Estamos vivendo dias cuja maior preocupação é produzir materiais onde seja possível reciclá-los.
Uma grande preocupação tem sido despertada com respeito à preservação da natureza, o que acho muito salutar, todavia, o que tem me chamado atenção, é que nos relacionamentos entre as pessoas o amor parece não existir e o amor não é um produto que volta para as indústrias e retorna ao mercado. Máquinas não são capazes de reciclá-lo, mas nós podemos fazer isso, sem gastos.
Infelizmente, referente ao amor aos olhos humanos o termo reciclagem não encontra espaço. Amigos são trocados por outros que aparentemente são melhores, casais que olham a instituição casamento como algo falível e inclusive foi noticiado recentemente, que em um país da América Latina a existência do casamento temporário por dois anos, se der certo é renovado e se der errado o contrato deixa de existir, não havendo mais a união conjugal. As pessoas olham para as outras como se fossem perfeitas, onde não é permitido falhar.
Conheci um Pastor que me despertou para algo interessante. Fui pregar em uma cidade e me hospedei na casa dele, contou-me algumas de suas experiências espirituais e ministeriais, e uma dessas chamou minha atenção.
Disse ele que quando chegava para assumir uma Congregação sempre havia alguém muito “zeloso” disposto a trazer os relatórios dos membros. Segundo ele sempre que ouvia estes relatórios para que tomasse cuidado com determinadas pessoas na igreja, fazia o contrário em vez de manter distância dos membros, aproximava, abraçava, cuidava e nos momentos de mais dificuldades do Pastor, aqueles irmãos tidos como perigosos eram os que mais o ajudava, estavam sempre dispostos para o trabalho da igreja, e o Pastor podia contar com estes irmãos a qualquer hora.
Tenho também um exemplo bem pertinho de mim, o meu Pastor, que está sempre com a mão estendida para ajudar àqueles que por algum motivo desviaram ou vacilaram na fé.
Muitas vezes deixamos de ter pessoas especiais ao nosso lado, por darmos ouvidos aos “relatórios” daqueles que se acham no direito de julgarem com seus próprios critérios e muitas das vezes, critérios subjetivos. Faço uma pergunta para mim e para você, onde se encontra o amor? Jesus andou com homens que aos olhos de muitos não valiam nada. Na minha cidade natal, sempre ouvi um ditado que diz: “Fulano não serve nem para bucha de canhão”. O Mestre dos mestres tinha critérios diferentes para avaliar o que olhos não viam, investiu em homens e mulheres, dispensando a eles o verdadeiro amor, pois Ele não esperava receber nada em troca. Aí está o segredo: não esperava nada em troca.
Não temos mais paciência para compreender e aceitar que nós não somos perfeitos, pois quando exigimos que o outro não falhe, estamos nos colocando no lugar de seres infalíveis.
Quero compartilhar uma experiência que marcou minha vida, mas antes quero deixar registrado um versículo que vai fazê-lo compreender o que desejo falar. No Salmo 139.23-24 traz algo tremendo, quando o Salmista pede a Deus que sonde o seu coração e tire tudo o que era mau.
Já havia algum tempo que Deus estava me levando a jejuar por três dias. Por sua misericórdia em maio/2011, uma irmã em Cristo me convidou para fazermos um retiro de três dias em um hotel fazenda, glorifiquei a Deus, pois era tudo o que eu precisava.
Viajamos neste propósito de orarmos e meditarmos em um tempo de consagração, já ao sair da cidade começamos a adorar a Deus e a presença do Senhor era real dentro daquele carro, chorávamos e adorávamos. Em meu coração fiquei atenta ao que Deus iria me revelar, esperava algo estrondoso, uma direção nova para o trabalho, um arrebatamento, enfim, algo sobrenatural. Passou o primeiro dia, segundo dia, terceiro dia e até aquele período da manhã eu não havia recebido nenhuma revelação, confesso que estava abatida, me sentindo triste, pois nada havia acontecido. Resolvemos descer para uma área na beira do lago, eu fui para um lado e a irmã para outro. Naquele momento comecei a orar, fazer perguntas para Deus, me quebrantando aos pés do Senhor e a resposta veio.
O Espírito Santo começou a falar ao meu coração qual era o propósito daquele tempo naquele local e para minha surpresa, Ele me levou a uma breve olhada para dentro de mim. O Espírito Santo estava prestes a me mostrar como eu estava errando diante de minhas decisões, o quanto somos frágeis e que não passamos de pó e cinza. Mostrou-me a preciosidade de ouvir os que estão ao nosso lado e valorizar seus conselhos.
Diante da situação, me derramei diante do Senhor, buscando o seu perdão por minha ignorância e agradecendo por sua direção. A partir daquela hora, senti que um grande fardo havia sido tirado e uma alegria invadiu o meu ser, por ter sido corrigida pelo meu Senhor, pois Ele corrige a todo aquele que ama (Hebreus 12.6). O precioso disto tudo foi o próprio Senhor que tratou comigo, digo isto pelo motivo de que se fosse alguém (um irmão) para me corrigir, eu não aceitaria, diga-se de passagem, que sou teimosa e quando coloco algo na cabeça é difícil de mudar.
Amados, posso dizer que nada melhor de que darmos uma breve olhada no espelho da alma. Abra o seu coração para que o Santo Espírito faça uma faxina nele e te mostre o quanto necessitamos uns dos outros.
A reciclagem tem o propósito de pegar o que aos nossos olhos não tem mais valor e transformar em materiais disponíveis para serem usados novamente ou transformados em objetos belíssimos. Deixa Deus pegar o que para você não tem mais utilidade e transformar em algo precioso.
O que precisa de reciclagem em sua vida?
Desejo que estas palavras sirvam para a edificação de sua fé.
Deus os abençoe!
Irmã verinha