IMPACIÊNCIA
“...Sejais longânimos para com todos” (1 Ts 5.14)
Em suas viagens missionárias o apóstolo Paulo acabou plantando a igreja na cidade de Tessalônica, que dentre outras características, era uma cidade portuária, recebendo e dela zarpando muitos navios. Paulo pregou anunciando Jesus e a salvação pela graça e o amor de Deus na sinagoga dos judeus durante três sábados consecutivos (At 17.2). Foi uma curta estadia e interrompido pelas perseguições, ele teve que sair daquela cidade.
Biblicamente, a palavra “longânimo”, traz a ideia de ‘colocar a raiva para longe’. Longânimo, portanto, é quem exercita a paciência e exercer a paciência é uma característica que Deus possui, e muito.
Ter paciência, ter calma, respirar algumas vezes e pensar bastante antes de executar algo tem sido a dura rotina para muitas pessoas. Imagine a paciência de uma professora que dia após dia, pacientemente, vai ensinando seus alunos até que ao final dos dias propostos ela se vê recompensada quando seus pupilos já estão lendo e escrevendo as primeiras frases. Ela teve paciência para colher os resultados.
Grosso modo, as pessoas são muito impacientes. Veja que a impaciência existe nas relações comerciais, nos processos industriais, nas conversas domésticas dentro dos lares e em milhares de outros ambientes. Se a resposta da mensagem demorar, vem a impaciência, se Deus demora em responder algo, a impaciência chega primeiro e assim, pode-se citar um infindável mundo de exemplos onde a impaciência reinou soberanamente.
“...Sejais longânimos para com todos” (1 Ts 5.14). Paulo instruía os integrantes da igreja em Tessalônica a exercitarem a paciência entre si, de forma que por meio dessa mesma paciência eles continuassem firmes na caminhada cristã. Isso era muito importante na consolidação do conceito de corpo e de unidade, como igreja de Cristo. Essa recomendação àquela igreja também se aplica aos dias atuais, notadamente quando se percebe uma sociedade decadente que cultua com afinco a privacidade, o isolamento social e as separações.
Todavia, observe que nem sempre as pessoas são pacientes na vida cotidiana, seja no ambiente familiar, seja no trabalho e/ou nos relacionamentos pessoais e isso parece ser uma constante. Mas é importante enxergar que cada indivíduo reage de uma maneira diante de situações que lhe aparece e vez por outra se escuta a célebre frase: “eu explodi de raiva”. Ou seja, a pessoa não suportou a situação e sua paciência esgotou, ultrapassando os limites que a cercavam e o resultado disso pode não ser bom.
“O Senhor é misericordioso e compassivo; longânimo e assaz benigno.” (Sl 103.8) . Atente que diferente do homem que pode eventualmente explodir, saiba que Deus é apresentado como aquele que não reage precipitadamente, Deus não reage frente às provocações que lhe chegam e é capaz de pacientemente, ofertar o perdão e a restauração diante das reiteradas transgressões que as pessoas cometem. Deus é justo, aplica a reta justiça, mas não é impaciente a ponto de decidir pela impaciência.
Infelizmente, ao contrário da paciência de Deus, hoje se percebe que muitas pessoas exercitam a impaciência com seus familiares, com seus amigos e colegas e, pasmem, até mesmo com eles próprios. A falta de paciência tem sido comum em todos os ambientes e isso tem proporcionado graves consequências, trazendo desencontros, privações e pior que isso, promovendo as separações. Pense!
O ato de respeitar os processos e aguardar com paciência os trâmites pode fazer com que as pessoas alcancem melhores resultados, tanto individual como coletivamente. De forma negativa, veja que o personagem Sansão acabou se perdendo pela absoluta falta de paciência com Dalila e o resultado foi desastroso (Jz 16.16-17). O rei Saul, então rei de Israel, perdeu o trono por causa de sua impaciência, adotando medidas que não eram de sua competência, quando o profeta Samuel atrasou sua chegada num encontro (1 Sm 13.8-9). Saul simplesmente não soube esperar com paciência a presença do profeta e agiu de forma precipitada, executando uma função que não era dele. O resultado dessa impaciência foi péssimo. Sansão acabou cedendo aos pedidos de Dalila, o rei Saul não suportou esperar um pouco mais de tempo e ambos foram vencidos pelo mesmo sentimento da impaciência. Ambos podem ser descritos popularmente como pessoas de “pavio curto”, que pagaram um alto preço pela pressa.
Portanto, compreenda que mesmo sendo algo difícil para ser praticado em meio a tantas turbulências e agitações da vida moderna, é primordial reconhecer que homens e mulheres são imperfeitos, grandes pecadores, destituídos da glória de Deus e, assim, são extremamente qualificados para causar grandes males a si mesmos e aos seus relacionamentos e mais, sendo imperfeitos todos precisam urgentemente da graça de Deus para uma profunda transformação espiritual.
Nesse sentido, aprenda a ser paciente com as circunstâncias da vida, com o próximo e principalmente, consigo mesmo e verás que a vida será efetivamente, bem melhor. Creia nisso. Abraço grande
Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida e seus projetos.
Milton Marques de Oliveira - Pr