Milton Marques de Oliveira
FESTA
FESTA
“Ora, o carcereiro, tendo acordado e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada e ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido.” (At 16.27)
O livro de Atos foi escrito por Lucas, o mesmo que também escreveu o terceiro evangelho. Atos retrata de maneira muito profunda a gênese da igreja, suas dificuldades, os primeiros personagens e diversos milagres, além de deixar claro como o cristianismo se propagou no mundo de então. Lucas registrou as perseguições, momentos de intensas pressões contra os novos convertidos, o que gerou naquela época diversas advertências sobre a vigilância pessoal dos membros das comunidades cristãs que iam surgindo. Afinal era mais interessante tratar com os reais inimigos do Evangelho que estavam fora da igreja do que com os falsos irmãos que estavam dentro das comunidades. Reflita isso nos dias de hoje!
Acima está o episódio de uma tentativa de suicídio de um homem, cujo nome Lucas não mencionou. A história deste homem está dentro do contexto da prisão de Paulo e Silas ocorrida na cidade de Filipos (At 16.11-34)
Vivemos na era dos números. Para tudo há contagem. Conta-se a população, contam-se a produção industrial, conta-se a quantidade de estudantes, os números de pessoas casadas e solteiras e tudo isso é amplamente divulgado. E conta-se também a quantidade de pessoas que cometem o ato extremo de darem fim a própria vida. De posse de todos estes dados, o governo cria políticas públicas para atender essas demandas.
Veja que Paulo e Silas estavam presos por causa do evangelho. Momento antes eles haviam libertado uma mulher de um espírito adivinhador e isso trouxe descontentamento aos “donos” daquela mulher, que viram secar sua fonte de lucro (At 16.16-17). Açoitados, eles foram lançados na prisão e mesmo encarcerados, cantavam hinos de louvor a Deus.
Naquela mesma noite, Deus libertou os dois, após o prédio da cadeia ser abalado em decorrência de um terremoto. Certamente que assustado pela barulheira do abalo, o carcereiro que estava dormindo acordou e sentindo que os presos haviam fugido, tentou se matar, sendo impedido por Paulo.
Saiba que o procedimento de contar coisas e fatos é conduta recente, mas entenda que mesmo na época deste episódio, a notícia de alguém que veio a praticar um ato extremo contra a própria vida era um fato que causava tristeza. Pode-se conjeturar o sofrimento de famílias que perderam seus entes queridos em condições que não as naturais, aliás, em termos de políticas públicas do governo, as ações para frear os números não incluem procedimentos para consolar os familiares.
Antes que o carcereiro cometesse o ato, Deus interviu de maneira sobrenatural. Perceba que ali estavam dois homens que tinham seus corações sarados e curados. Não tinham guardado nenhum rancor dos açoites recebidos e nem das humilhações que passaram por falarem a verdade sobre o nome de Jesus. Mesmo feridos e provavelmente sangrando pelos açoites que sofreram, ainda tiveram forças para impedir que o diabo levasse mais uma alma para o inferno. Bem diferentes dos crentes atuais, onde a mágoa e o rancor ainda ocupam seus corações, impedindo que a graça e o amor de Deus cresça na mesma proporção do amor de Cristo na cruz do calvário. Reflita!
“Senhores, que me é necessário fazer para me salvar?” (At 16.30). Impedido de dar sua alma ao Diabo, o carcereiro descobriu que podia fazer mais e melhor. Fez a clássica pergunta sobre como se salvar. Teve como resposta que crer em Jesus era a chave para a salvação e ainda conduziria seus familiares para o mesmo caminho. Uma vez salvo de cometer o desatino contra si mesmo, aquele homem se tornou a mensagem de salvação a todos os seus familiares. Bem provável que tenha contado como quis dar fim a sua vida e como Deus, por meio de Paulo e Silas, o resgatou. Ato contínuo ele levou Paulo e Silas a sua casa, ofertando um banquete.
Reconheça que naquela mesa onde deveria estar o defunto, agora era adornada com pratos e talheres para um banquete. Onde deveria ter choro e lágrimas, agora havia alegrias, sorrisos e abraços de felicitações comemorando a salvação e a vida, e com um detalhe, vida em Cristo.
Mesmo quando a situação for desesperadora e o diabo ofertar o ato extremo, creia que Deus pode mudar a história. O que era para ser uma tragédia se tornou uma festa familiar, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira – Pr
08/04/2018 - CULTO DE CELEBRAÇÃO A DEUS
07/04/2018 - CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR
03/04/2018 - CULTO "FÉ E VIDA"
CRISE
CRISE
“Tomai-me, lançai-me ao mar, e o mar se aquietará; porque eu sei que por minha causa vos sobreveio esta grande tempestade”. (Jn 1.12)
O livro de Jonas foi escrito pelo profeta de mesmo nome e está inserido no conjunto de livros denominado de “doze profetas menores”, tendo em vista que estes profetas escreveram pouco em relação aos profetas Isaías, Ezequiel ou Jeremias, por exemplo. O livro de Jonas praticamente não traz profecias, mas apresenta grande ensinamento sobre obediência a Deus. Acima está o versículo onde Jonas reconhece a si próprio como a causa da tempestade que atingiu o navio que ele usava para fugir de Deus.
