Milton Marques de Oliveira
28/01/2018 - CULTO DE LOUVOR E ADORAÇÃO A DEUS
CIÚMES
CIÚME
“Sucedeu, porém, que, vindo eles, quando Davi voltava de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e em danças, com adufes, com alegria e com instrumentos de música. E as mulheres, tangendo, respondiam umas às outras e diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi, os seus dez milhares.” (1 Sm 18. 6-7)
Os dois versículos acima estão dentro do contexto da luta entre Davi e o filisteu Golias. Após aclamação das mulheres em favor de Davi que saiu vitorioso da batalha contra Golias, o rei Saul sentiu-se tomado pela inveja e enciumado passou a ter Davi como seu inimigo.
Saiba que outrora, o livro de Samuel era um só volume, mas quando da tradução das Sagradas Escrituras do hebraico para o grego, os setenta e dois rabinos judeus fizeram a divisão em dois volumes. Davi foi ungido rei de Israel pelo profeta Samuel, todavia, o profeta não acompanhou e nem vivenciou o reinado de Davi, pois o profeta morreu quando Saul ainda era rei (1 Sm 25.1). Assim se pode afirmar que Samuel escreveu uma parte do primeiro livro e o restante da narrativa é creditada aos profetas Natã e Gade (1 Cr 29.29).
Atente que o sentimento da inveja é algo comum no coração do homem e, por vezes tão sutil, que a pessoa não se dá conta do estrago que ele causa. A inveja tem a particularidade de entrar na mente humana e fazer o seu portador não se alegrar com o sucesso do próximo, pelo que ele tem ou por aquilo que ele realiza. A inveja cria no coração de seu dono o desejo de querer o que o outro tem, mesmo em alguns casos possuindo mais que ele. Enfim, o ciúme é um sério problema nos dias atuais. Reflita!
Veja que o apóstolo Paulo, logo após sua conversão, escreveu uma carta à comunidade cristã localizada na região da Galácia, anunciando a salvação pela graça de Deus, por meio de Jesus e fundamentou a base da fé cristã excluindo as vontades pessoais. Nessa carta o apóstolo se manifesta claramente contra as obras da carne, notadamente o sentimento da inveja, sentimento esse que caminha de mãos dadas com o orgulho. Paulo enfatizou que caso o homem tivesse estes dois sentimentos em seu coração, eles iriam escravizá-lo de tal modo que afastaria a presença do Espírito de Deus (Gl 5.26). O apóstolo afirmava que no coração do homem não haveria espaço para o Espírito Santo, caso este mesmo coração já estivesse ocupado pela inveja e pelo orgulho. Veja que o ciúme tem feito moradas em muitos corações, inclusive nos lares e em pessoas que se dizem cristãs, sem distinção. Reflita seriamente sobre isso!
Lembre-se que antes de ser chamado por Deus, Davi era simplesmente um pastor de ovelhas, totalmente desconhecido do rei Saul. Mas bastou lutar e derrotar o filisteu para ganhar a inimizade do rei, por meio da inveja. Até então Davi não era visto pelo povo, mas o reconhecimento chegou após a vitória contra Golias e trouxe junto o ciúme de Saul que, orgulhoso e ferido em seu íntimo, se viu diminuído dentro de seu próprio governo. Interessante perceber que tempos depois, Davi foi colocado como comandante dos homens de guerra do reinado de Saul, mas não deixou que este título e o status de chefia inflamasse seu ego (1 Sm 18.5). Ou seja, Davi não deu oportunidade para este sentimento perverso!
Compreenda que nem sempre o homem está preparado para lidar com o sucesso alheio. Desde o estudante que sente uma pontada de inveja do colega que tirou nota máxima no exame até o cônjuge que tem ciúmes de seu companheiro, o ciúme vive provocando danos. Há inúmeros outros exemplos, principalmente no meio cristão, mas saiba que este sentimento perverso é amicíssimo da maldade. A cautela de Davi era uma virtude e a inveja de Saul um grande defeito, tão enorme que gerou em seu coração a vontade de matar Davi, perseguindo e mantendo este sentimento diabólico. Com raras exceções, o sucesso alheio em qualquer área sempre criará em pessoas orgulhosas o sentimento da inveja, seja em pequenas ou grandes doses. Basta olhar em volta e ver a quantidade de pessoas que carregam esta mágoa em seu coração. Atente nisso!
