus ele pode alcançar o favor de Deus e assim, obter a graça e misericórdia.

“Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra vós, de que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e a tua descendência.” (Dt 30.19). Essas foram as palavras de Deus, por intermédio de Moisés ao povo de Israel que ultimava os preparativos para tomar posse de Canaã. Observe que Deus em nenhum momento tem a vontade de prender o homem quanto às suas escolhas, mas deu-lhe inteligência bastante para que ele mesmo tomasse sua decisão, todavia, o mesmo Deus o orientou a escolher a vida: ‘escolha a benção, escolha a verdade, escolha a vida e assim viverá, caso contrário, morrerás.’ Assim, ao optar pelo caminho errado, não pode o homem desejar outro resultado que não seja a morte. É nesse sentido que o discurso deve estar alinhado com a prática, sob pena de ser chamado de hipócrita e incoerente em sua postura. Pense nisso!

“De que se queixa o homem vivente? Queixa-se cada um de seu pecados.” (Lm 3.39). Entretanto, nem sempre é isso que acontece. Hoje, muitas pessoas tomam decisões equivocadas, fazem escolhas absurdas e diante das consequências que certamente virão, acabam por responsabilizar Deus pelos seus infortúnios. Considere que o povo judeu, instruído pelos seus líderes errou quando se desviou, errou quando abandonou Deus e foi atrás dos deuses nativos e os efeitos disso vieram como faca, cortando e dilacerando a própria carne ao serem tirados de suas terras e simplesmente jogados numa terra estranha e distante. Lembre-se que todo pecado traz consigo suas próprias consequências. Reflita nisso!

Portanto, hoje, diante de escolhas erradas, diante das decisões que levam para caminhos distantes da Palavra de Deus, não ouse reclamar contra os amigos, contra os pais e contra outras pessoas como se elas fossem as culpadas. A verdade é que ao se fazer escolhas inapropriadas, cabe a pessoa se responsabilizar pelos atos subsequentes. Se houve bom resultado ou se o resultado almejado não foi aquilo que se pensou, assuma sua parte, não queira imputar a culpa de seus infortúnios a outrem. O apóstolo Paulo, expressou que  as más companhias, ou seja, os maus amigos, os maus colegas e os maus conselheiros são capazes de tirar pessoas dos bons caminhos, desviá-los e afastá-los da verdade (1 Co 15.33). Finalmente, frente aos resultados ruins, deixe a hipocrisia de lado e se reconheça como responsável por suas próprias escolhas, evitando reclamações, protestos e contestações que não ajudarão na resolução do problema. Estamos combinados? Abraço grande.

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, hoje e sempre!

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

Ler 403 vezes Última modificação em Domingo, 29 Junho 2025 11:59
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