Milton Marques de Oliveira

Milton Marques de Oliveira

Terça, 29 Abril 2025 23:04

29/04/2025 - CULTO "FÉ & VIDA"

Domingo, 27 Abril 2025 09:02

DERROTA

DERROTA

“Respondeu-lhe um dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo” (Mc 9.17)

João Marcos era o nome, mas ficou conhecido simplesmente por Marcos o autor do segundo evangelho. Marcos não foi discípulo de Jesus e os demais evangelistas não fazem nenhuma menção ao seu nome, todavia, se tornou amigo de Pedro de quem recebeu as informações para escrever seu evangelho. Era filho de Maria, casa onde se reuniu diversos irmãos para interceder pelo discípulo Pedro que estava encarcerado por ordem de Herodes (At 12.1-12).

Ambientando a passagem acima, tem-se que os discípulos estavam retornando de uma viagem de evangelização pela Judeia. Ao retornarem eles foram abordados por um pai que clamava por uma providência divina em relação ao seu filho, dominado pelas forças do mal (Mc 9.14-27).

Conviver com a derrota, com a desilusão, com as falhas e com o insucesso, nem sempre é um negócio fácil. Sentir que algo não atingiu o resultado almejado traz tristeza e angústia e nesse sentido, existem muitas situações onde o fracasso pode chegar à porta. Que seja nas finanças, na saúde, na escola e na faculdade, nos relacionamentos ou no trabalho, enfim, o fracasso é algo real que todos podem, eventualmente, um dia passar e que deve ser enfrentado.

O texto correlato no evangelho de Lucas mostra que Jesus ordenou que seus discípulos fossem em missão para a região da Judeia, dando-lhes virtude e poder para expulsarem demônios e curarem as pessoas de suas doenças. Eles foram e voltaram radiantes com os resultados alcançados, e nesse sentido pode-se afirmar que a missão dada aos discípulos atingiu o seu resultado. Foi um tremendo sucesso com registros de curas e libertações (Lc 9.10).

Ainda eufóricos com a missão, os discípulos foram surpreendidos por um pai, que desesperado clamava pela libertação de seu filho que estava dominado por um demônio que o jogava ao chão. Instados a tomarem uma providência, os discípulos intercederam, mas não conseguiram fazer a libertação daquele garoto, fato esse que evidenciou a incapacidade deles. Interessante que todos eles haviam sido habilitados, estavam preparados, qualificados e capacitados espiritualmente, mas todos eles sentiram o gosto da derrota e pior que isso, ela que aconteceu não no privado, só entre eles, mas foi um evento público, diante de toda uma multidão que assistia. Reflita!

Perceba que em muitas oportunidades o fracasso faz parte da vida humana. Ter um revés na vida, sofrer uma queda, ver que algo não se realizou conforme o planejado são coisas que estão intimamente relacionados com a existência humana. Os discípulos vivenciaram o fracasso, sentiram a vergonha de orarem e o demônio ficar no mesmo lugar e tudo isso diante de muita gente que assistia eles intercederem pelo garoto e nada acontecer. Imagine a cena! Todavia, o texto prossegue com Jesus expulsando o demônio e libertando o garoto (Mc 9.25).

Considere que se um dia o fracasso pode mesmo dar o ar de sua graça, e a certeza que as pessoas devem ter é que nenhuma frustração tem a capacidade de definir essas pessoas. Inúmeros empresários tiveram insucesso com suas empresas, enfrentaram a falência e viram seus projetos desmoronar. Muitos atletas viveram o fiasco na sua atividade, diversos atletas do futebol perderam gols incríveis, milhares de goleiros não conseguiram impedir que suas equipes perdessem o jogo pelo conhecido “frango” e aí vai uma infinidade de situações onde o revés foi o protagonista, todavia, ele não só pode ser vencido como deve ser visto como uma página virada na história de muitas pessoas. Reflita!