O apóstolo Paulo citou que o amor não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal e nem é invejoso (1 Co 13.3-4). Ou seja, quando o homem olha somente para si e deixa de ter a visão de reino, ele implicitamente estabelece que o amor pelo próximo não faz parte de sua vida. O contrário da visão de reino é justamente uma visão imperialista e dominadora, onde o orgulho e a inveja ocupam lugar de honra. Lembre-se que o ciúme é tão pernicioso que o primeiro assassinato registrado na bíblia foi alimentado por ele (Gn 4.8). Foi justamente essa vontade de matar que também alimentou o coração do rei Saul que viu o ódio por Davi nutrir suas vontades, a ponto de desejar a morte dele (1 Sm 18.25).
Resumindo, não se preocupe com o sucesso alheio. Saiba que a inveja se aloja no coração e não fica parada, ela se movimenta trazendo muitas perturbações. Ocupe seu coração com muito amor, muitas alegrias e muita paz (Mc 7.21-23). Viva assim, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira - Pr
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REGRESSO
REGRESSO
“Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna" (Jo 6.68)
João foi o discípulo de Cristo que mais escreveu. São de sua autoria além do quarto evangelho, as três cartas de João e o livro de Apocalipse. Dos doze escolhidos por Cristo, apenas ele, seu irmão Tiago e Pedro, foram os que mais desfrutaram da intimidade com o Mestre. O evangelho Segundo João apresenta Cristo como o Filho de Deus, a quem o próprio Deus enviou (Jo 1.34). O apóstolo Paulo menciona que João teve papel fundamental na divulgação do evangelho e foi uma das colunas da igreja que começava a se formar naquela época (Gl 2.9).
Não é nenhuma novidade as pessoas procurarem Cristo somente nos momentos de grande desespero ou em situações criticas, quando não se vislumbra nenhuma outra solução. Há exceções, mas grande parte das pessoas apresenta mesmo esta característica. Passado o tempo da angústia, elas voltam para suas atividades seculares e quando as adversidades assolarem novamente, elas caminham de volta a Cristo. Este movimento de idas e vindas, muito se assemelha ao povo de Israel que ora se aproximava de Deus e ora distanciava, conforme se vê nos registros de Jeremias, Isaías e outros profetas do AT.
Nos três anos que durou o curto ministério de Cristo, muitas pessoas foram curadas, algumas ressuscitadas, transformadas e outras tantas libertas de possessões demoníacas (Mt 8). Por onde Jesus caminhava, os evangelhos dizem que havia multidões ao redor e ele curava todos que o procurava (Mt 9.36-38). Uns queriam alimentar o espírito, mas outros queriam apenas o alimento físico - de pão e peixes, e havia ainda um terceiro grupo, os fariseus que não acreditavam, mas também não se distanciavam (Mt 14.15-21). Alimentados fisicamente eles seguiam sua vida, onde alguns que receberam milagres agradeciam e outros nem isso faziam (Lc 17.11-19). Pense sobre isso nos dias atuais!
Entenda com estes exemplos, que muitos desejavam somente ver os sinais e curas, receber as bênçãos, presenciar os milagres como a ressurreição de Lázaro ou a multiplicação dos pães e peixes, mas não queriam abandonar as tradições religiosas e se converterem. Preferiam permanecer presos ao sistema e essa era a realidade naquela época, mas entenda bem que nada mudou para nossos dias. Muitos optam em apenas ver os milagres de Cristo, sem tomarem posição espiritual. Estão presos nas tradições e nas crenças pessoais. Reflita!
