Sexta, 03 Outubro 2025 14:11

INCOERÊNCIA

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INCOERÊNCIA

Todas as suas obra, eles fazem a fim de serem vistos pelos homens.” (Mt 23.5)

Mateus foi discípulo de Jesus e ao ser chamado para segui-lo, não pensou duas vezes. Simplesmente largou sua função de cobrador de impostos onde certamente tinha um bom salário, deixou o status da função pública, deixou suas mordomias e regalias da profissão para começar um novo estilo de vida (Mt 9.9). O Evangelho de Mateus foi escrito aos seus compatriotas judeus e para isso, com sabedoria, ele apresenta Jesus como filho de Davi e filho de Abraão (Mt 1.1; Mt 12.23).

Algumas pessoas se reuniram e Jesus começou a ensiná-las, mostrando as características do farisaísmo, grupo religioso que alegava ter a interpretação completa das Sagradas Escrituras (Mt 23.1-12).

O sentido da vida de muita gente nos dias atuais é a exposição de si mesmas, com o agravante de não ter limites nessa exposição. Com o advento da internet e consequentemente das redes sociais, essa exposição se transformou num negócio, num empreendedorismo e isso parece ser um caminho sem volta. Fotos e vídeos são simplesmente jogados nas redes sociais, ora ofertados gratuitamente e ora comercializados, mas em ambos casos o resultado disso nem sempre pode ser favorável. Brigas, discussões, inimizades e até mesmo mortes tem sido observado nesse grande e perigoso mundo da exposição humana.

Atente que a religião judaica se fundamentava na correta aplicação da lei de Moisés. O judeu tinha um conjunto de normas e regras que ele deveria cumprir e isso nem sempre era muito fácil de ser obedecido. Num momento ou outro ele acabaria caindo numa transgressão e o grupo religioso dos fariseus era o fiscal da lei e, mais que fiscais, eles ainda conseguiam criar novas regras orais, impondo ao povo uma dura e pesada carga da doutrina judaica. Reflita!

Nesse sentido o fariseu se enxergava como um perfeito homem cumpridor de seus deveres para a com a religião e para isso, era necessário expor sua religiosidade e consequentemente expor seu perfeccionismo. Ou seja, nessa busca insana de ser visto e até mesmo idolatrado pelos demais, o típico fariseu envidava esforços para ser aprovado pelos seus pares e galgar postos mais elevados na hierarquia religiosa.

“Nada façais por partidarismo ou vanglória.” (Fp 2.3). Na carta que o apóstolo Paulo escreveu à igreja que estava na cidade de Filipos, ele deixou escrito algo semelhante aos ensinos que Jesus havia dado aos seus ouvintes: não busquem a glória de si mesmos. Ou seja, não façam esforços no sentido de serem aplaudidos e reconhecidos pelos homens, mas antes, busquem ser reconhecidos diante de Deus. Veja que nenhum fariseu, desde o menor ao maior, buscava efetivamente ser visto aos olhos de Deus, mas lutavam entre si para ganharem os holofotes e assim, se sentiam plenamente satisfeitos em seus inflados egos.

A vanglória tem estreita relação na busca pela primazia, pela importância no cenário ou no ambiente para obter a promoção pessoal. Infelizmente, isto acontece não somente nos ambientes públicos, mas também dentro das igrejas, onde uns e outros se acham mais espirituais que os demais ostentando seus dons e talentos, todavia, a vanglória é nada mais que uma glória inútil, que não presta para nada.

Considere que a hipocrisia era o principal item da religião dos escribas e fariseus. A vida deles era aparentemente impecável diante da sociedade, porém, nada mais era que um desfile de máscaras. Exteriormente, eles expunham uma vida perfeita, todavia, suas obras e seus comportamentos eram fraudulentos quando se analisava as suas reais motivações.

Veja bem que fazer esforços para ser correto na vida, executar atividades com esmero e dedicação tem o seu lado positivo e creio que isso até deve ser estimulado, todavia, há que se considerar que a busca pela perfeição é uma ilusão e pode se transformar numa arapuca. Os fariseus não conseguiam enxergar outra coisa que não fosse a busca pela promoção pessoal por meio de suas obras, e o apóstolo Paulo disse que, ele, outrora fariseu extremado e exímio cumpridor das regras judaicas, agora conhecia os seus limites na busca pela perfeição (Fp 3.12). Paulo chegou a conclusão da inutilidade de seus esforços pessoais quando reconheceu a obra redentora do sacrifício de Jesus (Fp 3.7-9). Pense nisso!

Finalizando, compreenda que o evangelho veio livrar o homem de seu orgulho e de sua soberba, veio mostrar que seus esforços pessoais para ser reconhecido e aplaudido em nada contribui para sua salvação. De forma contrária, isso o afasta ainda mais de Deus. Hoje, mais que nunca, a busca deve ser pela glória de Deus, pela presença do Espírito Santo. Noutras palavras, a busca é ser reconhecido e visto por Deus, amém? Abraços.

Jesus Cristo Filho de Deus continue abençoando sua vida.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

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