Ninguém pode amarrar sua vida aonde ocorreu o fracasso. O episódio acontecido com os discípulos serviu como aprendizado e veja que eles não se deixaram levar pelo sentimento de derrota, e de forma muito bonita, todos eles avançaram. Basta acompanhar os registros de Lucas em Atos dos Apóstolos na expansão da igreja ou as cartas de João e o livro de Apocalipse.

“Porque sete vezes cai o justo, e se levanta;”(Pv 24.16). Atente hoje e sempre, sobre a importância de deixar o passado no lugar dele, lá trás, e continuar prosseguindo, afinal de contas é para a frente que se caminha. Não permita que o desânimo, o senso de derrota e o fracasso propriamente dito determine as regras da sua jornada, até porque o receio de falhar não pode impedir ninguém de tentar novamente. Guarde isso!

Compreenda que todos estão sujeitos aos baixos e altos da vida, e mais que nunca é necessário prosseguir, vencendo as circunstâncias e as adversidades, entretanto, mantendo o foco em Jesus (Hb 12.2). Aliás, mesmo diante das falhas dos discípulos, Jesus não os descartou, mas os instruiu a seguirem adiante. Traga isso para sua vida: as falhas podem até acontecer, mas o propósito de Deus na sua vida não pode se perder. Abraço forte!

Jesus Cristo Filho de Deus os abençoe,

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

Sábado, 26 Abril 2025 22:40

26/04/2025 - IMERSÃO DAS MULHERES

Terça, 22 Abril 2025 23:08

22/04/2025 - CULTO "FÉ & VIDA"

Sábado, 19 Abril 2025 10:34

HOLOFOTES

HOLOFOTES

 

 “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não da nossa parte.” (2 Co 4.7)

 

A igreja cristã da cidade de Corinto foi plantada pelo apóstolo Paulo e outros irmãos, tendo o apóstolo permanecido por lá anunciando o evangelho por quase dois anos (At 18.1-18). A igreja tinha em si  muitos problemas, desde as clássicas divisões sob alegações de uns serem simpatizantes de Paulo, outros de Apolo e uns de Cefas, até mesmo acusações de brigas entre irmãos, ocasião em que os tribunais da cidade eram acionados. Ainda assim Paulo os enxergava como irmãos e dizia que a igreja de Corinto, era uma igreja de Deus (2 Co 1.2).

O contexto da narrativa aponta para o poder de Deus, diz sobre o poder da mensagem do evangelho que está no coração do cristão, aqui visto como ferramenta ou veículo utilizado por Deus para anunciar a salvação (2 Co 4.6-11).

Considere que existe uma força invisível que influencia e conduz a vida das pessoas. Que seja um problema, que seja o medo, que seja um sonho ou um projeto. Perceba que sem exceção, todos são influenciados pela economia do país, basta um decreto governamental aumentando ou diminuindo as taxas de juros que todas as classes sociais recebem o impacto dessa medida. As pessoas são influenciadas também pelas tecnologias e pelas suas emoções. Outros são conduzidos pela ganância, pela necessidade de aprovação social nas redes sociais, enfim, essas forças invisíveis existem, são poderosas e estão por aí, dirigindo e conduzindo a vida de muita gente.

No texto, em poucos versículos, Paulo mostra que existe uma força extremamente perigosa que pode causar muito estrago na vida de quem não se proteger. Essa força perversa e maligna é a necessidade de ser visto, de ser reconhecido, de ser aplaudido e exaltado pelas pessoas próximas. E lembre-se que naquela época não existia internet e nem redes sociais.