Há sim exceções neste contexto, mas grandes parcelas das pessoas querem Cristo de uma maneira que lhe seja mais conveniente ou de uma forma que se encaixa em seu modo de vida. Quando Cristo falou sobre o pão que dá vida ao mundo, ele simplesmente dizia sobre o alimento que dá vida espiritual, falou sobre uma mudança de mentalidade que aquele povo não entendia, aliás, nem podia mesmo compreender, pois eles estavam tão ligados ás tradições que suas mentes estavam como que cauterizadas e não conseguiam processar o que ele falava.
Essa era a grande questão daquela época, pois eles não viam Cristo como o alimento espiritual, mas enxergavam simplesmente como o filho de José, o carpinteiro (Jo 6.33-42). Nos dias atuais, continua o mesmo problema, ou seja, as pessoas não querem e nem desejam uma efetiva mudança de mentalidade! Saiba que essa realidade espiritual tem como explicação o desejo de achar soluções em curto prazo, há um imediatismo muito forte no coração das pessoas.
Os judeus desejavam curas e sinais, mas não tinham visão de vida eterna, não enxergavam para frente. Idêntica situação se repete na atualidade, quando muitos ainda não entenderam que Cristo continua a ofertar curas e milagres sim, mas também oferta algo melhor que é a vida eterna e é justamente essa vida eterna que não é devidamente valorizada. As pessoas não conseguem enxergar depois da colina, não anseiam aquilo que permanece por toda a eternidade. Creia nisso!
Certamente que essa é a grande dificuldade atual. E parte desta falta de entendimento passa pelas manipulações que as pessoas estão sujeitas. Muitas são “manipuladas em nome de Deus” e manipuladas, se afastam da mesma maneira que os fariseus manobravam as pessoas e as distanciavam de Cristo. Triste realidade, perceba nisso!
Aqueles discípulos que regressaram depois das palavras de Cristo foram vencidos pelas suas motivações erradas, foram vencidos pelos seus desejos pessoais. Não tiveram forças para escolher coisas eternas e optaram pelas temporárias (Jo 6.66). Saiba que ninguém é obrigado a seguir Jesus, tanto que o próprio Cristo afirmou isso aos doze, mas saiba que Pedro deu a resposta que sustenta este texto, afinal de contas só Cristo tem as palavras de vida eterna e não se pode servi-lo somente por aparências (Jo 6.68).
Compreenda que melhor que receber as bênçãos de Cristo, é ter a certeza que sua promessa de vida eterna se cumprirá. Não regresse ao estado anterior, amém?
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre!
Milton Marques de Oliveira – Pr
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OSTENTAÇÃO
OSTENTAÇÃO
“Contudo, assim que começou a vangloriar-se de suas conquistas e do seu poder, seu coração se encheu de orgulho e soberba, essa atitude o conduziu à queda e ao insucesso. Uzias pecou contra Yahweh, o SENHOR seu Deus, pois entrou na Casa de Yahweh para queimar incenso no altar dos perfumes sagrados.” ( 2 Cr 26.16)
Outrora o livro de Crônicas era um só volume, mas segundo os estudiosos, eles foram divididos em dois por setenta e dois rabinos que traduziram a sagrada escritura do hebraico para o grego, essa tradução recebeu o nome de septuaginta. Há muitos eventos registrados em crônicas que também foram registrados nos livros de Reis, principalmente aqueles dedicados á história do reino de Judá. Detalhe interessante aqui no livro de crônicas é que ele tem o maior registro genealógico da toda a Bíblia.
O rei Uzias foi coroado rei de Judá aos dezesseis anos e governou por cinquenta e dois anos, acumulando riquezas, vitórias em batalhas e seguindo os passos de seu pai, fez o que era bom aos olhos de Deus (2 Cr 26.1-4). Todavia, dominado pelo orgulho e pela soberba de suas conquistas e vitórias, tomou a péssima decisão de oficiar como sacerdote no templo de Deus, escolha essa que lhe rendeu uma lepra e consequentemente sua morte. Este é o resumo da vida desse rei registrado em vinte e três versículos (2 Cr 26).