No dia a dia, a palavra mais falada nas conversações entre as pessoas é a crise. Crise no governo com políticos acusados de corrupção e alguns até presos. Crise financeira, crise nas indústrias, crise na saúde e na educação, na segurança pública e obviamente, crise nas famílias com ramificação nos relacionamentos. Não há outro assunto tão comentado e com tantos especialistas propondo soluções.
Na história de Jonas, a crise era de ordem espiritual. Deus havia determinado que ele fosse pregar na cidade de Nínive, mas Jonas recusou. Na sua ideologia, aquele povo pagão não merecia perdão divino e demonstrando forte sentimento egoísta, achou por bem não obedecer e fugir da presença de Deus. Jonas sentia em seu coração que era uma missão absurda, e a título de comparação para os dias atuais, era como pedir a um destes torcedores de torcida organizada que vestisse a camisa do time adversário, ele não iria mesmo.
Para os marinheiros daquele barco que enfrentava a tempestade e tinha chances reais de naufrágio, a crise era se eles iriam sair vivos. Até que Jonas chama a responsabilidade para si, assumindo ser a causa daquela situação, devido sua desobediência a Deus (Jn 1.10). Compreenda que em decorrência do chamado de Deus para Jonas ir à Nínive, ele deveria ser um canal de benção aos ninivitas, ele seria a ferramenta para transformar os corações daquele povo e mostrar a maravilhosa compaixão de Deus, mas ao recusar ser esse instrumento e criar uma crise no barco, Jonas assumiu de forma direta a responsabilidade pelo naufrágio. Noutras palavras, a crise, a tempestade e o naufrágio tinha nome e causa: Jonas!
Lembre-se que Deus utiliza sim, quem ele quer para abençoar e para aplicar sua justiça. Em decorrência da desobediência e da idolatria do povo judeu, Deus usou o rei pagão Nabucodonosor para mostrar aos judeus o quanto eles estavam errados no relacionamento com o Criador. Foi necessário que um ímpio fosse usado como ferramenta de correção, quando os profetas daquela época não eram mais ouvidos. Reconheça, portanto, que o agir de Deus independe do homem em todos os sentidos. Reflita isso!
Atente que muita gente ao reclamar das crises, transfere a responsabilidade das turbulências para Deus. Preferem apontar um culpado a efetivamente fazer alguma coisa. A crise familiar que chega por meio da violência doméstica, a infidelidade do cônjuge, as brigas entre pais e filhos e tantas outras crises, podem ter uma razão bem mais clara do que se imagina.
Jonas foi o responsável pela crise no barco, ele era o problema! A crise no governo, a corrupção generalizada, a desestrutura familiar, são típicos eventos que podem ter uma causa muito conhecida: as fugas de pessoas que foram chamadas para levar a palavra de Deus e simplesmente não foram. Fugiram como Jonas. Reconheça que no governo há cristãos conhecedores da palavra que são omissos ou coniventes com as falcatruas. Nas empresas há gestores e funcionários que conhecem a palavra de Deus e não as aplicam. Nas famílias muitos estão como Jonas, fugindo das responsabilidades e sendo causa direta de tantos naufrágios familiares. Reflita seriamente sobre isso!
Jonas achou que os moradores de Nínive não mereciam o perdão de Deus. Hoje muitos se recusam a levar o amor de Cristo às pessoas, eles simplesmente não vão. Preferem a fuga, alegando motivos dos mais variados. Reconheça que as tragédias aparecem quando quem deveria abençoar simplesmente foge, assim como fez Jonas.
O incrível na história de Jonas era que os marinheiros remavam com toda força para sair da tempestade. Eles oraram e gritaram por socorro, inclusive pela vida de Jonas, justamente o homem que era a causa direta da tempestade. Parece piada, uma inversão notável, em vez de o crente orar pela alma do ímpio, era o ímpio clamando e o crente sendo abençoado (Jn 1.13-14).