“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.” (2 Co 4.7). Considere que a natureza humana é extremamente frágil, aliás, o próprio Paulo com toda sua espiritualidade se enxergava como um vaso de barro, de pouco valor. E é essa fragilidade humana que homens e mulheres devem enxergar o quanto são vulneráveis. A narrativa de Paulo apresenta um contraste, da cerâmica quebradiça e temporária com o tesouro do evangelho, que é indestrutível e eterno. Infelizmente, hoje se percebe uma inversão, já que os holofotes e aplausos estão dirigidos ao vaso, aqui visto como homens e mulheres que apresentam o tesouro do evangelho ao mundo, na condição de meros veículos ou como se gosta de afirmar, ferramentas nas mãos de Deus. Atente que muitos ‘vasos’ se apresentam de forma a chamar mais a atenção dos ouvintes, quer seja pela mudança na entonação da voz, pelas roupas coloridas e sapatos chamativos ou pelas atitudes espalhafatosas, enquanto a mensagem do evangelho que salva, transforma, restaura e reconcilia o homem com Deus, está colocado em segundo plano. Ou seja, a palavra salvadora  deixou de ser cristocêntrica para ser antropocêntrica, basta ver os inúmeros cultos em ações de graças pelo aniversário do líder, por isso ou por aquilo. Noutras palavras, infelizmente, o vaso tem sido mais importante que o conteúdo que ele deveria carregar, e assim, tem sido comum ver por aí homens exaltando e aplaudindo outros homens, cultos sendo desvirtuados da sua originalidade (adorar a Deus) onde se celebra de tudo, menos o evangelho que liberta, menos o sacrifício e a cruz de Jesus. Sem nenhuma dúvida, muitos estão por aí  fechando as portas do céu quando priorizam os ‘vasos’ em detrimento da mensagem que fala sobre a misericórdia e o amor de Deus. Resumindo, entenda que o foco não está no vaso/pregador, o foco deve estar obrigatoriamente na mensagem que ele transmite. O vaso é precário, temporal, pode cair, quebrar e ser trocado por outro, todavia, o tesouro está no evangelho que ultrapassa gerações.

Uma narrativa que explica e serve de exemplo para essa passagem está  no encontro de Pedro e João com um homem aleijado, que ficava na porta do templo, esperando ganhar algumas moedas. Abordados pelo aleijado, Pedro e João, usando o poder do nome de Jesus ergueu do chão o paralítico, que imediatamente saiu pulando e saltando. Os presentes que viram o milagre foram correndo atrás de Pedro para dar a ele os créditos pelo milagre, ou seja, colocaram neles os holofotes. Mas os dois discípulos recusaram o mérito da cura do ex-paralítico, recusaram os aplausos e deram a mais firme resposta que até aos dias atuais, infelizmente, é pouco praticada: a glória é de Cristo, nós fomos apenas instrumentos usados por Deus (At 3.13).  

Encerrando, compreenda que nenhum mostruário pode ser mais atrativo que a joia que ele mesmo guarda. Portanto, tenha humildade para se reconhecer como um vaso de barro, simples, mortal, quebradiço e substituível, mas que carrega um tesouro de grande valor: a mensagem de Jesus, a mensagem que reconcilia, que restaura e que conduz à vida eterna! Abraço grande.

Jesus Cristo Filho de Deus abençoe sua vida e sua família.

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

Quarta, 16 Abril 2025 10:20

15/04/2025 - CULTO "FÉ & VIDA"

Sábado, 12 Abril 2025 10:27

COMPAIXÃO

COMPAIXÃO

“Logo que o Senhor a viu, encheu-se de compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores!” (Lc 7.13).

Lucas não era judeu e conforme os historiadores, ele nasceu na Síria, provavelmente na cidade de Antioquia. Tinha por formação a medicina da sua época e disso decorre dele descrever com detalhes as curas e milagres operados por Jesus. Era amigo e foi companheiro de Paulo nas viagens missionárias, vivenciando as dificuldades e os sucessos nos primeiros anos da expansão do Cristianismo, registrando as atividades no livro de Atos dos Apóstolos. Lucas escreveu seu evangelho coletando informações de pessoas que estiveram presentes nos eventos e fez questão de deixar este detalhe registrado (Lc 1.4).

Consta que Jesus e uma multidão de seus seguidores se aproximaram da cidade de Naim, no exato momento em que um cortejo fúnebre saía da cidade, levando o corpo de um rapaz, filho de uma mulher que era viúva. Este é o contexto (Lc 7.11-16).

Considere que a empatia é um dos termos comentados com bastante frequência nas relações pessoais. Empatia é a capacidade da pessoa se colocar no lugar do outro, quer seja nos bons momentos ou nos maus momentos e isso leva ao entendimento que ter empatia torna as pessoas mais humanas, afinal, por meio da empatia todos se fazem compreendidos e teoricamente, consolados.

A narrativa do evangelista Lucas diz que Jesus caminhava pela Judeia e ao se aproximar da cidade de Naim, deparou com uma multidão que acompanhava o sepultamento do filho de uma viúva. Não se sabe a causa da morte do rapaz, mas pode-se imaginar a cabeça da mãe que perdera seu filho. Viúva, ela tinha feito o mesmo trajeto quando sepultou o marido e agora, repetia o mesmo percurso levando aquele que, tradicionalmente, seria o seu sustento futuro.

Logicamente que muitos aqui já participaram de sepultamento, seja de pessoas conhecidas ou de entes queridos, mas certamente que não existem expressões ou palavras que possam trazer o consolo aos que ficam num momento de grande tristeza. Pode-se falar aos parentes e amigos do falecido sobre a soberania de Deus, da vontade soberana do Senhor em dar e tirar a vida, pode-se também dizer que não se trata de uma despedida, mas de um até breve, todavia, nenhuma dessas palavras tem o poder de devolver a vida ao defunto. Ter empatia, se colocar no lugar dos familiares e até chorar pode ajudar, mas não resolve de pronto a situação.

Veja que Jesus não demonstrou empatia. Jesus não falou com mãe da vontade soberana de Deus. Jesus também não a abraçou e nem chorou. Lucas afirma que Jesus teve compaixão e compaixão é diferente de ser empático, compaixão é a demonstração da piedade na sua essência, é o firme desejo de fazer algo que possa diminuir ou mesmo erradicar a tragédia ou crise que o outro está enfrentando. Compaixão é entender o estado emocional da outra pessoa e envidar esforços no sentido de aliviar completamente o sofrimento alheio. E foi justamente isso que Jesus fez por aquela mulher. Ao dizer que não chorasse, Jesus pareceu dar a dica que iria fazer algo que mudar a vida daquela mãe.

A narrativa de Lucas diz que Jesus tocou no caixão. Perceba que Jesus não tocou no corpo do defunto, mas ao tocar nas madeiras do caixão, Jesus deu uma ordem ao defunto que levantasse e imediatamente o entregou a sua mãe, para surpresa da multidão que ia sepultá-lo, mas não foi surpresa para a multidão que acompanhava Jesus, haja vista que essa multidão sabia o que ele poderia fazer. Reflita!

Certamente que esse episódio demonstrando a compaixão de Jesus retrata a vida de muita gente. Não de mortes físicas, mas de mortes espirituais, de traumas e tragédias que assolam milhares de pessoas mundo afora. Analise a situação daquela mãe e atente que quando tudo parecia estar definido, a presença de Jesus que dela se compadeceu, fez  algo surpreendentemente transformador. Jesus trouxe vida ao defunto, surpreendeu a mãe, alvoroçou os carregadores do caixão e a multidão que lá estava e assim, pode-se enxergar que  esse mesmo Jesus pode trazer vida à centenas de outras pessoas que, ‘mortas em vida”, precisam também experimentar dessa mesma compaixão.

Compreenda que o Deus que visita as pessoas é um Deus que não segura e nem retém sua compaixão por aqueles que dele necessitam. Jesus, humanamente falando, se compadeceu daquela mulher e isso é maravilhoso, porque ele demonstrou de forma pedagógica que ter compaixão é muito diferente de ter empatia.

Considere que nos dias atuais, as pessoas são ensinadas a terem empatia umas pelas outras e isso é ótimo, mas entenda que ter compaixão a ponto de fazer esforços para aliviar o sofrimento do outro é nada mais e nada menos que copiar aquilo que o próprio Jesus fez. Se compadecer é infinitamente mais que ter empatia. Portanto, quando tiver oportunidade, pratique a compaixão, imitando Jesus, amém? Grande abraço!

Jesus Cristo Filho de Deus abençoe sua vida e seus projetos,

 

Milton Marques de Oliveira - Pr

 

 

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