Atente que a sociedade é composta por pessoas de todas as classes sociais e nessas classes há indivíduos altamente qualificados, extremamente competentes em suas atividades que conseguem sucessos e resultados incríveis. Alguns possuem qualidades superiores que o fazem realizar com maestria, duas e até mais atividades, todas com ótimos resultados. Isso é louvável, certamente que estes indivíduos estudaram muito, se dedicaram e são mesmo merecedores deste reconhecimento.
Veja que o reinado de Uzias tinha a característica de grandes realizações, seu exército era numeroso e o armamento criado em suas oficinas geravam não só o medo de seus inimigos, mas garantiam a vitória nas batalhas e a conquista de mais riquezas para o seu reino. O sistema de defesa de Jerusalém possuía máquinas modernas para o mundo de então, idealizadas por homens que tinham plena liberdade de ação e tudo isso, deu ao rei Uzias reconhecimento do povo e criou um poderoso marketing pessoal, ficando seu nome conhecido e famoso por toda aquela região (2 Cr 26.11-15).
Entretanto, saiba que somente a tribo de Levi tinha a ordem de Deus para oficiar no templo, ou seja, a linhagem sacerdotal tinha nome e somente essa família possuía a responsabilidade de realizar os sacrifícios e todos os rituais no templo, como o transporte da arca, a limpeza e os cuidados gerais. A pessoa do sacerdote era o representante do povo junto a Deus nos sacrifícios e não o rei. Perceba nisso que havia de maneira muito clara uma separação entre o político e o espiritual. O político era conduzido pelo rei e o espiritual pelos sacerdotes. Ambas as funções não podiam se misturar.
Saiba que por vezes, o indivíduo é considerado bom quando faz e alcança ótimos resultados em atividades únicas ou diferentes. Dentro da sociedade isso acontece com frequência. O rei Uzias ganhou fama de excelente gestor, tinha conquistados terras e as anexou ao seu território, e certamente que o orgulho criou raízes em seu coração. Ele permitiu que a vaidade ocupasse sua mente e achou que deveria também fazer a função de sacerdote do povo. Tinha excelente competência para reinar, mas não era detentor de qualificações espirituais para oficiar como sacerdote. Havia uma diferença que o orgulho, a soberba e a vaidade do seu coração não permitiam que ele enxergasse. Reflita isso!
Hoje em dia muitas pessoas agem como o rei Uzias. São mesmo ótimas, excelentes naquilo que Deus planejou para elas realizarem e ao obedecerem neste propósito de Deus, são reconhecidas e suas realizações são propagandeadas para todo canto. Nos dias atuais e com o amplo emprego das tecnologias, o nome destes indivíduos é colocado em evidência de forma exponencial e isso é bacana. Mas atente que o rei Uzias foi o que foi em sua época somente pela graça de Deus. Enquanto o coração do rei era ocupado exclusivamente por Deus, ele venceu, conquistou e ganhou fama, todavia, a partir do momento que o orgulho de seus feitos achou lugar e a ostentação ganhou espaço no seu coração, ele se corrompeu e transgrediu contra o Senhor justamente quando quis oficiar no templo, coisa que não era de sua alçada (2 Cr 26.16).
Não se vê em nenhum momento que Uzias tenha manifestado sua gratidão a Deus, mas contrário a este nobre sentimento, o que se vê é um espírito perverso articulando em sua mente, que inflou seu ego fazendo-o entrar no templo e dele sair doente, fulminado por uma lepra que lhe consumiu até a morte. Para quem morava num palácio, tinha poder e fama, acabou morrendo numa casa separada e pior, excluído da presença do Senhor (2 Cr 26.21)
Compreenda por meio deste episódio que ostentação, sucesso e fama são passageiros e vão mesmo acabar, quer você queira ou não. Reconheça que o Senhor é o provedor de todas as coisas, portanto, seja sempre grato a Deus por tudo o que tens alcançado (1 Ts 5.18). E finalmente, lembre-se de fazer somente aquilo que Deus projetou para você fazer e conheça seus limites. Reflita sobre isso!
Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe, sempre.
Milton Marques de Oliveira - Pr