Mais tarde Jonas confessou sua culpa. Deus fez cessar a tempestade e acabou com a crise do naufrágio, salvou com vida os marinheiros e a história de Jonas seguiu seu curso. Compreenda por meio deste episódio que em algumas crises, pode ser que você seja mais parte do problema que da solução, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
01/04/2018 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
27/03/2018 - CULTO "FÉ E VIDA"
MARATONA
MARATONA
“... deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta”(Hb 12.1)
A carta aos Hebreus não tem autoria definida. Para os teólogos pode ter sido Paulo quem a escreveu, outros apontam para Barnabé e existem mesmo aqueles que indicam existir grande possibilidade de não ser nenhum dos dois. Essa questão sobre a autoria não deve merecer tanta importância, pois relevante é ter a carta cumprido o seu papel de esclarecer e informar a supremacia de Cristo sobre os anjos, sobre os profetas e sobre Moisés, além de deixar pacífico que o sacrifício de Cristo foi suficiente e eficaz.
Naquela época (século I), era comum o uso de figuras de linguagem para que outras pessoas compreendessem melhor o que estava sendo apresentado. Assim, no versículo acima o autor usa a corrida de um atleta para expressar a caminhada do cristão rumo ao céu.
A cada espaço de quatro anos, o mundo todo se mobiliza em torno da realização das Olimpíadas. Uma cidade é escolhida antecipadamente e para lá se dirigem atletas de todas as modalidades esportivas de muitas nações. Passam um período de pouco mais de quinze dias competindo para ver quem será o grande vencedor de cada modalidade esportiva.
Veja que bem antes da data da competição, o atleta enfrenta um rigoroso treinamento. Todos os dias ele cumpre uma carga horária estafante de exercícios, tem sua alimentação balanceada e tenta a cada dia melhorar seu desempenho. Afinal ele é um competidor, almeja ganhar os louros da vitória, ser reconhecido como campeão e dentro deste contexto, ganhar fama, status e logicamente muito dinheiro. Este é o seu objetivo.
“Portanto, nós também..” (Hb 12.1). Diferente de outras cartas e livros da Bíblia, atente pela conjugação do verbo na primeira pessoa do plural. O autor da carta aos Hebreus se insere também como participante da mesma corrida ou seja, a ênfase é dar mostras que o autor também está participando da maratona cristã, rumo ao céu.
Entenda que diariamente o crente em Jesus é chamado para tomar uma decisão. Vive-se dia após dia decidindo coisas, desde o que comer pela manhã, que roupa vestir, o transporte para o trabalho, quando viajar e logicamente onde passar a vida eterna. Essa decisão de vida eterna passa pelas propostas e ofertas que o mundo dá, criando um confronto entre a vida secular e a vida cristã, com muitas e significativas diferenças entre elas.
Nas competições o atleta tem outros adversários do mesmo nível disputando um único troféu de campeão. É preciso estar concentrado, visando o foco da linha de chegada e não desviar o olhar para os lados. O cristão deve se posicionar da mesma forma, se para o atleta profissional a concentração na corrida é muito importante, para o cristão que participa da corrida rumo à vida eterna, não perder o foco é primordial (Hb 12.2). Noutras palavras, olhe para Cristo e não para a plateia. Reflita isso!
Perceba que nas Olimpíadas, há muitos competidores e um sempre vai desejar que o outro se machuque para não competir e desta maneira ficar de fora. Saiba que o crente compete também, mas contra si mesmo, ele compete contra o orgulho, contra o cansaço espiritual, contra as fraquezas da carne, contra o seu próprio ego, contra o pecado e contra tudo o que pode embaraçar sua corrida cristã. Pense seriamente nisso!
Incrivelmente, saiba que nos dias atuais, muitos cristãos estão competindo contra outros cristãos. É como se não houvesse vaga no céu para todos aqueles que depositam sua fé em Cristo. Muitos em vez de apoiar, de dar a mão e oferecer o ombro nesta dura maratona, optam em derrubar, em fazer tropeçar o atleta da mesma equipe. Muitos só enxergam seu próprio umbigo, como se os demais crentes fossem todos adversários, esquecendo-se do que disse Jesus sobre unidade (Jo 17.21).
Lembre-se que o discípulo João demonstrou mesquinhez e profundo egoísmo ao tentar impedir um homem que também expulsava demônios, libertando pessoas do maligno em nome de Jesus (Mc 9.38). João achava que aquele homem competia com eles e se sentiu incomodado pelo fato daquele não estar entre os doze. Foi repreendido pelo Mestre. Compreenda que ninguém detém o monopólio de Jesus. Ele veio para salvar a todos, todos (Jo 3.16). Reflita seriamente sobre isso!
Se nas Olímpiadas os atletas visam status, poder, fama, reconhecimento e dinheiro, entenda que os cristãos visam vida eterna e um reino de paz, justiça e alegria (Rm 14.7). Lembre-se que na maratona cristã rumo ao céu todos fazem parte do mesmo time de Cristo, portanto, ajude, incentive, mostre o caminho, seja sócio, seja parceiro, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr